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História e análise da empresa Perdigão

Artigo: História e análise da empresa Perdigão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/11/2014  •  Artigo  •  4.024 Palavras (17 Páginas)  •  370 Visualizações

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CASO FINAL – PERDIGÃO S/A

Central de Cases ESPN / EXAME

Introdução

Este caso apresenta uma empresa do setor de alimentos que busca, em razão do seu crescimento, redesenhar suas operações logísticas na tentativa reduzirem seus custos logísticos e, acima de tudo, fornecer aos seus clientes um serviço de melhor qualidade.

Em geral, a cadeia de suprimentos é definida como o conjunto de atividades e o fluxo de mercadorias desde a fonte de matéria-prima até o consumidor final na ponta da cadeia. Há a necessidade de se considerar nesta definição o fluxo contrário das informações e das próprias mercadorias às suas origens em certas condições especiais, tais como, produtos avariados ou rejeitados. Esta ampla visão permite enxergar as sinergias existentes entre os vários elos da cadeia.

Com o movimento de globalização e consequente aumento da concorrência, as empresas se viram obrigadas a buscar saídas para se tornarem cada vez mais competitivas. Diferente do estabelecido por Porter (1980), que afirmava que a competição ocorria entre unidades de negócio de maneira isolada, outras teorias mais recentes afirmam que uma empresa não sobrevive de maneira isolada, e que a grande força de sua competitividade está também na sua cadeia de suprimentos de maneira conjunta. Assim, atualmente a competição está ocorrendo no nível das cadeias produtivas, ou seja, entre diferentes cadeias produtivas.

Segundo Lavalle (1999), a cadeia de suprimentos de alimentos tem experimentado mudanças substanciais na década de 90 em razão do aumento da competição imposta pela abertura do mercado interno e da estabilidade econômica vivida pelo país.

Os ganhos financeiros acabavam encobrindo os custos logísticos de uma operação, muitas vezes pouco eficiente. Com a eliminação dos ganhos inflacionários, a cadeia de suprimentos passou a ser encarada como estratégica para as organizações, podendo ser decisiva para sua competitividade. As empresas têm dado maior importância para o relacionamento mais próximo entre todos os elos da cadeia de suprimentos. A integração da rede passou a ser vista como objetivo capital para a obtenção de ganhos de produtividade no âmbito das empresas. Neste sentido as questões logísticas aparecem na agenda da alta administração como parte integrante das estratégias competitivas para fazer frente à concorrência.

Cada vez mais a busca por eficiência de uma cadeia produtiva tem como pré-requisito a alta qualidade dos serviços prestados ao cliente final. No entanto, para atingir plenamente estes objetivos, é fundamental que exista um alto nível de integração e coordenação entre os processos logísticos de empresas de uma mesma cadeia de suprimento. As empresas estão se conscientizando de que não é possível atender às exigências de serviço dos clientes e, simultaneamente, cumprir com os objetivos de custo da empresa, sem trabalhar de forma coordenada e integrada com outros participantes da cadeia de suprimento. Ações de uma empresa afetam de forma positiva ou negativa os custos de outras empresas da cadeia de suprimento.

Neste sentido, a logística representa um fator chave para a sobrevivência das empresas no mercado. Determinar o nível de serviço que será oferecido, localizar instalações, estoques e transportes são elementos primordiais para operação eficiente de qualquer sistema logístico. As decisões tomadas referentes a estes elementos impactam a rentabilidade, o fluxo de caixa e o retorno sobre o investimento da empresa.

A Perdigão: Histórico

A origem da Perdigão data de 1934, quando duas famílias de imigrantes italianos - os Ponzoni e os Brandalise - inauguraram um pequeno armazém de secos e molhados em Vila das Perdizes, às margens do Rio do Peixe, meio oeste de Santa Catarina. O armazém foi chamado de Ponzoni, Brandalize & Cia.

Este pequeno comércio foi crescendo e se diversificando. Em 1939 iniciou suas atividades industriais com um abatedouro e uma fábrica de produtos suínos. Em 1954 entrou no mercado de aves com a construção da Granja Santa Gema.

Em 1955, já preocupada com o transporte e distribuição de sua produção, a empresa cria o Expresso Perdigão. Porém, a precariedade das estradas exigiu a utilização do transporte aéreo, fazendo com que a empresa adquirisse em 1957 dois aviões Douglas DC-3 para possibilitar a colocação dos seus produtos no mercado de São Paulo.

Em 1958 a empresa passa a se chamar Perdigão S. A. Comércio e Indústria. A escolha deste nome se deve a abundância desta ave (macho da Perdiz) na região. Com investimentos constantes em distribuição, tecnologia e produção, a Perdigão foi se transformando num dos maiores complexos agroindustriais do mundo. Suas principais atividades passaram a ser focada na criação, produção e abate de aves e suínos e industrialização e venda de produtos de origem animal e de soja e seus derivados.

Apesar deste crescimento, os anos 90 começaram difíceis para a Perdigão. Em 1991 morre Saul Brandalise um dos fundadores da Perdigão. Ângelo Ponzoni, outro fundador, morreria um ano depois. A pressão por melhores resultados levou a empresa, em 1994, a passar seu controle acionário para um grupo de fundo de pensões, encerrando a fase de administração familiar.

A profissionalização:

A partir de 1994, após sua profissionalização, a Perdigão passou por uma profunda reestruturação interna, concentrou seu negócio na produção de alimentos de proteína animal, iniciou o Projeto de Otimização (que viria a aumentar a capacidade produtiva da empresa em 50% nos três anos seguintes), lançou o programa de Qualidade Total e o programa TIP (tecnologia da informação Perdigão) contemplando a instalação do software de gestão empresarial SAP R/3.

No primeiro semestre de 2000 a Perdigão adquiriu Frigorífico Batávia, 6ª empresa brasileira no ranking de processadoras de carne. Ainda em 2000 iniciou a operação do complexo industrial de Rio Verde (GO) - Projeto Buriti - composto por uma fábrica de ração, um parque de produção de aves e suínos, por dois abatedouros com capacidades diárias de 280 mil aves e 3,5 mil suínos e por uma unidade de industrialização de carnes. Neste mesmo ano a Perdigão foi a primeira empresa brasileira de alimentos a ter suas ações listadas na bolsa de Nova York.

No período 1994-2000, o investimento médio foi de R$130 milhões de reais, com geração anual de 1200 novos empregos. No ano de 2000 a companhia investiu R$216 milhões, montante 14% superior ao realizado no ano

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