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Resenha do filme Lula

Por:   •  1/3/2016  •  Resenha  •  791 Palavras (4 Páginas)  •  366 Visualizações

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"Nesta família ninguém vai ser ladrão ou  prostituta", dizia D. Lindu, mãe de Lula. 

        

        Em 1945, em Caetes, no sertão de Pernambuco, D. Lindu dá a luz ao seu sexto filho, Luiz Inácio da Silva "Lula". A primeira infância de Lula coincide com as maiores secas já ocorridas no nordeste brasileiro. Sem marido, e tendo que dar conta de 6 filhos, D. Lindu,, literalmente carrega a casa nas costas, sem abrir mão de seus princípios e valores

         Aos 3 anos, Lula é surpreendido pelo retorno do pai, Aristides, que reaparece acompanhado de dois meninos, que ele diz também serem seus filhos. O contraste entre Aristides e os dois meninos, vestidos com roupas da "cidade", e sapatos, contrasta com a miséria e os trajes maltrapilhos de Lula e seus irmãos. Aristides fica no sertão apenas por uma semana, o suficiente para Lula tomar contato com a aspereza e o início do alcoolismo do pai. Ao ir embora, Aristides leva Jaime, o segundo mais velho dos filhos de Lindu, a deixando mais uma vez grávida. Apesar da seca e da miséria, D. Lindu não perde a integridade e faz com que os filhos não percam a esperança.

         Durante a seca de 1952, a pior seca da história conhecida do nordeste brasileiro, chega a surpresa: uma carta de Aristides, dizendo que prosperara e que a queria e a todos os seus filhos ao seu lado em São Paulo. D. Lindu vende tudo o que tem, inclusive seu pedacinho de terra e parte com os filhos num pau-de-arara. O que eles não sabiam é que a carta era falsa. Jaime, cansado de apanhar do pai, forjou uma carta de Aristides chamando a família. Aristides, na verdade, queria distância de Lindu.

         A viagem no pau-de-arara é a parte fundamental, pois é a partir dai que forma a personalidade de Lula. Foi nessa travessia pelo inferno que Lula tomou contato com a miséria absoluta, com o descaso, em suma, durante os 13 dias de viagem, Lula conheceu a maldade humana, e apenas conseguiu sair ileso dessa travessia, porque foi amparado pela integridade e compaixão de D. Lindu. 

        Em São Paulo a família Silva se deparou com precárias condições de vida, praticamente sem teto e sem as mínimas condições de sobrevivência. Aristides passou a dar surras constantes nos filhos, e os proibiu de estudar. Tendo que sustentar duas casas, Aristides passou a beber cada vez mais, e Lula assistiu à degradação de sua figura paterna. Enquanto Aristides infernizava a vida de Dona Lindú, Lula trabalhava como vendedor ambulante e engraxate. Ele era um garoto tímido, muito observador.

        Nesse contexto de vida, D. Lindu era a âncora que mantinha a família unida e íntegra, sempre confiante no futuro, sobretudo do filho caçula, Lula. A forte personalidade de Lindu e sua fé quase mística forjaram a personalidade dos filhos, e Lula, sem dúvida, foi o grande beneficiário da força positiva do pensamento de D. Lindu. No auge das dificuldades, ela sempre afirmava: - "Tem gente em situação pior. Não adianta ficar se lamentando".

         Liderados por essa mãe-coragem, os Silva foram abrindo e ampliando seus caminhos, numa trajetória ascendente. Vavá, Ziza, Frei Chico e Lula se tornaram operários qualificados, Zé Cuia motorista, Jaime continuou estivador, e as moças, Marinete, Maria, e Sebastiana casaram.

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