A Revolução Keynisiana
Por: alfk • 25/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.961 Palavras (8 Páginas) • 256 Visualizações
Revolução Keynisiana
A Teoria Geral provoca uma revolução no pensamento econômico criando as bases para o nascimento da macroeconomia, tendo como “pano de fundo” proporcionar condições para o embasamento analítico visando estudar as variáveis econômicas como o nível de emprego, o preço e o produto.
Keynes irá romper este paradigma invertendo essa dualidade, inserindo, ou seja, enfatizando a macroeconomia. O rompimento de um paradigma no tocante ao pensamento clássico vigente provocou o que muitos autores denominam de “Revolução Keynesiana”, pois revoluções rompem a estrutura do pensamento dominante vigente, transformando a sociedade e inserindo novos valores, que vem de encontro com a concepção da Teoria Geral.
Um dos fatores relevantes no universo da Teoria Geral é que o equilíbrio poderia ser alcançado não apenas no pleno emprego, mas em qualquer estágio de produto e emprego.
Segundo seu pensamento, uma economia que atingisse o estágio de depressão poderia perpetuar nessa situação, pois o sistema permitia isso, não havendo mecanismos que proporcionasse a mudança para outro estágio ou etapa.
O modelo econômico vigente assentado no pensamento clássico impedia que houvesse melhora, podendo até aprofundar o estágio de depressão ao qual se encontrava a economia.
Segundo Keynes, o ideal seria substituí-las pelas análises de curto prazo no que se referem ao emprego e produto , pois estavam comprometendo fortemente as economias desenvolvidas. A Teoria Geral contrapõe a teoria clássica, pois esta reza pelo automatismo do pleno emprego e seu equilíbrio no longo prazo. Keynes abomina a ideia da “mão invisível” que conduz a economia ao pleno emprego e ao equilíbrio no longo prazo.
A concepção clássica no tocante a acreditar que todas as crises cíclicas do capitalismo eram sanadas pelas forças do mercado acabou sofrendo uma ruptura quando se instaurou a grande depressão de 1929-33 nos USA e na Inglaterra.Nesse sentido, a essência do pensamento clássico em oferecer respostas para a crise econômica daquele momento geraram condições para o fortalecimento das ideias emanadas na Teoria Geral.
A visão clássica de prudência na resolução dos problemas cíclicos do capitalismo e soluções de longo prazo foram perdendo efeito numa nova economia repleta de variáveis , tornando-se vulnerável no sentido de explicar as crises cíclicas do sistema capitalista. O aprofundamento da recessão e a falta de visão macroeconômica da Teoria Clássica impulsionaram e fortaleceram a disseminação das novas ideias contidas na Teoria Geral. Keynes rompe com o paradigma de que o mercado em si próprio proporcionaria o pleno emprego. No tocante aos preços de mercado a Teoria Clássica reza dois papéis no que tange a tomada de decisões. Em primeiro lugar, as atividades econômicas estão sujeitas aos preços de mercado que fornecem todos os subsídios de informação necessária para o próprio andamento e desenvolvimento das atividades econômicas. No que concerne as quantidades estas dependem dos preços que fornecem incentivos suficientes no sentido de proporcionar os ajustes necessários.
A Teoria Clássica pressupõe que o equilíbrio, ou seja, os preços relativos se adequavam a essas duas variáveis. Keynes refutava a ideia de que o mecanismo dos preços pudesse interferir na eficiência internacional, todavia é importante salientar que Keynes não a creditava nos preços no sentido de orientador do mercado, mas sim a eficiência do mecanismo do próprio mercado.
Um dos pontos analíticos de Keynes e que é objeto de reflexão consiste no papel dos gastos públicos como complemento ao setor privado A Teoria clássica tem como embasamento a parcimônia do consumo, ou seja, de gerar poupança e a vontade de investir no sentido de expansão do sistema.
O investimento estava condicionado ao montante de poupança gerada, isto é, a poupança era a mola propulsora do crescimento e desenvolvimento da economia. Keynes particulariza as diferenças entre poupança e investimento.
No tocante a demanda agregada esta tornar-se-ia limitada a partir do momento em que as poupanças superassem os investimentos, conduzindo a uma recessão. A variável relevante é o investimento , pois a poupança vem a reboque do investimento, ou seja, se ajustaria através da renda.
Nesse contexto, de retração da demanda caberia ao governo praticar políticas anticíclicas complementando os gastos privados como a redução de impostos. A retração da demanda que induzia ao desemprego era fruto de queda de novos investimentos. Caberia ao governo estimular a oferta de recursos com um foco em obras públicas.
Keynes acreditava que o equilíbrio orçamentário preconizado pelos economistas clássicos seria um fator alimentador das recessões. A queda da renda agregada induz a redução do volume de impostos que inibe os gastos com investimento e também corte de gastos criando uma recessão mais profunda. A preocupação principal de um governo não deveria ser o equilíbrio fiscal mas sim o desemprego.
Keynes não negligenciou o papel da moeda, tendo esta papel relevante na Teoria Geral. Tanto a poupança como o investimento são influenciados pela taxa de juros. A oferta e a demanda de moeda determinam a taxa de juros. Com o intuito de alavancar os investimentos privados e em conjunto com a renda e o emprego, a política monetária tem papel preponderante no sentido de manter em níveis baixos a taxa de juros.
Na Teoria Geral, Keynes tinha dúvidas se a política monetária , de influência na taxa de juros, adotada pelos bancos centrais no inicio do século XX, seria pratica suficiente para evitar redução da atividade econômica e consequentemente a recessão. A crítica de Keynes não é no âmbito da relevância na política monetária, mas que esta para ser mais altiva deveria inserir uma maior participação de títulos de longo prazo.
No que concerne aos preços com relação ao seu papel na esfera internacional, Keynes irá inverter a visão de Marshall, ou seja, o mecanismo de ajuste de quantidade e preços. Segundo a colocação de Keynes, a redução da demanda agregada estaria ligada a um ajuste nas quantidades, isto é, no produto real e no nível de emprego. O foco analítico da Teoria Geral é um norteador para que os economistas assumam um caráter mais forte frente as variáveis macroeconômicas.
Keynes teve sucesso em suas investidas, pois se rompe o “status quo” do pensamento da época em que se procurava um refúgio na academia a enfrentar os problemas reais. Com isso, conseguiu propagar um novo conceito político. A Teoria Geral teve uma grande influência sobre o pensamento econômico rompendo paradigmas pré-estabelecidos . Cabe ressaltar o seu peso pragmático e não somente teórico, em que observamos políticas como o New Deal de Roosevelt e a própria criação do FMI e do BIRD na conferência de Bretton Woods nos USA em 1944.
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