Desenvolvimento Econômico da China
Tese: Desenvolvimento Econômico da China. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vanessalor • 13/2/2014 • Tese • 1.922 Palavras (8 Páginas) • 314 Visualizações
Aula-tema 03: Desenvolvimento Econômico da China
Esta aula trata da história econômica e do processo de desenvolvimento da China, país que se tornou a segunda economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, mas que, em termos de PIB per capita, continua sendo uma economia bem distante das chamadas economias desenvolvidas e de outras economias emergentes. Vamos analisar os principais fatores que possibilitaram o crescimento econômico da China e suas perspectivas futuras em termos de desenvolvimento humano, competitividade e sustentabilidade ambiental.
A China é uma das civilizações mais antigas do mundo com existência contínua, existem documentos sobre a fundação de cidades-Estado independentes que foram unificadas por volta de 221 A.C. O país alternou períodos de unidade e fragmentação e recebeu influências culturais e políticas de diversas partes da Ásia, levadas por ondas sucessivas de imigrantes.
O Tratado de Nanquim foi firmado entre a China e a Grã-Bretanha em 1842, como condição para o encerramento da primeira das Guerras do Ópio, determinando, entre outros aspectos, a liberdade de moradia de cidadãos ingleses em Cantão, Fuzhou, Xiamen, Ningbo e Xangai. Cedia, também, a posse de Hong Kong por tempo indeterminado para Rainha Vitória da Inglaterra e seus sucessores. Recentemente esta cidade voltou a fazer parte da Republica Popular da China.
A República Popular da China foi fundada em 1949, pelo Partido Comunista Chinês (PCC) comandado por Mao Tsé-Tung. Entre 1957 e 1958, implantou um plano denominado "Grande Salto", buscando a industrialização do país e a reforma agrária, levando milhões de pessoas de volta ao campo. Do ponto de vista social, o governo implantou medidas de controle da natalidade, cotas de consumo e coletivização da propriedade privada. As casas passaram a ser divididas por várias famílias, as pessoas usavam roupas padronizadas de cor azul e recebiam vales para aquisição de uma cesta padrão de alimentos e bens de consumo não duráveis1, toda a população recebia treinamento militar.
Por outro lado, Mao Tse-Tung rompeu com a antiga União Soviética, que deixou de auxiliar financeiramente e com tecnologia a economia chinesa. Como resultado, o Grande Salto fracassou, pois as indústrias não eram competitivas e a agricultura era atrasada, levando à escassez e à fome em massa. A China era um país de baixo índice de desenvolvimento econômico e social.
Mao Tse-Tung também promoveu a Revolução Cultural (1966-1976), que mobilizou as massas contra as velhas lideranças do Partido Comunista Chinês e possibilitou a ele dirigir o país de forma ditatorial. Esta fase se encerrou em 1976 com a morte de Mao. Assume o poder Deng Xiaoping, que inicia um período de reformulação dos rumos econômicos e sociais da China, que alteraram substancialmente o desenvolvimento e o crescimento, levando o país a ter uma nova inserção na economia internacional.
A China manteve a estrutura política de partido único e não há uma oposição formal ao PCC, o que diferencia e distancia o regime político chinês daqueles praticados pela maioria das economias ocidentais.
A China hoje tem uma economia integrada com o mundo, tanto em termos de comércio externo, como em termos de fluxos de capitais para investimentos diretos (IDE), o que ajuda a explicar a sua taxa de crescimento do PIB durante as últimas três décadas.
Em suma, a economia da China, durante os últimos 30 anos, mudou de um sistema de planejamento central para uma economia voltada para o comércio externo, com grande crescimento do setor exportador, tornando-se um importante país na determinação da dinâmica do comércio mundial de bens e serviços, com mais de 6% do total das exportações mundiais. A China deixou de ser um país subdesenvolvido, com problemas econômicos e sociais graves, para se tornar uma economia emergente, uma candidata a nova potência mundial. Mas vejamos como isto foi feito.
As reformas iniciadas no final dos anos 1970 eliminaram gradualmente o sistema de agricultura coletiva, liberaram os preços dos produtos, deram autonomia para a atuação das empresas estatais, iniciaram uma reforma do sistema bancário e possibilitaram o desenvolvimento do mercado acionário chinês. Tudo isto possibilitou o crescimento do setor não estatal e a abertura comercial e financeira, atraindo cada vez mais empresas multinacionais dispostas a produzir no país utilizando a mão de obra barata e que não faz exigências trabalhistas importantes. Um exemplo disto está no fluxo de investimento direto estrangeiro (IDE) em 2007, que foi de cerca de US$ 84 bilhões de dólares.
O crescimento do PIB per capita na China foi em média de 8% ao ano desde 1980, mas como vimos acima, está muito abaixo das economias desenvolvidas. O crescimento do PIB Total deste país tem sido elevado, alcançando taxas acima de 11% em vários anos. Entre 1990 e 2007 o PIB chinês cresceu em média 9,96% ao ano. Os setores que mais crescem são a indústria e os serviços. Estes dados estão detalhados na Tabela 9 do capitulo 2 do livro-texto.
O PIB chinês medido pela Paridade de Poder de Compra (PPC) representou até 2010 13% do PIB Mundial. Esse país detinha até 2010 6% das exportações mundiais de produtos manufaturados de todos os tipos. Esses dados estão na Tabela 1 abaixo.
Tabela 1
Participação percentual do PIB Mundial (PPC) e nas exportações
PIB (PPC)
Exportações (bens e serviços)
China 13 6
Índia 6 1
EUA 21 10
Japão 7 6
UE 15 31
Outros 38 46
Fonte: DAMASCENO, et al., 2010. (PLT - Capítulo 2)
Esse crescimento chinês foi puxado pela grande Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, pelos investimentos em construção de fábricas, compra de equipamentos e infraestrutura básica. A formação bruta de capital Fixo na China manteve-se em patamares acima do 30% do PIB, sendo que a média anual de 1990 até 2007 foi de 35,5% (Tabela 8 do livro-texto). Quando se analisa a formação bruta de capital doméstico, ou seja, o investimento financiado das empresas chinesas, esse valor atinge 39% em média.
O que significam esses números? Que em média 40% do PIB chinês é gerado por atividades ligadas à construção
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