O Desenvolvimento Economico UFMG
Por: Bernardo Freitas • 21/9/2015 • Resenha • 768 Palavras (4 Páginas) • 200 Visualizações
1 - Apresente as Teorias dos Estágios de desenvolvimento e do atraso relativo. Exemplifique a diferença entre essas duas visões.
2 - Discuta a importância da divergência do retorno privado e do retorno social do investimento das teorias clássicas do desenvolvimento.
A divergência entre o retorno privado e o retorno social dos investimentos é importante pelo fato de ser o ponto central da argumentação de vários autores – como Nurske e R.R. – favoráveis a algum grau de intervencionismo econômico. Tal divergência é, na interpretação desses autores, o principal empecilho para promoção do desenvolvimento em países mais atrasados.
R.R., por exemplo, argumenta que a dimensão do mercado de um país subdesenvolvido e as suas indivisibilidades que originam economias externas podem culminar num nível de investimento privado - e numa composição setorial desse investimento - que não esteja de acordo com o que seria socialmente desejável. Portanto, é justificável que haja ações governamentais que visam promover o desenvolvimento econômico a partir do investimento em um amplo gama de projetos complementares. Tal medida obterá um satisfatório retorno social – sobretudo quando comparado a subconjuntos de projetos privados de investimentos.
Nurske é adepto das ideias de R.R. e defende que a noção de externalidades está atrelada ao subdesenvolvimento e a sua superação. Ele ainda desenvolve a ideia de que os países de baixa renda estão inseridos numa espécie de ciclo vicioso onde o baixo nível de renda desestimula o investimento privado e vice-versa. Assim, a intervenção econômica por meio da coordenação de investimento em setores produtivos caracteriza um choque na demanda interna com poder para gerar um processo contínuo de novos investimentos. Tal medida romperia com o ciclo vicioso dessa economia ao alinhar o retorno privado do investimento com o retorno social.
3 – Explique a Proposta da “cadeia de desequilíbrios” de Hirschman destacando os papéis do Estado e do mercado no processo de desenvolvimento.
Como resposta à doutrina do crescimento equilibrado, Hirschman criou a doutrina do crescimento desequilibrado. De acordo com o seu pensamento, o processo de desenvolvimento consiste em criar deliberadamente desequilíbrios que amplifiquem as externalidades criadas por projetos de investimento complementares, as quais ele chama de poder indutor do investimento. O autor propõe que os encadeamentos setoriais, para frente e para trás, devem ser considerados na escolha criteriosa da sequência dos investimentos em países subdesenvolvidos.
Hirschman afirma que o capital, no sentido de um excedente potencialmente passível de investimento, não é o principal ingrediente que está faltando aos países em desenvolvimento. O que está faltando é iniciativa empresarial no sentido da disposição de arriscar os excedentes disponíveis no investimento em atividades.
Se, como afirma Hirschman, induzir a decisões de maximização for o ponto crucial, então o papel do Estado envolve um grau elevado de responsividade ao capital privado. O Estado deve propiciar incentivos desequilibradores para induzir os empreendedores a investir e ao mesmo tempo estar apto a aliviar gargalos que estejam criando desincentivos ao investimento.
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