Evolução da moeda: do escambo até atualmente.
Por: Alana Corazzari • 20/4/2016 • Resenha • 1.103 Palavras (5 Páginas) • 653 Visualizações
Evolução da moeda: do escambo até atualmente.
A moeda, na forma que conhecemos hoje, passou por uma série de transformações ao longo do tempo. Na Antiguidade, com o surgimento das civilizações através do fim do nomadismo, o homem foi cedendo lugar a uma forma sedentária de vida, com base econômica agrícola. Em decorrência, a vida social nesses grupos tornou-se mais complexa, o que resultou em um aumento das necessidades individuais que passaram a ser supridas através das trocas. Esse sistema de troca direta durou por vários séculos e, desta forma, surgiu o primeiro conceito de comércio: o escambo, o qual consistia na troca direta de mercadorias.
A moeda surgiu como uma consequência natural desses processos de trocas de bens. A principio, as mercadorias utilizadas para escambo se apresentavam em seu estado natural, variando conforme as condições do meio ambiente e as atividades desenvolvidas pelo grupo, correspondendo a necessidades fundamentais de seus membros. Nesta forma de troca, no entanto, ocorriam dificuldades por não haver uma medida comum de valor entre os elementos a serem permutados. Por isso, o estabelecimento do uso de moedas foi uma tentativa de organizar e de estabelecer padrões do comércio de produtos, além de substituir a simples troca de mercadorias, a qual era predominante até o momento.
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceita por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as chamadas “moedas-mercadorias”. O gado, principalmente o bovino, foi um dos mais utilizados: apresentava vantagens de locomoção própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse risco de doenças e de morte. O sal foi outra moeda–mercadoria; no Brasil, entre outras, circularam o cauri – trazido pelo escravo africano –, o pau-brasil, o açúcar, o cacau, o tabaco e o pano.
Com o passar do tempo, as mercadorias tornaram-se inconvenientes às transacções comercias, devido à oscilação de seu valor, pelo facto de não serem fraccionáveis e por serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas. O fenómeno monetário surgiu com o desenvolvimento dos Estados, encarregados de gerir os excedentes obtidos, controlar as trocas realizadas à grandes distâncias ou pela pilhagem dos povos vizinhos. Tratava-se agora de normalizar os modos e meios de pagamento nos mercados e portos comerciais.
Logo após a sua descoberta, o metal logo passou a ser utilizado para fabricar utensílios e armas, anteriormente feitos de pedra. Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal elegeu-se como principal padrão de valor. No inicio era comercializada sob forma de barras. Mais tarde, ganhou forma definida e peso determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida agilizou as transações, dispensando a pesagem e permitindo a imediata identificação da quantidade de metal oferecida no momento da troca.
Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. A valorização cada vez maior destes instrumentos levou à sua utilização como meio de troca. É o caso das moedas “faca e chave” que eram encontradas no Oriente e do “talento”, moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, que circulou na Grécia e em Chipre. As primeiras moedas, tal como conhecemos hoje, surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII A. C e possuíam características semelhantes as atuais: eram pequenas peças de metal com pesos e valores definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu, garantindo seu valor. As moedas refletiam a mentalidade de um povo e de sua época. Nelas podiam ser observados aspectos políticos, económicos, tecnológicos e culturais.
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. Esta cunhagem manteve-se durante muitos séculos, sendo as peças garantidas por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda na qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, era trocada por mercadorias neste mesmo valor. Posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser empregadas na fabricação, passando a moeda a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que é independente do metal nela contido. Com o advento do papel-moeda, a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessários para troco. Dentro desta nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda.
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