RESENHA DO FILME: JULGAMENTO DE NUREMBERG
Por: Ícaro Mendonça Dos Santos • 25/1/2018 • Resenha • 620 Palavras (3 Páginas) • 548 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
Ícaro Mendonça dos Santos
RESUMO DO FILME “JULGAMENTO DE NUREMBERG”
Itabaiana
Dezembro de 2017
RESUMO
Em 1948, um juiz americano chamado Dan Haywood (Spencer Tracy) chega à Nuremberg. “Hitler se foi, Goebbles se foi, Goering se foi – cometeram suicídio antes de pegá-los”, disse. “Agora nós estamos julgando os doutores, homens de negócios e juízes. Algumas pessoas pensam até mesmo nem deveriam ser julgadas”.
Durante o julgamento, que foi dramatizado, quatro homens enfrentam três juízes dos EUA. São defendidos por um alemão e acusados por um americano, que argumentava estar traumatizado pelo que viu nos campos de concentração. O cerne do filme é: até onde a responsabilidade do nazismo foi? Estava o alto escalão de Hitler apenas cumprindo ordens e, por isso, mereciam inocência? Os alemães comuns sabiam, de fato, tudo que se passava? Eles poderiam ter feito algo para impedir?
O juiz principal do caso encontra-se com uma enigmática mulher, Frau Berthold. Ela é viúva de um general nazista, que foi executado seguindo julgamento anterior. “Meu marido odiava Hitler”, argumenta. É essa dualidade entre o humano e a responsabilidade objetiva que a sentença terá que ser tomada. Em uma das partes do filme, uma vítima de esterilização forçada é posta em julgamento, certamente uma das cenas mais revoltantes do filme por demonstrar até que ponto a crueldade e brutalidade nazistas eram tidas apenas como “procedimento legal obrigatório”.
O filme demonstra claramente que que não se trata simplesmente da situação corrente de Berlim durante a crise ou da vida ordinária dentro de uma corte, mesmo que dramatizada para fins artísticos. O filme tem um propósito múltiplo, em grande parte tentar examinar a sangrenta história do Nazismo nos campos de concentração, havendo cenas explícitas filmadas após a ocupação, mas também há a busca de entendimento do porquê haver aceitação interna na sociedade alemã para que os nazistas construíssem e mantivessem tais instalações. O que o filme tenta confrontar são os dilemas internos e externos da política da época, tendo como expoente, as atitudes de Janning, um juiz que, embora participante do regime nazista, gozava de ampla credibilidade nos circuitos jurídicos internacionais.
Julgamento de Nuremberg também tenta, mesmo que superficialmente, providenciar lições para a vida do povo americano e suas instituições. Quando uma testemunha explica que os nazistas enforcavam crianças, a câmera rapidamente alterna para um soldado americano de guarda, um negro. E quando as testemunhas discutem a subserviência das cortes alemãs em relação à política e a transformação dos julgamentos em circos públicos, o diálogo contém tons que claramente nos direcionam à polícia do McCarthismo de caça-às-bruxas, de perseguição aos supostos comunistas americanos. Finalmente, quando questionada a autoridade de juízes americanos de condenarem juízes alemães, há o ressurgimento do espectro de Hiroshima e Nagasaki, ou seja, não haveria superioridade moral intrínseca por parte dos americanos contra os alemães.
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