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Resenha do Filme Babel - Antropologia

Por:   •  22/3/2016  •  Resenha  •  2.850 Palavras (12 Páginas)  •  1.093 Visualizações

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FACULDADE BRASILEIRA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

EAD ADAPTAÇÃO 2014/1

CARLOS EDUARDO ROMANO

RESENHA CRÍTICA DO FILME BABEL – RELAÇÃO COM TEMA RELEVANTE ABORDADO EM ANTROPOLOGIA JURÍDICA

VITÓRIA-ES

2014

CARLOS EDUARDO ROMANO

RESENHA CRÍTICA DO FILME BABEL – RELAÇÃO COM TEMA RELEVANTE ABORDADO EM ANTROPOLOGIA JURÍDICA

Trabalho apresentado ä disciplina Antropologia Aplicada ao Direito do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Brasileira - Multivix, como requisito para avaliação. Orientador: Prof. Tatyana Lellis

VITÓRIA-ES

2014


1 INTRODUÇÃO

O filme Babel (2006) do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, aborda quatro histórias que se desenvolvem em diferentes continentes e que são interconectadas pelo mesmo incidente: o disparo de um rifle por dois garotos pastores do Marrocos, que atinge um ônibus de turismo ferindo uma americana. Este incidente revela diversas inter-relações entre pessoas de regiões totalmente distintas. Personagens habitantes de quatro países diferentes, Japão, México, Marrocos e Estados Unidos, têm suas vidas e famílias profundamente afetadas e a partir do disparo da arma. O filme ainda nos expõe algumas das variadas diferenças culturais e étnicas existentes no Mundo e tem como temas principais o problema da falta de comunicação entre as pessoas e a globalização e suas disfunções estruturais.

 

2 RESENHA CRÍTICA DO FILME BABEL

A trama do filme Babel começa em uma região remota do Marrocos contando parte do cotidiano de uma família daquela região, cujo pai, Abdullah era criador de cabras. A cena seguinte deflagra os acontecimentos futuros e funciona como elo que interliga as estórias de todo o filme. Para fazer com que os chacais parassem de atacar seu rebanho, ele compra um rifle e munição de seu vizinho, Hassan Ibrahim. Abdullah dá o rifle para seus filhos, Yussef e Ahmed, para que estes eliminem os chacais, mas ao invés de obedecerem à ordem do pai ficam “testando” a que distância um disparo da arma pode atingir, um desses disparos atinge um ônibus de turismo e consequentemente uma turista americana é alvejada.

A mulher baleada, Susan, estava em uma viagem com seu marido, Richard, ambos viajavam por estarem abalados com a situação da morte de um de seus filhos, e tentavam esquecer o problema. Com o ferimento a turista necessitava de auxílio médico e o guia turístico que estava no ônibus os levou até uma aldeia próxima, pois o hospital mais perto ficava a quilômetros de distância. Chegando à aldeia Susan foi atendida por um veterinário que era o mais qualificado naquele momento para tentar ajudar, seu companheiro tenta buscar ajuda ligando para uma ambulância que não chega ao local. Os outros turistas que estavam no ônibus não querem esperar naquele intenso calor e com medo de mais “ataques terroristas”. Reféns do medo, os turistas não conseguem nem se solidarizar com o drama vivido pelo casal atingido. Aliás, o tema do estranhamento entre culturas está presente no filme em diversos momentos. O ônibus parte e deixa o casal e o guia, e o marido consegue entrar em contato com a embaixada americana que manda um helicóptero para buscar a moça ferida, mostrando a força americana inclusive em territórios distantes, proporcionando o resgate. A americana é levada e um hospital, e sobrevive.  

Em relação e a esse fato da demonstração de poder, pode ser percebida a paralisação da população com a chegada da aeronave, mostrando como aquela região ainda é afastada da tecnologia e da modernidade mesmo perante a um mundo globalizado, fato que pode ser percebido também na população local ao se observar, além das condições precárias de vida, as  suas casas feitas de materiais simples e de forma artesanal.

A embaixada americana, temendo que o ato fosse um atentado terrorista, faz com que a policia marroquina procure o verdadeiro executor do crime. Nas investigações chega até os meninos, Yussef e Ahmed, através do vendedor da arma, Hassan Ibrahim, que a havia ganhado anteriormente de um caçador japonês, Yasujiro Wataya, de presente por ter sido um bom guia. Hassan após muita agressão sofrida pelos policias fala que vendeu a arma para seu vizinho Abdullah, ao encontra-los a polícia confronta o criador de cabras e dispara tiros contra o mesmo e seus filhos, sendo que Yussef é atingido na perna. Ahmed então dispara um tiro contra um policial que é atingido no ombro e seu irmão recebe um outro tiro fatal. Para que os policiais ajudassem a socorrer o irmão, Ahmed se declara culpado do tiro contra o ônibus e implora socorro a seu irmão.

Podemos também observar o comportamento social da família marroquina, Ahmed observava sua irmã em momentos íntimos com consentimento da mesma e com isso se sentia atraído por ela, quando seu pai descobre, reprova e castiga o filho. Esse tipo de atitude mostra que a família chega ao ponto do incesto, conceito que foi existe para evitar relações entre os familiares e criar a definição de família, como escreve Elisabeth Roudinesco. É a sexualidade reprimida, demonstrando a necessidade de romper fronteiras de ordem familiar. A cultura Marroquina é diferente da ocidental, homens podem ter a quantidade de mulheres que podem sustentar, e estas ainda tem que utilizar as burcas, trajes que cobrem todo o corpo. Demonstrada aqui a discriminação sofrida pela mulher no mundo islâmico. A diversidade cultural, muitas vezes não é reconhecida e diferenciada entre pessoas que seguem o Islamismo, mas a diferença entre etnias Árabes é um conceito que muita vezes é confundido em questões culturais.

Nos estados Unidos, os filhos do casal que estavam em viagem pelo Marrocos ficaram sob os cuidados de uma babá mexicana, Amélia, que tomava conta dos mesmos na cidade onde viviam, em San Diego, na Califórnia. Devido aos fatos citados anteriormente a babá é obrigada a ficar com as crianças, pois não tinha com quem os deixar. Porém naquele contexto ela não poderia ficar com as mesmas, pois teria que ir ao casamento de seu filho no México, país vizinho, e não vendo saída resolve levá-las ao evento. Para fazer o trajeto ela pega carona com seu sobrinho Santiago. Ao chegar ao México, às crianças tem um choque cultural e falam sobre as informações que receberam dos pais, os quais disseram que aquele era um local perigoso e atrasado, demonstrando para os locais, que mesmo sendo crianças, já tinham uma opinião preconceituosa formada, herdada dos pais, sobre diferentes culturas e consequentemente sobre a diversidade.

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