Estrutura De Mercados Do Setor Supermercadista
Casos: Estrutura De Mercados Do Setor Supermercadista. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: raffi • 4/11/2014 • 6.139 Palavras (25 Páginas) • 279 Visualizações
Estrutura de mercado do setor supermercadista do Rio Grande do Sul e identifcação do seu grau de concentração Everson Vieira dos Santos RESUMO O trabalho estudou as transformações estruturais ocorridas no setor super- mercadista do Rio Grande do Sul entre 1994 e 2005, explorando o paragdima Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D) e conceitos dele decorrentes E fatores que com ele interagem. Calculou-se, ainda, o grau de concentração de mercado, utilizando-se o Índice de Concentração (Ck). Os resultados apontaram para concentração neste segmento da economia gaúcha, considerado oligopólio com franjas, que acompanha as tendências nacionais e mundiais, no qual as quatros maiores redes supermercadistas responderam por 41,64% do faturamento do setor em 2003, 42,02% em 2004 e 47,25% em 2005. PALAVRAS-CHAVE Estrutura; Setor supermercadista; Índice de concentração. ABSTRACT The study examined the structural changes that occurred in the Rio Grande do Sul’s supermarket sector, between the years of 1994 and 2005, exploring the Paradigm Structure-Conduct-Performance (ECD) and concepts arising from it; as well as factors that interact with it. The degree of market concentration was calculated as well using the following index: Concentration Index (Ck). The re- sults showed a concentration in this segment of the state’s economy, considered an oligopoly with fringe, which tracks national and global trends, in which the four largest supermarket chains accounted for 41.64% of the sector’s revenues in 2003, 42.02% in 2004 and 47.25% in 2005. KEY WORDS Structure; Supermarket sector; Concentration index. Estrutura de mercado do setor supermercadista do Rio Grande do Sul e identifcação do seu grau de concentração 1 INTRODUÇÃO Nas últimas duas décadas, o comércio varejista teve uma evolução signifcativa, proporcionada pelo desenvolvimento tecnológico. Neste processo a informática teve destaque, uma vez que propiciou , a gera- ção de técnicas de gestão mais efcientes, melhor conhecimento sobre o modo de circulação dos produtos e serviços, ganhos de efciência e incorporação de novos modelos organizacionais, mais intensivos em conhecimento e informação. Conforme Tigre (2005, p. 45), as “[...] tecnologias da informação e comunicação têm um papel central neste processo, pois constituem não apenas uma nova indústria, mas o núcleo dinâmico de uma revolução tecnológica [...]”. O setor varejista, principalmente o supermercadista, vive um momen- to de estruturação, infuenciado pelas transformações que têm ocorrido na economia brasileira. Uma das características deste momento é a busca por operacionalização efciente e competitividade. Para isso, o setor tem promovido ações como realizam troca de controle acionário, fechamento de lojas menos rentáveis, profssionalização da adminis- tração, capitalização das empresas, maior utilização de automação comercial, uso intensivo da informática, racionalização de operações, programas de redução de custos e diferenciação de produtos e serviços. A estabilização da moeda, proporcionada pelo Plano Real, possi- bilitou, por um lado, um substancial incremento no faturamento das empresas do setor de supermercados e, por outro, impôs a necessidade de implementar mudanças no posicionamento estratégico das empresas, conforme descrito no quadro abaixo. Quadro 1: O Setor Supermercadista Brasileiro –Totais do Setor – 1994 a 2005. Critérios de análise N° lojas (Total Auto-Serviços) 158 Negócios e Talentos • número 6 • 2009 37.543 1994 41.839 1995 43.763 1996 47.847 1997 51.502 1998 55.313 1999 61.259 2000 69.396 2001 68.907 2002 71.372 2003 71.951 2004 72.884 2005 Everson Vieira dos Santos Faturamento Anual * Participação % do faturam. sobre PIB N° empregos diretos Área de vendas (em milhões de m ) 2 N° check-out Fonte: Revista Superhiper- maio-2000 e 2006. * Em bilhões de reais nominais O Plano Real propiciou que redes estrangeiras investissem ou rein- vestissem no Brasil. No trabalho de Aguiar e Amim (2005), os autores apontam que, após a implantação do Plano Real, houve um aumento na entrada de redes supermercadistas estrangeiras no país, evidenciando um aumento de concentração de mercado neste setor. Aguiar e Silva (2002), indicam um aumento expressivo nos processos de fusões dentro do setor de supermercados em meados da década de 90, principalmente, com ascensão das redes estrangeiras Carrefour (francesa), Wal Mart (norte-americana), Sonae (portuguesa) e Royal Ahold (holandesa). A entrada de redes estrangeiras trouxe modifcações profundas no market-share do setor supermercadista brasileiro, uma vez que gigantes varejistas estrangeiras realizam maciços investimento no País, através de abertura de novas lojas, aquisições e fusões. Objetiva-se neste estudo apontar as principais modifcações estrutu- rais ocorridas no setor de supermercados do Estado do Rio Grande do Sul, evidenciando a conduta e desempenho das empresas, e calcular o grau de concentração deste setor. O texto está organizado em cinco seções. Na seguinte, será apresentada a metodologia utilizada no trabalho. Na terceira parte, será abordada a descrição do setor supermercadista nacional e brasileiro, enfatizando-se 159 Negócios e Talentos • número 6 • 2009 - - 650.000 6 34,9 - - 655.200 6,6 40,6 - - 625.000 6,2 46,8 123.170 12 655.000 6,02 50,4 125.867 12,7 666.752 6,1 55,5 135.914 13,1 670.086 6,1 60,1 143.705 14,3 701.622 6,3 69,2 156.022 15,3 710.743 6,2 74,2 157.446 15,9 718.631 6,1 81,7 163.216 17,9 739.846 5,7 89,3 166.503 18,1 788.268 5,5 98,7 169.583 18,4 800.922 5,5 106,4 Estrutura de mercado do setor supermercadista do Rio Grande do Sul e identifcação do seu grau de concentração as transformações relevantes ocorridas neste segmento de mercado. Já na quarta seção, resgatam-se os processos de fusões e aquisições ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul, que repercutiram sobre o market-share das empresas do setor, bem como no poder de mercado. O resultado dos cálculos do índice de concentração do setor varejista será exposto na quinta seção, seguido pelas considerações fnais do trabalho. 2 METODOLOGIA O trabalho tem caráter descritivo; aponta as principais modifcações estruturais do setor supermercadista de Porto Alegre, bem como as mudanças relevantes ocorridas no setor desde o Plano Real. O estudo do setor supermercadista gaúcho foi encaminhado dentro do paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D) empregado na literatura de economia industrial, que pode determinar o poder de mercado das empresas que nele operam. De acordo com o modelo E-C-D, visão tradicional da organização industrial, a estrutura em que operam as empresas tende a infuenciar a conduta, a postura e o desempenho das empresas, o que, por sua vez, traz refexos sobre o grau de satisfação dos clientes das redes
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