Créditos de carbono
Tese: Créditos de carbono. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lestart • 13/4/2014 • Tese • 2.007 Palavras (9 Páginas) • 267 Visualizações
Dois desses mecanismos correspondem somente a países do Anexo I: a Implementação Conjunta
(Joint Implemention) e o Comércio de Emissões (Emission Trading); o terceiro, o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo‑MDL (Clean Development Mechanism), permite atividades entre o Norte e o
Sul, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável.
Créditos de carbono
Um dos mecanismos criados pelo Protocolo de Kyoto para incentivar a redução da emissão de gases
do efeito estufa é a Redução Certificada de Emissão, também chamada de créditos de carbono. Trata‑se
de um certificado emitido por uma pessoa física ou jurídica que reduziu a sua emissão de gases de efeito
estufa abaixo da sua cota. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono.
Assim, esses créditos de carbono podem ser negociados no mercado mundial. Empresas ou países
que não conseguirem alcançar a sua meta de redução poderão comprar os créditos de empresas que
conseguem reduzir suas emissões abaixo de suas cotas.
Os créditos de carbono podem constituir um poderoso instrumento financeiro para incentivar as
pessoas a reduzirem sua emissão e ainda lucrarem com isso. A sua inclusão no protocolo de Kyoto
decorreu de uma proposta dos Estados Unidos da América, como explica Sandel (2012a, p. 73):
Na conferência sobre o aquecimento global, realizada em Kyoto em 1997, os
Estados Unidos insistiram que, para o estabelecimento de padrões mundiais
de emissões poluentes teria de ser levado em consideração um esquema de
permutas que permitisse comprar e vender o direito de poluir. Assim, por
exemplo, os Estados Unidos poderiam cumprir suas obrigações no contexto
do Protocolo de Kyoto ao reduzir suas próprias emissões de gases do efeito
estufa ou então pagar para reduzir emissões em outros países.
Todavia, críticas não faltam a esse mecanismo de compra e venda de créditos de carbono. As
principais argumentam que isso constitui uma licença para poluir mediante pagamento. Os mais ricos
poderão pagar pelo direito de poluir mais. Criar um mercado global do direito de poluir vai dificultar a
cultura da contenção e do sacrifício compartilhado, que é a base de toda a ideia de proteção ambiental e
desenvolvimento sustentável, desde a Conferência de Estocolmo. Muitos críticos comparam os créditos
de carbono às indulgências (os pagamentos em dinheiro) que os pecadores faziam à Igreja na era
medieval, para compensar suas transgressões (SANDEL, 2012). Seja como for, os créditos de carbono,
atualmente, são uma realidade.
Não ratificação do Protocolo de Kyoto pelos Estados Unidos da América
O Protocolo de Kyoto, para ter validade, precisava da ratificação de 55 países que, juntos, emitem
55% das emissões de gases do efeito estufa. Somente com a adesão da Rússia, em 2004, ele atingiu o
número necessário de ratificações, passando a vigorar em 15 de março de 2005.
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Desenvolvimento Sustentável
Todavia, os Estados Unidos da América recusaram‑se a ratificá‑lo na época. O Presidente
norte‑americano George W. Bush, para justificar a sua decisão, alegou que os compromissos estabelecidos
no protocolo comprometeriam de maneira negativa a economia do seu país. Isso demonstra que não
é fácil estabelecer uma questão mundial sobre o meio ambiente. Se, por um lado todos sabem da
importância de se preservarem os recursos ambientais, por outro, a questão econômica fala mais alto.
Esse problema, que envolve as necessidades e valores conflitantes entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento, foi comentado por John Naisbitt (1994, p. 182), que assim se manifestou:
Em um mundo perfeito, a preservação dos recursos naturais de qualquer
país seria apoiada globalmente em prol de um benefício maior. Porém, esse
não é um mundo perfeito. Com uma frequência exagerada, proteger os
recursos naturais significa sacrificar empregos, oportunidades econômicas
e costumes locais.
Não é preciso dizer que as críticas à postura dos Estados Unidos da América foram inúmeras.
Esse foi um duro golpe, que colocou em xeque a própria validade do protocolo, considerando que os
EUA são o país que mais emite gases poluentes na atmosfera.
Apesar disso, em 2009, o presidente Barack Obama encaminhou o protocolo de Kyoto ao senado
norte‑americano para ser ratificado.
2.6 Conferência de Johannesburgo, 2002
Figura 8
Também conhecida como Fórum Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), a Conferência
de Johannesburgo não teve o mesmo impacto das conferências anteriores, apresentando resultados
decepcionantes em relação a elas.
Realizada na cidade sul‑africana de Johannesburgo, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de
2002, tinha como objetivo discutir soluções
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