Religião
Por: Marise Nakao Vilela • 11/11/2015 • Trabalho acadêmico • 575 Palavras (3 Páginas) • 190 Visualizações
O QUE É RELIGIÃO: O EXÍLIO DO SAGRADO
ALVES, Rubem. O que é religião: O exílio do Sagrado. São Paulo: ARS Poética, 1996. (P. 29 – 41)
Rubem Alves, escritor brasileiro nascido em 1933, na cidade de Boa Esperança, Minas Gerais. Foi bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas. Foi também Mestre em Teologia e Doutor em Filosofia pelo Seminário Teológico de Princeton, nos EUA, e Psicanalista. Ensinou no Instituto Presbiteriano Gammon, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras e, também, na UNICAMP, onde recebeu o título de professor emérito. Com sua vasta formação, transita pelas áreas de Teologia, Psicanálise, Sociologia, Filosofia e Educação.
Na obra “O que é religião”, Rubem propunha uma reflexão acerca do sentido da religião, tanto para o ser humano, quanto para a sociedade. Ao tratar de seu assunto principal, Rubem enriquece sua obra com pensamento de outros estudiosos, acrescentando cultura à leitura. No capítulo “O Exílio do Sagrado”, traça-se um paralelo sobre a experiência religiosa nos tempos passados e nos tempos atuais. Neste capítulo, o autor faz como ilustração desse paralelo o período da Idade Média, no qual a inclusão do pensamento utilitarista (que era buscar a utilidade nas coisas, nos símbolos visando o lucro) passou a mudar e a interferir na religiosidade dos cidadãos do mundo sagrado. Como o autor cita na obra, os cidadãos do mundo sagrado defendiam que eles já nasciam com marcas divinas, já a burguesia, a nova classe, dizia que ao nascer: não somos nada, nos fizemos e somos o que produzimos. Deste ponto então, tem-se a compreensão de que o homem medieval contemplava e compreendia seus pensamentos nem relação à manipulação a natureza. Já a nova classe manipula e controla a natureza visando o caminho campo-mercado. Daí então a burguesia tenta expandir seu capitalismo através dos símbolos sacrais.
A condenação do Sagrado era exigida pelos interesses da burguesia. A religião representava o passado e a ciência alinhava-se aos vitoriosos, ao lado que diziam ser a verdade. A ciência exigia a submissão do pensamento, a rigorosa objetividade, com isso a religião passa a ser vista como um discurso desprovido de sentido e também como passado. Apesar do enfraquecimento religioso, a religião, segundo Rubem, está mais viva do que nunca, que os deuses conseguiram novos nomes e novos rótulos. A concepção de mundo do povo da Idade Média era enriquecida pelo significado que se dava as coisas. Estudava-se o universo e as coisas buscando entender seu significado. Diz o autor que o avanço científico surge a partir do momento em que a ênfase das coisas é dada ao que elas são de fato.
Nesta obra, o autor tenta fazer com que o leitor amplie seus horizontes em relação ao significado da religião em seus diferentes contextos. Ele tenta não adentrar e aprofundar apenas em uma religião, em seu universo particular, mas sim de uma forma genérica. Ele também foi capaz de fazer o paradoxo entre as diferentes classes sociais mostrando assim cada concepção sobre o conceito de religião para cada qual classe. Mostrou também que independente da forma de pensamento do que é religião, haverá sempre novos conceitos e expansão à visão sobre religião.
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