Contribuição do campo francês de Vidal de La Blas
Tese: Contribuição do campo francês de Vidal de La Blas. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: gisele16 • 20/10/2014 • Tese • 397 Palavras (2 Páginas) • 382 Visualizações
dições naturais exerciam sobre o homem.
Na virada do século XIX a geografia conta com a importante contribuição do francês Paul Vidal de La Blache (1845-1918). Para ele, o que interessa é o resultado da ação humana na paisagem. Durante eras o homem se adaptou a diferentes lugares do planeta, criando, no relacionamento constante com a natureza, um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes (“gêneros de vida”), que lhe permitiram usar os recursos disponíveis. Assim, o homem conseguiria sobreviver e evoluir, não determinado pelo meio, mas à medida que ele dominasse e transformasse a natureza.
Nos anos 1920 o geógrafo alemão Carl Sauer (1889-1975), em seu texto The morfology of landscape, sob influência da antropologia americana, introduziu a distinção entre paisagem natural e paisagem cultural. Enquanto a primeira refletiria as formas e objetos Para se opor ao “determinismo geográfico” de Humboldt e Ratzel, o historiador francês Lucien Febvre utilizou, nos anos 1920, a expressão “possibilismo geográfico” da natureza, que existe com ou sem o homem, a segunda seria o resultado direto da relação do homem com o meio. Sob sua batuta surgiu a poderosa escola de Berkeley, nos Estados Unidos, bem como a influente corrente da geografia cultural, cuja ênfase recai na ação transformadora do homem sobre o meio.
Na região do vale do Loire parece haver caso semelhante. No norte predominariam as grandes culturas (aquelas que ocupam grande extensão da terra arável); as parcelas seriam alongadas e regularmente agrupadas; florestas expulsas pelos arroteamentos aos limites das glebas e espalhadas pelos terrenos roçados; fortes servidões coletivas sobre as lavouras; charruas puxadas por cavalos; habitat povoado; casas de pátios fechados; preponderância do arroteamento. No sul, ao contrário: pequenas culturas (ocupa uma pequena parte da terra arável); largo uso da cultura temporária, em detrimento das vastas charnecas ou de restos de bosques; campos irregulares; matas extensas que asseguravam o alimento dos rebanhos; florestas degradadas e retalhadas; charrua ou arado movidos por bois; habitat de povoados ou casas isoladas; casas de pátios abertos; meação (BLOCH, 2001: 510).
Em suma, duas diferentes paisagens agrárias (campo aberto ou fechado), dois tipos de regime de trabalho (coletivo ou individual), dois tipos de povoado, diferentes ritmos de desmatamento. Em outras palavras, como dirá anos mais tarde o próprio Bloch, “por detrás dos traços sensíveis da paisagem (...) são exatamente os homens que a história pretende apreender” (BLOCH, 1997: 88).
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