Resenha do filme "A caça"

Nome: Bruno Ermel Dias
Disciplina: Teoria Geral do Direito
Professor: Diego Alberto dos Santos

Resenha do filme “A caça”

de Thomas Vinterberg

O filme conta a história de Lucas, um homem que vive em uma pequena cidade na Dinamarca onde todos se conhecem e são amigos ou próximos, se separou recentemente da mulher e começou a trabalhar como professor em uma escola infantil, aparentemente gostando muito do seu trabalho e tendo uma relação bem afetiva com seus alunos, que muitos são filhos dos seus amigos. Assim como a pequena Clara, filha do seu melhor amigo, onde ele tem uma relação muito próxima e ajuda ela em diversos problemas na vida de uma criança de 5 anos.

O problema começa para ele, quando clara tenta demostrar um amor infantil e inocente por ele de uma forma inesperada, lhe dando um beijo na boca e lhe entregando um coração como presente. Após ser repreendida por sua atitude pelo professor, fica com muita raiva, e faz uma queixa de abuso sexual por parte do professor para uma outra professora da escola, baseada no que sua imaginação criou e de cenas pornográficas que ela viu pelo seu irmão mais velho, que também foi aluno do professor Lucas.

Todos na cidade acreditam na inocência da menina, e começam a julgar o professor, ele acaba perdendo o emprego, os amigos, e começa a ser excluído da sociedade onde vive, começa a ser tachado de pedófilo, sendo agredido e xingado muitas vezes.

Outras crianças dizem que foram violentadas pelo professor, então ele vai preso, mas é solto rapidamente por falta de provas, e não fazer sentido o que as crianças falaram, já que elas falaram que foram assediadas em um porão, e na casa dele não havia porão. Mas a polícia foi seu menor problema, já que a sociedade ainda acha que ele é culpado.

Mesmo depois de provar sua inocência para todos, e voltar a conviver com seus antigos amigos, o final do filme traz algo muito impactante para o espectador, que é um último atentado a vida dele, desta vez, de morte, alguém tenta matar ele em uma caçada, mas o filme não mostra quem.

O que se pode concluir deste filme, é que o poder que o julgamento da sociedade é grande demais, maior talvez do que elas mesmo possam imaginar, podendo destruir a vida de um homem inocente. Mas ele não demonstra remorso já que aceitou a inocência da criança, se mostrando amigo dela no final das contas, ajudando ela em mais um dos seus problemas infantis em não pisar nas linhas.

O final do filme, deixa o pensamento de que a pessoa que atiro, representa a sociedade, ou pelo menos parte dela, que ainda não aceitou a inocência de Lucas, Provando mais uma vez o que o julgamento precipitado e errado pode fazer na vida de alguém, causar danos irreparáveis.

Na minha opinião, o ponto chave da repercussão da história do ato de pedofilia inventado por Clara, não foi apenas a menina ter mentido, foram os adultos terem acreditado cegamente que uma menininha inocente não mentiria, e pior, ter espalhado como verdade, e dando cada vez mais brechas para a história se expandir, deixando pontos cegos na história, e cada vez se tornando maior, preenchendo tais pontos como queriam.

Outro ponto chave do filme, já citado brevemente nesta resenha, é a penalidade social sofrida pelo professor, e não jurídica, como era de se esperar caso provado o ato. A sociedade não precisa de provas para julgar culpado ninguém e nem para aplicar “penas” como exclusão social ou até agressão física e verbal, buscando a tal “justiça” que desejam.