Resenha Sobre o Filme o Abraço da Serpente
Por: Mírian Deyse • 17/11/2020 • Resenha • 2.180 Palavras (9 Páginas) • 326 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
FAD – FACULDADE DE DIREITO
DISCIPLINA: Introdução ao Direito
Resenha descritiva do Filme “O Abraço da Serpente” de Ciro Guerra
O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra (Colômbia / Venezuela / Argentina, 2015)
O filme retrata a história de Karamakate, outrora ele era um grande xamã da Amazônia, é o último sobrevivente do seu povo, depois da luta contra os colonizadores, ficou isolado voluntariamente na selva, ficando-o em estado de privação de sentimentos e memórias, mas sucede uma modificação em seu cenário atual, quando chega ao seu esconderijo Evan, um etnobotânico americano em busca da Yakruna, uma planta com poderes que dão capacidade de ensinar a sonhar.
O começo do filme mostra o encontro entre Kamarakate e um pesquisador branco. Tudo iniciou quando ele recebeu uma visitação de um indígena da aldeia Bará, a reação dele foi tentar impor ato de defesa, por meio de uma lança, pois para ele, esses indígenas tinham se rendido ao “brancos” colonizadores sem lutar contra eles, e são vistos como traidores.
A chegada desse indígena deixou Karamakate, um pouco desconfiado, pois estava acompanhado de um pesquisador doente dentro do seu barco, e este indígena bará queria que o Karamakate ajudasse a cura-lo, e via nele, uma oportunidade para isso. Entretanto, ele se reluta a ajudar, pois não queria trair sua comunidade, ajudando quem tanto os fez sofrer.
Ao ver o pesquisador, ele se depara com um objeto de sua tribo no pescoço dele, e através de seus relatos do colonizador, descobri, que ainda pode existir pessoas da sua tribo xamã vivas, deixando-o perplexo, e com o surgimento dessa possibilidade, parti para sua oca dentro da floresta. A imagem do opressor juntamente com seu relato, o deixa pensativo.
Karamakate, vai ao encontro do homem branco e do indígena da tribo dos barás, com um dose de ervas medicinais e coloca para o colonizador, mas antes de deixar ele falar, ele fala que somente Yakruma pode salvar ele, porém faz uma observação, ele pergunta sobre a tribo dele, e dar uma condição para o homem branco: se a tribo estiver viva, ele não vai mata-lo, se não estiver, ele morre, e o branco condicionado a isso, ver por meio dele uma perspectiva de cura, pois lá está yahruma, quem pode ajudá-lo a ficar saudável novamente.
Porém, exige do pesquisador que respeite e obedeça algumas regras, a primeira será o respeito com a natureza durante a viagem, deve-se permitir permissão aos Donos dos Animais, para se alimentar do que está na floresta, e se acaso encontrar uma mulher, so deve deitar com ela após a Lua mudar, ele acaba concordando com as condições.
A retratação de como se deu o encontro foi colocado logo nosso início do filme, mais adiante, anos após o encontro entre kamarakate e o pesquisador, um cientista chamado Evan, vai em busca da magnifica planta yakruna, e encontra Kamarakate, os seus estudos decorre sobre as plantas, e foi através do livro de Theodor Von Martius, que há 40 anos atrás, esteve e escreveu sobre ela, onde se coloca a ir em busca da planta.
Evan se encontra com Karamakate, e Karamakate deixa transparecer que nada sabe acerca dela, após um diálogo, kamarakate deixa escapar que conhece a planta, o homem branco então oferece dinheiro, ele fala: “ formigas gostam de dinheiro, eu não, o gosto é ruim”.
Então Kamarakate fala que uma vez sonhou com um homem branco doente, e que ele tinha que sonhar, ele tinha que aprender para poder se salvar. A conversa se estende, e Evan pergunta sobre alguns do significado dos desenhos na rocha, onde Kamarakate não mais lembra, fala que as pedras conversavam com ele, mas após alguns anos, tudo silenciou, ele já não mais escutava, onde se tornou vazio. O pesquisador fala que as pedras parece um desenho da vida da yakruna, lembrou por causa do livro, tinha as mesmas figuras.
A busca pela origem da planta começa, eles vão pelos rios da floresta, ao entrarem no barco, ele pega o livro, vê a foto do pesquisador, que para ele, não era mais ele, era o chullachaquis dele, tanto o colonizador como ele tinham virado chullachaquis, significa que eles agora viam uns espíritos e que esses apareciam para os solitários que se perdiam na floresta, que não tinham mais memória.
Kamarakate descobre que o pesquisador nunca retornou para sua terra, que o livro que estava vendo era escritos dele, que foram guardados pelo companheiro de viagem e publicados. A lembrança do colonizador, o faz lembrar da viagem em busca da yakruna que ele fez com ele e o indígena Manduca bará, o local onde desembarcaram estava cercado de indígenas conhecidos pelo pesquisador, este por sua vez já está habituado com a tribo, todos ficavam ao seu redor para escuta-lo, é amigo da tribo.
Retornam para o rio, em busca da yakruna, porém o pesquisador, relata a perda da bussola, contudo, o chefe da tribo Tuschaua não quer devolver, pois para ele há bastante significado. Enquanto estão a olham o rio, Kamarakate observa e fala para Manduca que este está marcado pelos homens brancos no corpo, este, entretanto, diz está “livre”.
Eles adentram floresta e Manduca encontra várias cruzes das quais jazem seus familiares e pessoas da tribo dizimada pelos colonizadores, a lembrança de onde exploravam e tiravam seringueira veio a tona, a revolta logo tomou conta de Manduca, e se encontram com um indígena desesperado pelo sofrimento que está passando, este pede que o matem, para encerrar o sofrimento. Mancuca, porém não atira, mas fala “que ninguém merece este inferno”.
A dúvida de Kamarakate, quanto ao pesquisador começa a aparecer, ele questiona se realmente deve confiar em homens brancos, em homens que confiam em armas, que so geram violência, morte. Questiona Manduca, quanto a sua cultura, que foi deixada pela cultura dos homens brancos. Todavia, o pesquisador fala que não há morte, e sim vida, vida pelos seus desenhos, por tentar levar para seu povo, o que viu pela floresta. Porém o custo para o homem branco levar seus escritos, são caros, são caros, pois foram pagos com muito sangue indígena, e isso não é justificável.
O pesquisador mostra seus escritos, e Kamarakate descobri que o homem branco sonhou, mas não falam do sonho. Ao retornarem para o rio Kamarakate escuta barulho de tiros vindo das florestas, e fala “se esses barões da borracha são homens, sou uma cobra”
Kamarakate chama o pesquisador, e fala a ele que também sonhou com a figura do caderno dele, e que eles tem que falar com o mestre caapi, para entender o que significa, e eles bebem um pouco de uma ver, para isso. Enquanto Kamarakate relata que sonhou, que o mestre caapi, o mostrou um lugar e um animal, o pesquisador não sonha, e questiona Kamarakate de o porquê ele não ter falado com ele, a descrição do sonho, deixa o homem branco indagado se acaso a planta ainda pode ajudá-lo. O significado do sonho rodeia duas questões, e questionamentos a primeira seria, matar o pesquisador e a outra advinda do animal, era ligado a proteção.
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