Econoimia
Resenha: Econoimia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lhoyanioda • 5/6/2013 • Resenha • 2.754 Palavras (12 Páginas) • 229 Visualizações
Embora a economia só tenha começado a se desenvolver como ciência no século XVIII, ela adquiriu tamanha importância no mundo contemporâneo que o conhecimento de seus conceitos fundamentais é imprescindível para a compreensão dos grandes problemas sociais e políticos de nosso tempo.
A expressão "economia política" foi usada pela primeira vez por Antoine de Montchrestien em seu livro Traité d'économie politique (1615; Tratado de economia política). A partir daí, o termo caiu em desuso, voltando a ser empregado, de 1770 em diante, quando autores ingleses, italianos e franceses o escolheram para designar a nova ciência que começava a estruturar-se.
A palavra economia (do grego oíkos, "casa", e nómos, "lei") quer dizer "administração do patrimônio". O adjetivo "política" indica que o objeto do estudo engloba os fenômenos relativos à administração dos bens de uma coletividade, seja de um estado, seja de determinados grupos sociais.
Muitas controvérsias surgiram, desde o século XVIII, a respeito da adequação do qualificativo "política" para designar essa nova ciência. Outros adjetivos foram propostos em seu lugar, tais como "nacional", "pública", "civil" e "social", embora nenhum deles tenha sido consagrado pelo uso. É possível que a expressão "economia política" tenha ganhado ampla difusão porque diversos autores continuaram sustentando, apesar da distinção feita pelos clássicos, que economia e política permaneciam necessariamente unidas, inclusive no campo teórico.
No final do século XIX, alguns economistas procuraram fazer distinção entre economia pura e aplicada. Para o francês Léon Walras, por exemplo, a economia pura "é essencialmente a teoria da determinação dos preços num regime hipotético de concorrência perfeita e absoluta". A necessidade, contudo, de um estudo paralelo que permita a aplicação da teoria à realidade faz que a divisão entre economia pura e aplicada não apresente grande importância, estando compreendidos ambos os conceitos dentro do que hoje se convencionou chamar de ciência econômica. Atualmente, costuma-se empregar, de fato, o termo "ciência econômica" para delimitar o campo de investigação dos economistas. A expressão parece bastante acertada, embora seja um termo restritivo em relação a "economia política". As expressões "ciência econômica" e "economia política" não são inteiramente equivalentes, pois a primeira parece ignorar as conseqüências políticas que resultem de seu estudo.
Conceitos gerais
Objeto da economia. Uma frase do economista britânico Alfred Marshall -- "todas as afirmações sumárias sobre economia são falsas, exceto, talvez, esta" -- ilustra bem, malgrado seu deliberado exagero, a complexidade da ciência econômica. De fato, são muito diversas as definições já propostas para a economia. De modo geral, porém, pode-se afirmar que a economia é a ciência que trata da administração dos recursos que, sendo escassos, são também necessários ou desejados pelo homem, e, mais concretamente, do estudo das trocas, produção, distribuição e consumo da riqueza.
Relação da economia com outras ciências. Em que pese recorrer de maneira crescente e sistemática à matemática, a economia continua a ser, fundamentalmente, uma ciência social. Um fato econômico não passa de um aspecto particular de um fato social mais complexo e plural, com o qual se encontra em estreita inter-relação e dependência. Assim, a economia diz respeito a todas as ciências sociais -- sociologia, política, história etc. -- e, do mesmo modo, recebe delas numerosas contribuições teóricas.
Bens econômicos. Se o homem encontrasse com abundância, na natureza, tudo quanto deseja, a economia não existiria como tal. Entretanto, é axiomático em economia que os bens econômicos são escassos, ao passo que as necessidades humanas são infinitas.
Os bens econômicos podem ser materiais -- um automóvel, por exemplo -- ou imateriais, como os serviços prestados por uma instituição financeira. Entre os bens materiais distinguem-se os de consumo, como alimentos, roupas etc., e os de produção ou capital, como as matérias-primas e as máquinas industriais, que servem para a criação de novos bens econômicos.
Setores econômicos. Já foram propostas diversas divisões da atividade econômica, porém a mais utilizada é a que foi sugerida em 1930 pelo economista australiano Colin Grant Clark, que considera a existência de três setores básicos: o primário, o secundário e o terciário.
O setor primário compreende a agricultura, a pecuária e a pesca, além das indústria extrativas, florestais ou minerais. O setor secundário é integrado por todas as atividades de transformação e é também chamado, freqüentemente, industrial. O setor terciário, conhecido igualmente como setor de serviços, agrupa todas as atividades econômicas não relacionadas diretamente com a produção de bens físicos, como os transportes, a administração pública, as atividades bancárias etc.
De acordo com o grau de desenvolvimento dos diversos países, altera-se a participação dos diferentes setores em sua economia. Assim, os países em desenvolvimento podem apresentar um setor primário proporcionalmente muito importante, ao passo que nos países desenvolvidos esse setor perdeu importância para o industrial e o de serviços.
Microeconomia e macroeconomia. A divisão da economia em micro e macroeconomia só se generalizou no século XX, quando, cada vez mais, tornou-se necessária uma reflexão generalizadora sobre a economia dos diversos países ou das grandes áreas geoeconômicas. Enquanto a microeconomia concentra a atenção na análise das unidades elementares da vida econômica, a empresa e o consumidor, identificando-se assim com a economia clássica, a macroeconomia se ocupa do estudo dos grandes fenômenos econômicos, como, por exemplo, a produção nacional, a distribuição das rendas, a evolução da poupança e dos investimentos etc.
Embora as análises macroeconômicas sejam modernas, como ficou dito, existem delas notáveis antecedentes. O mais célebre é o Tableau économique (1758; Quadro econômico) do médico e economista francês François Quesnay, que estudava a distribuição dos excedentes agrícolas entre as diferentes classes sociais e foi considerado um remoto precursor das modernas tabelas de insumo-produto (input-output).
Essas tabelas são, exatamente, um dos principais instrumentos macroeconômicos
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