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Minha introdução

Por:   •  6/4/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.995 Palavras (8 Páginas)  •  189 Visualizações

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“Entende-se por envelhecimento o processo caracterizado por alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que ocorrem no decorrer dos anos vividos. Essas alterações afetam o estado nutricional, que por sua vez se relaciona à saúde. No Brasil, a população idosa somava, pelo Censo de 2000, 14,5 milhões de pessoas, o dobro do número registrado em 1980. Em números relativos, a participação da população maior de 60 anos no total da população nacional passou de 4,2%, em 1950, para 8,6% em 2000, devendo chegar a 14,2% em 2020” como diz Freitas, Philippi e Ribeiro, (2010).

Nos países em desenvolvimento, são considerados idosos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os indivíduos que atingiram 60 anos de idade. Já nos países desenvolvidos, é estimado o alcance de 65 anos. Por sua vez, a Legislação Brasileira (Lei no 8.842/94, em seu artigo 2º, parágrafo único) destaca que são consideradas pessoas idosas, aquelas maiores de 60 anos, sem distinção de gênero, cor, etnia e ideologia.

Este processo de longevidade se deve, provavelmente, pelo avanço mundial e crescente da medicina e pelas alterações sofridas no estilo de vida dos indivíduos, demonstrando o presente momento de promoção e preocupação com a saúde. Portanto, é existente o aumento do interesse e necessidade de pesquisa pelo processo de envelhecimento, não apenas pela quantidade aumentada da população idosa, mas também pela percepção de que a vida pode ser levada de forma ativa, produtiva e saudável na etapa da terceira idade e para melhor compreender o mesmo e serem traçadas estratégias de intervenção para esse grupo populacional, de acordo com Knigth (2001). Segundo Freitas, Philippi e Ribeiro, (2010), nesse contexto, uma alimentação saudável, constituída por alimentos variados de origem vegetal e animal, em quantidades adequadas aos indivíduos e, consequentemente, a manutenção do estado nutricional adequado são fatores importantes para a saúde e para um envelhecimento bem sucedido.

A situação do quadro atual aumentado de envelhecimento só é possível por conta da elevação da oferta e procura de uma vida saudável por parte da população. Uma das formas de proporcionar um estilo de vida saudável e provocar o bem estar da mesma, é através de programas que têm a nutrição como estratégia prioritária, como por exemplo as ações de vigilância alimentar e nutricional com o objetivo de prevenir distúrbios nutricionais e doenças relacionadas e inquéritos de saúde e nutrição internacionais com a finalidade de identificar os indivíduos em maior situação de risco às deficiências nutricionais, uma vez que é comprovada a relação direta entre a qualidade alimentar e o surgimento de doenças e complicações não transmissíveis, conforme dito por Fisberg, Marchioni, Castro et al. (2013).

Em contra partida, consoante descrito por Souza, Guariento (2009), com as mudanças fisiologias, como a redução progressiva dos tecidos ativos, mudanças metabólicas e na capacidade funcional da população idosa, suas necessidades nutricionais são alteradas e dependendo do suprimento ou não das mesmas podem implicar no risco de desnutrição, que é o distúrbio nutricional mais importante nos idosos. Essa desnutrição está associada ao aumento da mortalidade e da susceptibilidade às infecções e a redução da qualidade de vida.

O sistema digestório sofre alterações estruturais, de motilidade e da função secretória, que variam de intensidade de um segmento para outro. Apesar da escassez de dados, alterações na motilidade intestinal podem resultar em hiperproliferação bacteriana, uma das causas da perda de peso involuntária em idosos como asseguram Ferriolli, Moriguti e Lima (2006), além de constipação intestinal, segundo Ribeiro, Donato Júnior e Tirapegui, (2006). A função absortiva não sofre alteração significativa para a maioria dos nutrientes, entre eles as proteínas e os açúcares. Ocorre uma pequena redução na absorção de lipídeos, porém, não o suficiente para comprometer o estado nutricional do idoso. Possivelmente há redução na absorção de vitaminas D, e cálcio, de acordo com Ferriolli, Moriguti e Lima, (2006).

Saraiva et al., (2007), assegura que a população geriátrica é mais sensível à deficiência de vitamina D por vários motivos, dentre eles: menor exposição ao sol, ter a capacidade de produção cutânea de vitamina D reduzida, alimentar-se de forma inadequada, absorver menos vitamina D pelo trato gastrintestinal, usar múltiplas drogas que interferem na absorção e metabolização da vitamina D e apresentar comprometimento renal.

“A vitamina D é um hormônio sintetizado na pele através de uma reação de isomerização catalisada pela radiação ultravioleta. E que sua forma ativa (calcitriol), estimula a absorção intestinal de cálcio, atua sobre a mineralização óssea e regula a síntese e secreção do paratormônio. Portanto, uma queda na concentração sérica de vitamina D, leva a uma absorção insuficiente de cálcio que se reflete no cálcio ionizado circulante. A alteração do cálcio circulante é imediatamente percebida pelos sensores de cálcio nas paratiróides que, com o objetivo de manter a calcemia dentro da faixa de normalidade, aumentam a síntese de paratormônio. Esse hiperparatiroidismo secundário à hipovitaminose D é responsável por um comprometimento da qualidade óssea, associando-se a um maior risco de fraturas.” Conforme descreve Saraiva et al., (2007). Yazbek; Neto (2008), afirmam que a vitamina D é essencial para manter a estrutura do esqueleto saudável e melhorar a absorção de cálcio.

Segundo Paixão; Bressan (2010), o cálcio, dentre todos os minerais presentes no organismo, é o mais abundante. Estando diretamente ligado ao peso corporal, pois compõe de 1,5 a 2% do total e 99% deste está depositado nos ossos. Além disso, é um nutriente necessário em diversos processos metabólicos, como a contração muscular, excitabilidade muscular, coagulação sanguínea, transmissão de impulsos nervosos, ativação enzimática, secreção hormonal, mineralização de ossos e dentes, mitose e o suporte estrutural do esqueleto. Muitos estudos têm demonstrado que o consumo de cálcio previne doenças como a osteoporose, hipertensão arterial, obesidade e câncer de cólon. Pereira; Genaro; Pinheiro; et al. (2009).

Ainda de acordo com Pereira; Genaro; Pinheiro; et al. (2009), “o cálcio é absorvido pelo trato gastrointestinal por meio de transporte ativo, que ocorre predominantemente no duodeno e jejuno proximal, e difusão passiva, localizada principalmente no jejuno distal e no íleo. O componente ativo é saturável, estimulado pela 1,25(OH) D3 (calcitriol), regulado pela ingestão dietética e pelas necessidades do organismo. O calcitriol influencia o transporte ativo, aumentando a permeabilidade da membrana, regulando a migração de cálcio através das células intestinais e aumentando o nível de calbindina (proteína transportadora de cálcio – CaBP). A fração de cálcio absorvida aumenta conforme sua ingestão diminui. Trata-se de uma adaptação parcial à restrição de cálcio, resultando no aumento do transporte ativo mediado pelo calcitriol. Portanto, o transporte ativo é caracterizado como principal mecanismo de absorção de cálcio quando a ingestão desse componente é baixa. Conforme a ingestão de cálcio aumenta (> 500 mg/dia), a difusão passiva apresenta maior participação na absorção do cálcio. Em vista disso, o processo passivo pode tornar-se o mecanismo predominante de absorção de grandes doses de cálcio, uma vez que o transporte ativo já está saturado.”

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