Roteiro – Dom Casmurro
Por: Luis Felipe • 17/8/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.354 Palavras (6 Páginas) • 578 Visualizações
Roteiro – Dom Casmurro
Bento de Albuquerque Santiago apelidado de Bentinho, cujo pai (Pedro de Albuquerque Santiago) deputado no Rio de Janeiro, morrera quando tinha 5 anos de idade. Após isso começou a morar com sua mãe, D. Glória, seu irmão Tio Cosme, sua prima, Prima Justina e um agregado da família José Dias, em um casarão na rua Matacavalos. Já com 15 anos, voltando para casa em um determinado dia, e pegou uma conversa entre José Dias e sua mãe:
José Dias: — Mas D. Glória, a senhora ainda insiste em mandar o nosso Bentinho para o seminário? Já passou da hora, e já que agora pode haver uma dificuldade.
D,Glória: — Que dificuldade?
José Dias: — Uma grande dificuldade... (após isso José Dias volta ao corredor, para ver se tem alguém)
José Dias: — A dificuldade está na gente do Pádua.
D.Glória: — A gente do Pádua?
José Dias: — Já estava querendo lhe dizer isso mas não criava coragem.Não parece bonito que Bentinho ande metido nos cantos com Capitu...
D.Glória: — Metido nos cantos?
José Dias: — Apenas um modo de falar. De segredinhos, sempre juntos. Bentinho quase não sai de lá. A menina é uma desmiolada.
D.Glória: — Mas José Dias, vejo os dois brincando e nunca vi nada disso. Olhe as idades deles, Bentinho tem 15 anos e Capitu acabou de fazer 14 anos, são apenas crianças. Não se esqueça que foram criados juntos. Mano Cosme o que você acha?
Tio Cosme: — Ora! São apenas imaginações de José Dias!
D.Glória: — Creio que o senhor esteja enganado José Dias.
José Dias: — Pode ser minha senhora. Mas saiba que eu falo isto apenas depois de examinar muito...
D.Glória: — Então, o tempo passa, vou mandá-lo ao seminário o quanto antes.
Tio Cosme: — Mas mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre?
D.Glória: — É promessa, deve ser cumprida.
Tio Cosme: — Sei que você fez promessa... mas uma promessa assim... não sei... O que você acha, prima Justina?
Prima Justina: — Eu?! Prefiro não comentar...
Tio Cosme: — A verdade é que cada um sabe de si mesmo. Deus é que sabe de todos. Porém, uma promessa de tantos anos... Mas o que é isso, mana Glória? Está chorando? Pois isto é coisa de lágrimas?
D.Glória assoou sem responder e permaneceu um alto silêncio, até que esta sobe para seu quarto triste e reflexiva.
Quando Bentinho vê todos indo embora, deixa seu esconderijo e corre para a varanda do fundo, mas, pensando na provável causa das lágrimas de sua mãe, que teve início no tempo em que nascera. Após o primeiro filho ter nascido morto, D.Glória fez uma promessa a Deus que, se o segundo filho viesse varão, saudável, iria mandá-lo à igreja. Mas, após enviuvar, ficou com medo de se separar do filho, e era tão devota a Deus, que buscou testemunhas de obrigação, confiando a promessa a amigos e familiares.
Depois de refletir sobre ele e Capitu, decidiu ia até sua casa para contar-lhe que ia para o seminário. No caminho pega uma conversa de Capitu com sua mãe.
D.Fortunata: — Capitu!
Capitu: — Mamãe!
D.Frtunata: — Pare de esburacar esse muro; vem cá.
Depois de criar coragem, Bentinho entra e vê sua amiga de infância riscando o muro com um prego, porém o ranger da porta a faz olhar para trás.
Capitu: — O que você tem?
Bentinho: — Eu? Nada.
Capitu: — Não é nada; você tem alguma coisa
Capitu: — Anda logo Bentinho, diga o que você tem.
Bentinho: — Não é nada (diz gaguejando)
Bentinho: — É uma notícia.
Capitu: — Notícia de quê?
Capitu : — E então?!
Bentinho: — Você sabe... (diz enquanto olha para o muro)
Quando tenta inclinar-se para ler melhor Capitu o segura, mas quando dá um pulo, consegue ler antes de Capitu apagar, então começam a se encarar, de mãos dadas.
Após um tempo, pai de Capitu chega no quintal.
Sr.Pádua: — Vocês estão jogando o jogo do siso?
Bentinho e Capitu soltam as mãos e desviam os olhares, bem atrapalhados.
Capitu: — Sim, papai! Mas o Bentinho ri toda hora, não consegue ficar sério.
Sr.Pádua: — Mas quando eu cheguei, ele não ria.
Capitu: — Já tinha rido outras vezes, mas não pode. Papai quer ver?
Bentinho, passado o momento não consegue rir para apoiar a resposta de Capitu.
Capitu (cansada de esperar): — Tá vendo papai?! Só porque o senhor está aqui ele fica sério.
Sr.Pádua: — Tudo bem então, meninos, me desculpem. Capitu só não estrague o nosso muro ok?
Capitu: — Tá bom, papai. Bentinho porque não entra e me conta o que você veio dizer?
Já dentro da casa Bentinho diz o que era, mas Capitu não reage muito bem.
Bentinho: — O que eu queria dizer é que... minha mãe quer me mandar para o seminário.
Bentinho: — Mas eu não quero; não quero entrar em seminários, nem que teimem comigo. Te juro Capitu!
Capitu: — Mas sua mãe também, não ajuda...
Capitu: — Pois trate então de falar com José Dias para convencer sua mãe a desistir dessa ideia
Bentinho: — Mas se foi ele mesmo que falou...
Capitu: — Não interessa, pode dar certo. Ele gosta muito de você, o importante é não falar com medo, demonstre autoridade, ele tem é que servir a você, fará com muito mais calor que outra pessoa.
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