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Platão - A república

Por:   •  26/5/2015  •  Resenha  •  1.049 Palavras (5 Páginas)  •  425 Visualizações

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A REPÚBLICA – PLATÃO

(LIVROS 1, 2 e 7)

A República é uma obra que retrata o diálogo socrático, escrito por Platão. Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates.

No Livro 1 desta obra, o objetivo é encontrar uma definição sobre o conceito de Justiça através do método investigativo para conduzir as discussões. Neste trabalho, apresentaremos os conceitos apresentados pelos filósofos presentes nesta obra, conforme seguem abaixo:

Para Céfalo, a virtude de justiça significa dizer sempre a verdade e restituir aquilo que se tomou de alguém, ou seja, é justo devolver aquilo que tomamos de alguém.  Sócrates se posiciona a respeito da concepção de Céfalo com a seguinte argumentação: ninguém diz que seria justo restituir a um amigo enlouquecido as armas que tivesse recebido dele enquanto ainda estava em perfeito juízo.

Para Polemarco, citando Somônides, deve-se fazer sempre bem aos amigos, nunca o mal. O mal deve ser feito aos inimigos. Ou ainda, benefícios aos amigos e prejuízos aos inimigos. Por exemplo, na guerra, o homem justo pode se aliar aos amigos e lutar contra os inimigos. Ainda para Polemarco, amigo é aquele que parcece e realmente é honesto. E aquele que apenas aparenta ser honesto, mas que não o é, apenas aparenta também ser amigo, mas não é. Ou seja, amigo é o indivíduo bom e inimigo o indivíduo mal. Sócrates refuta a teoria dizendo que os homens contra quem se pratica o mal se tornam piores.

Para Trasímaco, a justiça é simplesmente o interesse do mais forte, ou seja, aquilo que é vantajoso, é justo. Ele traz como exemplo o Governo, que cria as leis a seu próprio proveito, dizendo ser injusto, aqueles que transgridem estas leis. Mas, ainda para Trasímaco, os homens fazem leis boas e más. As leis boas são aquelas que trazem vantagem para quem as elaborou e as leis más são aquelas que instituem algo desvantajoso para quem as elaborou. Sócrates faz uma refutação, que vale a pena ressaltar neste momento, ele faz uma analogia sobre a tese de Trasímaco com o profissional da medicina, uma vez que, este profissional não objetiva e nem prescreve a sua própria vantagem, mas em função do doente. Trasímaco concorda, neste momento, que o médico governa o corpo e não é um homem de negócios. Trasímaco não desiste e, por meio de vários exemplos, conclui que a justiça só é boa para o forte e o poderoso, tornando um prejuízo para quem a obedece e muito útil e vantajosa para quem a desobedece.

O Livro 2 inicia com Glauco classificando três espécies de bens: Aqueles que buscamos sem desejar as suas consequências; Os prazeres que buscamos por si mesmos e por suas consequências; Os bens que não os buscamos por eles mesmos, mas pelas vantagens que proporcionam, como, por exemplo, a ginástica. Em seguida, Glauco questiona Sócrates em qual dessas três espécies de bens ele colocaria a justiça. Sócrates crê ser a justiça pertencente à segunda espécie de bens, espécie onde buscamos os bens por si mesmos e por suas consequências. Já Glauco diz que a opinião da maioria das pessoas é que a justiça pertença à terceira espécie dos bens penosos que apenas são cultivados pelas recompensas que trazem.

Para Glauco, os homens afirmam que é bom cometer a injustiça e mau sofrê-la, mas que há mais mal em sofrê-la que em cometê-la. Pra ele, é como se os indivíduos procuram prevalecer uns sobre os outros. Mas se alguns fossem impedidos de causarem injustiças, ou se, ao mesmo tempo, a causassem e a sofressem, procurariam, então, entenderem-se a partir de leis e convenções, de tal forma que a força e as leis garantiriam o que é justo por acordo mútuo. Desta forma, Glauco acredita que a justiça é uma solução viável quando alguém se torna impotente para causar a injustiça ou se prevenir de sofrê-la. Para Glauco, basta proporcionar ao justo e ao injusto o poder para fazerem o que quiserem que logo se perceberá ambos buscando os mesmo objetivos que fazem parte de sua natureza: prevalecer sobre todos os demais o máximo que se puder. Glauco exemplifica sua concepção com a seguinte analogia: Conceda ao injusto a mais perfeita injustiça e a mais perfeita aparência de justiça, enquanto ao justo se conceda o contrário: a mais perfeita justiça com a mais perfeita aparência de injustiça. O resultado é claro: ao homem injusto com aparência de justo, glórias; ao homem justo com aparência de injusto, crucificação.  Adimanto, irmão de Glauco, acredita que, no fundo, as pessoas pensam e desejam os benefícios e a reputação que a aparência de justiça causa àqueles que a tem. Cabe ao homem ser injusto e parecer justo, para que colha os frutos da injustiça e da justiça ao mesmo tempo.

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