Eis, Green-de-Morae
Tese: Eis, Green-de-Morae. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sofiameuamor • 8/4/2014 • Tese • 1.295 Palavras (6 Páginas) • 419 Visualizações
Umbanda é uma religião heterodoxa brasileira, cuja evolução do polissincretismo religioso existente no Brasil foi resultado de motivações diversas, inclusive de ordem social, que originaram um culto à feição e moda do país.
O vocábulo é oriundo da língua quimbundo, de Angola, e significa arte de curar, segundo a Gramática de Kimbundo, do Professor José L. Quintão, citada na obra O que é a Umbanda, de Armando Cavalcanti Bandeira, editora Eco, 19701 . Já os autores de vertente esotérica fazem alusão ao sânscrito a partir da junção dos termos Aum e Bandha, o elo entre os planos divino e terreno. A palavra mântrica Aumbandhan teria sido passada de boca a ouvido e chegado até nós como A Umbanda.
Índice [esconder]
1 História
2 O legado de Zélio de Moraes
3 Fundamentos
4 A desafricanização da Umbanda
5 Culto aos orixás
6 Sincretismo
7 O culto umbandista
8 As sessões de Umbanda
9 Médiuns
10 Paramentos
11 Ver também
12 Referências
13 Ligações externas
14 Fontes
História[editar | editar código-fonte]
Sessão de Umbanda no Rio de Janeiro
O sincretismo religioso no Brasil, ou seja, a mistura de concepções, fundamentos, preceitos, ritualísticas e divindades se processou num quádruplo aspecto: negro, índio, católico e espírita porque outros foram menos dominantes ou de modo superficial e restrito a certas áreas.
O marco inicial surge com a escravatura do índio feita pelos primeiros colonizadores no Brasil. Entretanto, o aborígene pelas suas características de raça, de elemento da terra, conhecedor das matas, espírito guerreiro exaltado, sem qualquer organização com um rudimento de estrutura social, tendo a liberdade como apanágio de toda sua vida, não aceitou o jugo da escravidão. Tinha, contudo, uma crença no espírito e suas religiões. A influência do índio contribuiu para a formação da Umbanda fornecendo elementos da sua mitologia e cultivos, tais quais, a Pajelança, o Toré, o Catimbó, entre outros. Ademais, o caboclo, ancestral do índio que incorporava em suas manifestações, foi consolidado na prática umbandista 2 .
O colonizador, portanto, foi buscar nas terras africanas o elemento negro, o qual oferecia condições mais favoráveis para os misteres da lavoura, já conhecidos nas regiões de origem. Desse modo, houve um circuito branco-índio-negro que contribuiu sobremaneira para o complexo da formação brasileira, nele ressalvando, como uma constante a religiosidade em vários aspectos. Na época das senzalas, os negros escravos costumavam incorporar o que se conhece hoje como pretos-velhos, antigos escravos, que ao se manifestarem, compartilhavam conselhos e consolo aos escravos.
O sincretismo católico, produto da simbiose dos cultos de escravo e escravocratas no Brasil, chegou a tal ponto que se cultiva um orixá com nome e imagem do santo católico, não se podendo diferenciar em certas exteriorizações onde começa um onde termina o outro. São flagrantes os casos de São Jorge, Ogum, Nosso Senhor do Bonfim, Oxalá, São Cosme e São Damião, Ibeji, e Santa Bárbara, Iansã. Não raro, muitos chefes de terreiro mandam rezar missas e se declaram também católicos, além de haver um grande número de praticantes que frequentam as duas religiões. Houve, portanto, uma consolidação do santo católico, admitido já sob o aspecto de espírito superior, de guia-chefe ou como orixá, enquanto os candomblés procuraram mais se distanciar do sincretismo e não aceitar as imagens.
O primeiro relato histórico, segundo Cavalcanti Bandeira, cabe a Nina Rodrigues, falecido em 1906, quando já estava quase pronta a impressão do seu livro Os africanos no Brasil, referente aos estudos feitos entre 1890 e 1905, nos quais consta a descrição de um ritual praticado na Bahia, o mais semelhante da Umbanda atual, que é o seguinte:
Entre os casos que poderíamos citar, tomamos por sua importância à pastoral de um Prelado Brasileiro ilustre a descrição eloquentíssima do Cabula, por ele estudada, que mais não é do que uma instituição religiosa africana sob vestes católicas.
União Espiritista de Umbanda do Brasil, a Casa Mater de Umbanda
Pensa-se que a expressão embanda possa ser uma corruptela do termo Umbanda ou Quimbanda, mas de qualquer modo demonstra a antiguidade do ritual na Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, já no século XIX, onde teve a linha mestra de uma de suas origens sob certos aspectos.
Na descrição do ritual cabulista é identificado o bater das palmas, as vestes brancas, a disposição das velas em sentido cabalístico como nos riscados, a engira, hoje gira, o modo de aceitar um novo membro do corpo de médiuns da casa, em alguns a iniciação dos profitentes do culto, a chegada do santé que é o santo como hoje se diz, a marcação
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