Administração
Artigo: Administração. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cfbueno • 7/5/2013 • 1.664 Palavras (7 Páginas) • 462 Visualizações
A Necessidade de Sobreviver Requer Adaptações Rápidas
Por Admir Borges
14/12/2006
Não há como ignorar que estamos vivendo tempos de lufada turbulência, onde as mudanças do ambiente competitivo tornaram-se um verdadeiro front de batalha. Entre tantos fenômenos, os distúrbios políticos, as incertezas da economia, os avanços tecnológicos, todos afetando diretamente as organizações e provocando transformações de âmbito social que, por sua vez, influenciam o comportamento do indivíduo, tanto na sociedade como no contexto organizacional.
Sabe-se que o fator mudança é fundamental para o ser humano, além de ser importante também para o clima e a cultura das empresas. A situação atual estabelece que a sobrevivência das organizações não depende apenas de simples e corriqueiras mudanças frente às pressões do ambiente competitivo, mas da capacidade de antecipar os fenômenos e as respostas ao ambiente, para garantir o crescimento em meio as mudanças.
No entanto, defende-se que esses tempos radicais podem requerer tratamentos radicais, ou seja, nos momentos em que crise aperta as empresas precisam mudar e se adaptarem a uma grande velocidade. Contudo, sempre se procura fazer alguma associação entre distúrbios ambientais e períodos de decisivas mudanças, porém não é tão adequado assim estabelecer uma relação entre crise nos negócios e uma mudança estratégica. Por outro lado, não se deve esquecer que geralmente uma crise é capaz acelerar o processo de mudança.
As mudanças radicais não são as ideais, pois, por mais que necessite, uma organização de grande porte não consegue alterar suas estratégias e estruturas no momento exato em que ocorrem as pressões e instabilidades ambientais, como afirma Tom Peters em “Rompendo as Barreiras da Administração”. É que as mudanças, em cenários de relevada competição, costumam ser demasiadamente velozes e a capacidade de resposta das organizações, por sua vez, costuma ser bastante lenta. Assim, a maioria das organizações consegue apenas fazer pequenas alterações, que se tornam ineficientes para garantir a sobrevivência no ambiente. Segundo Henry Mintzberg, enquanto algumas dimensões ambientais estão sempre mudando, outras permanecem estáveis. No entanto, cada vez mais o meio ambiente organizacional estará sujeito a chuvas e trovoadas, mudando rapidamente, forçando as organizações para a busca de adaptações às circunstâncias da transformação. Uma das formas que a organização tem de lidar com o ambiente é tentando criar o seu próprio ambiente.
Esta discussão é necessária porque, além de contribuir para um aprofundamento mais teórico da mudança e adaptação estratégica, pode ajudar no sentido de uma reflexão do tema, na medida em que as organizações sofrem crescentes influências de variáveis do ambiente externo, tendo que implementar redirecionamentos estratégicos para adaptação às novas condições impostas pela competição, garantindo a sobrevivência num contexto ambiental que se apresenta cada vez mais adverso.
O contexto das mudanças decorrentes de panoramas político, tecnológico, cultural, econômico, demográfico, social e ecológico têm se mostrado como motivos de inspiração para grandes transformações ocorridas nas estratégias empresariais. No enfrentamento de tal conjuntura, o novo formato organizacional precisa ser flexível, adaptável e responsável, afeito às necessidades e requisitos do mercado, uma vez que as empresas também estão em constante transformação.
Podemos caracterizar o processo de mudança em uma série de fatores, entre os quais, alterações nos espaços organizacionais, nos níveis de responsabilidade e autoridade, nas relações de trabalho, bem como nos níveis de decisão e nas relações de poder. A mudança organizacional é um processo que ocorre nos diversos níveis, e seus resultados vão sendo moldados na medida dos interesses e compromissos, tanto ao nível do indivíduo como ao nível dos grupos de dentro da empresa.
Não se conhece uma organização que possua o controle de todas as condições necessárias para sua própria sobrevivência, uma vez que elas não são totalmente autônomas e independentes do ambiente e dos recursos externos. E esse ambiente consiste precisamente dos elementos que a organização não pode controlar. Muito embora, ela possa ser capaz de influenciá-lo de alguma maneira.
Assim, para J. Pfeffer “Controle externo das organizações”, a sobrevivência organizacional depende não apenas de ajustes internos, mas principalmente, de ajustes e lutas com o contexto de fora da companhia. A mudança se origina com a identificação de uma ameaça ou uma oportunidade, possíveis de ocorrer tanto no âmbito interno quanto externo à organização ou em ambos.
Quanto à questão da adaptação estratégica, autores diversos a definem como simplesmente o caminho percorrido em direção a um novo cenário, incluindo tanto o comportamento proativo quanto o reativo. Uma empresa com capacidade de adaptação precisa ser flexível e de rápida recuperação, além de ser aberta a idéias, com atenção tanto no presente quanto nas mudanças ambientais previstas para o futuro; garantir um aprendizado através das próprias experiências e responder rapidamente ao mercado. A chamada organização adaptativa, num ambiente turbulento, precisa ter uma avançada capacidade de antecipar as reconfigurações organizacionais e ambientais; solucionar problemas e gerenciar dificuldades e crises.
Em muitas dessas organizações ocorre a interpretação das turbulências ambientais como sendo oportunidades para a criatividade e a inovação. A maioria delas introduz, pelo menos pequenas mudanças adaptativas, pois a necessidade de sobreviver requer adaptações rápidas. É possível, também, que turbulências ambientais externas produzam mudanças indesejadas nas organizações.
É no reconhecimento da pressão ambiental e no prematuro senso de disparidade entre a organização do presente e seus desejos futuros de relacionamento com seus ambientes competitivo, social, político e econômico, ou seja, seu contexto externo, que a energia para a mudança estratégica se fundamenta.
Se no passado o ritmo das transformações seguia um curso lento, em que podia-se tomar as experiências presentes e passadas para se ter uma perspectiva do futuro, atualmente as mudanças acontecem cada vez mais rápidas devido às agitações ambientais originadas de sistemas complexos. A premissa de épocas passadas não vale mais para o presente e nem mesmo podem compor referências consistentes e confiáveis. As organizações complexas não se comportarão no futuro como se comportavam no passado
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