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O Lugar da prisão na nova administração

Por:   •  29/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  563 Palavras (3 Páginas)  •  288 Visualizações

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O texto “O lugar da prisão na nova administração da pobreza” elaborado pelo autor Loic Wacquant aborda um estudo elaborado após a década de 1970 a respeito da sociedade norte-americana. O autor demonstra indignação quanto ao sistema prisional que marginaliza classes menos favorecidas e roubam os cofres públicos.

De acordo com o referido estudo, a sociedade norte-americana tornou-se 5 (cinco) vezes mais punitiva atualmente do que há 25 (vinte e cinco) anos atrás. Observando todo o contexto a respeito do referido tema, entende-se que as penitencárias americanas tornaram-se um tipo de “administrador da pobreza”, formando indivíduos sem qualquer tipo de qualificação profissional necessária para atuar no mercado de trabalho, além de não terem oportunidades para realizar um trabalho digno.

As penitenciárias americanas proporcionam o contrário do que deveriam, pois propagam o racismo, que acaba por criar uma modalidade de empregos abaixo da linha da pobreza, tratando alguns indivíduos como verdadeiros “animais”, proporcionando condições de trabalho vergonhosas e sem qualquer igualdade entre os indivíduos.

De acordo com os ensinamentos de Leonardo Isaac Yarochewsky (2012):

Prisão é de fato uma monstruosa opção. O cativeiro das cadeias perpetua-se ante a insensibilidade da maioria, como uma forma ancestral de castigo. Para recuperar, para ressocializar, como sonham os nossos antepassados? Positivamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que entrou. E o estigma da prisão? Quem dá trabalho ao indivíduo que cumpriu pena por crime considerado grave? Os egressos do cárcere estão sujeitos a uma outra terrível condenação: o desemprego. Pior que tudo, são atirados a uma obrigatória marginalização. Legalmente, dentro dos padrões convencionais não podem viver ou sobreviver. A sociedade que os enclausurou, sob o pretexto hipócrita de reinseri-los depois em seu seio, repudia-os, repele-os, rejeita-os. Deixa, aí sim, de haver alternativa, só o ex-condenado tem uma solução: incorporar-se ao crime organizado. Não é demais martelar: a cadeia fabrica delinquentes, cuja quantidade cresce na medida e na proporção em que for maior o número de condenados.

O número de presos nos Estados Unidos, durante os anos de 1980 e 2000 quadruplicou, os EUA aumentaram seus orçamentos penitenciários em US$ 50 bilhões e acrescentaram 500 mil novos funcionários, o que gerou gastos excessivos nas penitenciárias com contratação de funcionários.

Com o alto crescimento do estado penal norte-americano, surgiu uma nova política de criminalização da pobreza, que promoveu a fluidificação de empregos mal remunerados, com isso diminuiu-se a taxa de desemprego.

O próprio autor em seu texto dispõe que o “encarceramento é apenas a manifestação paroxística da lógica da exclusão etnorracial da qual o gueto tem sido instrumento e produto desde a sua origem histórica”.

Com este novo complexo industrial, surgiu a hierarquia etnorracial, o aumento da marginalidade nos Estados Unidos e a não regulamentação da gestão do trabalho. Neste contexto, o autor sugere que “tiremos a prisão dos domínios técnicos da criminologia e da política criminal e a coloquemos diretamente no centro da sociologia política e das ações civis”.

Essa nova política da administração da miséria promove um agravo no desemprego e aumento na criminalidade, uma vez internacionalizada por uma rede neoliberal. Com essa situação, os indivíduos não tem muitas opções: ou rebaixam e aceitam os trabalhos não dignos ou voltam para o crime.

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