RESENHA DO FILME “VINHAS DA IRA”
Por: Wemerson Freitas • 28/5/2019 • Resenha • 651 Palavras (3 Páginas) • 371 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO SOCIAL
PROF.: JOSÉ ALDEMY
ALUNO: WEMERSON BARBOSA DE FREITAS
RESENHA DO FILME “VINHAS DA IRA”
“Vinhas da Ira” (1940) é um filme de John Ford, baseado no romance homônimo de John Steinback. O filme é ambientado Estado de Oklahoma nos EUA, no período que sucedeu a grande depressão americana. Havia uma região onde havia arrendatários de terras que foi atingida por um fenômeno natural que tornou a terra improdutiva, inviabilizando a produção agrícola por meio do arrendamento e fazendo com que os bancos exigissem as terras de volta, afetando diretamente os agricultores que moravam nas terras arrendadas. Milhares de famílias pobres tiveram que emigrar, em busca de oportunidades em outras regiões.
Thomas Joad, filho de uma família que morava na região e havia sido preso retorna para casa após quatro anos no cárcere e encontra a sua família e outras que moravam na região sendo expulsas da terra, e sem ter opção, emigrando para a Califórnia onde se anunciava que havia emprego. A partir desse ponto, o filme descreve a viagem pela Route 66 até a Califórnia e as dificuldades que os Joad encontraram nos acampamentos de sem-terra, onde imperava a fome e as condições precárias de vida. Culminando com a chegada a um acampamento do Ministério da Agricultura, onde as condições eram melhores.
Companheiro de jornada de Thomas, o ex-pastor Casey, diante da desistência de sua vocação, começa a vislumbras as contradições do modo capitalista, que explorava sem pudor a força de trabalho ao mesmo tempo em que tentava imprimir alguma consciência de classe que pudesse unir esses trabalhadores para resistirem à degradação moral e física imposta pelo capital. Casey e Tom Joad buscam unir forças em busca de uma solução para acabar com a exploração.
O tema central de “Vinhas da Ira” é o processo de proletarização dos pequenos agricultores de Oklahoma e de comerciantes cujo negócio prosperava à sombra das comunidades agrícolas da região. Em torno da pequena propriedade girava um ecossistema social. Num das cenas do filme, um proletário ex-comerciante lamenta ter perdido a sua loja porque não havia mais compradores para seus produtos.
Outra dificuldade para os emigrantes era o fato de que a população das cidades da Califórnia temia que eles tirassem os empregos da região, que já não tinha muitas oportunidades, justamente por causa da grande depressão. Isso fica claro quando uma das cenas do filme mostra os Joad sendo impedidos de entrar na cidade quando fugiam de um acampamento onde Thomas havia se envolvido em uma confusão por causa de uma célula grevista que começava a se instalar. Sem saída, retornam e acabam chegando, ao acampamento do Ministério da Agricultura. Neste local parece que finalmente tudo vai mudar, pois encontram dignidade social, apesar da condição proletária.
John Ford busca contrastar as duas lógicas possíveis que constituem o mundo do capital: por um lado, a barbárie social do mercado de trabalho precário, sem regras e desprovido de respeito à dignidade humana e aos direitos trabalhistas. É o que a família Joad encontra no primeiro acampamento e na grande fazenda onde iriam trabalhar como colhedores de laranjas. Por outro lado, a seguridade social e a organização moral do acampamento do Ministério da Agricultura, onde existem regras de cidadania. Ao vislumbrar o novo mundo, Tom Joad se pergunta por que não existem mais acampamentos como aquele. Mas o superintendente não sabe responder e pede que ele procure a resposta. Na verdade, sem o saber, o superintendente coloca mais um desafio para o jovem Joad, que no decorrer do filme, busca um sentido para a tragédia dos pais.
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