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Finanças

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Por:   •  2/3/2015  •  5.102 Palavras (21 Páginas)  •  310 Visualizações

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Finanças

Curso Técnico em Recursos Humanos

Professor

Eduardo Pereira de Araújo

2012

1. Introdução ao Fluxo de Caixa

1.1 Plano de Contas

Chamamos de Plano de Contas a uma estrutura em vários níveis que permita decompor as entradas e as saídas em contas e subcontas de forma a facilitar a análise e compreensão do fluxo de caixa.

1.2 Fluxo de Caixa

Chamamos de Fluxo de Caixa ao método de captura e registro dos fatos e valores que provoquem alterações no saldo de caixa e sua apresentação em relatórios estruturados, de forma a permitir sua compreensão e análise.

Para os feitos dessa definição, a expressão “caixa” significa “moeda” e todos os valores que possam ser prontamente convertidos em moeda, tais como depósitos bancários, cheques que possam ser depositados irrestrita e imediatamente, e aplicações de curtíssimo prazo.

1.3 Fluxo de Caixa Realizado

Chamamos de Fluxo de Caixa Realizado ao produto final da integração das entradas e saídas de caixa havidas em um determinado período.

Quando o relatório de Fluxo de Caixa apresenta apenas contas, é chamado de “relatório de 1° Nível”. Quando, além das contas, apresenta também subcontas, é chamado de “relatório de 2° Nível”.

1.4 Planejamento Financeiro

Chamamos de Planejamento Financeiro a um conjunto de operações financeiras que podem ser empréstimos, aplicações financeiras ou resgates de aplicações financeiras, realizadas para atingir um determinado objetivo. Quanto melhores os resultados obtidos, melhor terá sido o planejamento financeiro.

1.5 Fluxo de Caixa Projetado

Chamamos de Fluxo de Caixa Projetado ao produto final da integração das entradas e saídas de caixa que se imagina que ocorrerão no período projetado.

1.6 Exemplo: Como uma empresa pode quebrar mesmo dando Lucro

No primeiro dia de sua loja, Maria Emília comprou e recebeu R$ 100.000,00 de mercadorias para pagar em 30 dias.

Para promover sua loja, Maria Emília resolveu dar um coquetel de inauguração e anunciou que quem comprasse no dia da inauguração poderia pagar com cheque pré-datado para 30 dias. A festa de inauguração foi um sucesso e a loja vendeu muito bem, e todos clientes aproveitaram a facilidade oferecida pela loja e pagaram com cheque para 30 dias.

No final do dia, Maria Emília fez as contas e verificou que havia vendido R$ 96.000,00 de mercadoria que lhe custaram R$ 80.000,00.

Maria Emília, após o sucesso do primeiro dia, resolveu tirar férias de 30 dias para descansar e não vendeu mais nenhum produto da loja.

Quando ela voltou das férias, muito bem disposta, Maria Emília teve dois encontros. O primeiro foi com o seu contador que lhe trouxe boas notícias.

R$ 96.000,00 Vendas (1)

R$ 80.000,00 Mercadorias (2)

R$ 16.000,00 Lucro (1) – (2)

Mas segundo encontro, agora com seu tesoureiro, não foi tão agradável.

R$ 100.000,00 Fornecedores (1)

R$ 96.000,00 Vendas (2)

R$ -4.000,00 (1) – (2)

Ou seja, irá faltar R$ 4.000,00 para pagar os fornecedores no período de 30 dias.

Isto acontece porque nem sempre o lucro da empresa vira caixa. Podemos concluir que a falta de caixa pode quebrar uma empresa, ou seja, falta de recursos que possam ser prontamente convertidos em moeda para pagar suas contas. Quem permite à empresa enxergar se vai haver sobra ou falta de caixa é o Fluxo de Caixa.

1.7 Fluxo de Caixa – Nova Definição (Empresa)

Chamamos de Fluxo de caixa ao método de captura e registro dos fatos e valores que provoquem alterações no saldo do Disponível e sua apresentação em relatórios estruturados de forma a permitir sua análise e interpretação.

O Disponível é a conta do ativo onde são contabilizados recursos dos quais a empresa pode dispor a qualquer momento. São recursos que ou já são moeda ou que possa ser prontamente convertidos em espécie. Suas subcontas são:

• Caixa – Onde é registrado todo dinheiro em espécie existente na empresa.

• Bancos – onde são registrados os saldos disponíveis nas contas correntes de livre movimentação, ou seja, aquelas contas correntes bancárias cujo saldo pode ser sacado a qualquer momento.

• Valores em Trânsito – onde são registrados os valores dos cheques que tenham sido recebidos e que sejam pagáveis irrestrita e imediatamente, mas que ainda não tenham sido depositados.

• Aplicações de Curtíssimo Prazo – Saldos de investimentos que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor.

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo e Patrimônio Líquido

Ativo Circulante

Disponível Passivo Circulante

Fornecedores

Recebíveis Salários, encargos e benefícios

Estoques

Outros Empréstimos

Impostos e taxas

Ativo Não Circulante

Realizável de Longo Prazo Passivo não Circulante

Financiamento

Investimentos Patrimônio Líquido

Imobilizado Capital Social

Intangíveis Reservas de Lucro

Modelo Fluxo de Caixa no 1° Nível

Saldo Inicial 880.000

Entradas

Recebido de Clientes

Entradas Financeiras

Saídas

Saídas Administrativas 1.750.000

1.500.000

250.000

(1.870.000)

(70.000)

Saídas Comerciais (350.000)

Folha, encargos e benefícios

Serviços de terceiros

Impostos e taxas

Saídas Financeiras

Saídas Patrimoniais (175.000)

(50.000)

(125.000)

(850.000)

(250.000)

Saldo Final 760.000

1.8 Exemplo: O que entra no Fluxo de Caixa

Suponha que sejamos responsáveis pelo acompanhamento do Fluxo de Caixa realizado de nossa empresa e que o único recurso existente no Disponível sejam R$ 10.000,00 depositados em uma conta corrente de livre movimentação. Imagine que decidamos criar um fundo fixo de caixa de R$ 1.000,00 para fazer face a pequenas despesas de escritório. Sacamos da conta corrente da empresa R$ 1.000,00. Ao final desta operação o saldo do Fluxo de Caixa será de R$ 10.000 ou R$ 9.000,00?

Em outras palavras, devemos ou não lançar uma saída de R$ 1.000,00 no Fluxo de Caixa da empresa?

A resposta é NÃO! Pois o saldo do Disponível não variou. O dinheiro saiu de uma subconta do Disponível (Bancos) para outra subconta do Disponível (Caixa).

1.9 Disponível ou Reservas?

O Fluxo de Caixa acompanha o saldo do Disponível. No entanto, nem sempre a tesouraria trabalha com o saldo de Disponível. Isso porque pode acontecer de uma parte do Disponível estar comprometida. Seriam exemplos de situações em que as reservas com as quais trabalha a tesouraria podem diferir do Disponível apresentado pela contabilidade.

1.10 Conciliação Bancária

Uma consequência do conceito de que o Fluxo de Caixa acompanha as variações do saldo do Disponível é que estes dois saldos (do fluxo de caixa e do Disponível) devem ser conciliados diariamente. Esta conciliação diária será a garantia de que não cometerá os três erros relativamente comuns e que podem distorcer o resultado do Fluxo de Caixa. São eles:

• Omissão de Lançamentos – esta omissão ocorre todas as vezes que o banco faz lançamentos na conta corrente da empresa que não são capturadas pela pessoa responsável pelo acompanhamento do fluxo de caixa.

• Lançamentos em Duplicidade – estes casos são mais raros, mas podem ocorrer. Uma situação em que isto pode acontecer ocorre quando o banco avisa ao cliente que vai fazer um lançamento no futuro e, posteriormente, o confirma.

• Erros de Digitação – muito comuns. Sem a conciliação, podem passar despercebidos e tornar sua identificação muito trabalhosa no futuro.

Planilha de Conciliação Bancária

Descrição Valor

Saldo constante do extrato bancário

Menos

Pagamentos feitos por nós e que não constam no extrato

Mais

Depósitos feitos por nós e não liberados pelo banco

Menos

Créditos que constam no extrato e que não foram lançados por nós

Mais

Débitos que constam do extrato e que não foram lançados por nós

Igual a

Saldo constante de nossos controles

1.11 Exemplo Conciliação Bancária

Suponha que nossa empresa trabalhe com apenas um banco e que o saldo bancário que consta de nossos controles seja R$ 27.010,00. Quando consultamos nosso saldo no computador, o saldo informado pelo banco é R$ 20.000,00. Como explicar esta diferença? Vamos com calma e paciência tentar explicar o que está acontecendo. Peguemos nossos controles e comparemo-los com os lançamentos que constam no extrato do banco. A cada passo, vamos marcando os lançamentos que já foram conciliados (ou seja, que já foram esclarecidos) e vamos preenchendo a planilha de conciliação. Suponhamos que no final deste processo a planilha de conciliação tenha ficado assim:

Saldo constante do extrato bancário 20.000,00

menos

Cheques Emitidos e não Compensados 5.000,00

Ch. 123 1.000,00

Ch. 124 1.000,00

Ch. 125 2.500,00

mais

Depósitos feitos e não liberados 15.000,00

em 20-07-11 15.000,00

menos

Créditos constantes do extrato e não lançados 5.000,00

Depósitos em outras agências 5.000,00

mais

Débitos Constantes do extrato e não lançados 2.010,00

Cheque Devolvido 2.000,00

Tarifa Doc 10,00

igual a

Saldo constante de nossos controles R$ 27.010,00

Questões de Revisão

1. O que é Fluxo de Caixa?

2. Quais os saldos cuja variação é controlada pelo Fluxo de Caixa?

3. O que é e quais as subcontas do Disponível?

4. O que é um Fluxo de Caixa Realizado?

5. O que é um Fluxo de Caixa Projetado?

6. O que é um Fluxo de Caixa de 1º Nível?

7. O que é Planejamento Financeiro?

8. Por que uma empresa pode dar lucro e, mesmo assim, quebrar?

9. Por que o saldo final do Fluxo de Caixa realizado deve ser conciliado diariamente com o saldo do Disponível?

10. No dia 14/4/11, ao chegar em seu escritório, o tesoureiro da Empresa Fecha Porta consultou pelo computador o saldo da conta corrente da empresa no Banco Falcatrua e verificou que o mesmo era R$ 135.230,00.

Em seguida, consultou seus controles internos. Lá constava que a empresa possuía naquele banco um saldo disponível de R$ 133.640,00.

A seguir, relacionamos em ordem alfabética uma série de lançamentos identificados pelo tesoureiro da Empresa Fecha Porta e que talvez expliquem a diferença de saldos encontrada.

Alguns desses lançamentos foram feitos pela empresa, mas ainda não foram capturados pelo banco. Outros foram feitos pelo banco, mas não constam dos controles internos da empresa.

Concilie estes dois saldos e indique os lançamentos de acerto que a empresa necessita fazer em seus controles internos.

Cheque006 ainda não compensado 25.660,00

Cheque009 ainda não compensado 37.920,00

Cobrança recebida em 13/4 que não consta nos registros 44.800,00 Depósitos em outras agências que não constam nos registros 29.440,00

Depósito feito em 10/4 e ainda não liberado pelo banco 46.700,00

Depósito feito em 13/4 e ainda não liberado pelo banco 82.460,00

Estorno feito pelo banco de débito indevido feito em nossa CC 250,00

IOF debitado pelo banco que não consta em nossos registros 220,00

Juros utilização de cheque especial que não consta nos registros 6.600,00

Tarifa de Cobrança do Banco que não consta nos nossos registros 500,00

2. Fluxo de Caixa pelo Método Direto

Iniciamos este módulo falando da importância de se possuir um plano de contas do Fluxo de Caixa (também chamado de plano de contas da tesouraria) bem estruturado e como fazê-lo. Em seguida, discutimos alguns controles paralelos que devem ser feitos para facilitar o acompanhamento do fluxo de caixa realizado e fazemos algumas recomendações úteis no momento de fazer os lançamentos de entradas e saídas. O método Direto não é o único, existe também o método Indireto.

2.1 Estruturando o Plano de Contas da Tesouraria

O Fluxo de Caixa obtido pelo método direto é um relatório do tipo:

Saldo Final e Saldo Inicial, referem-se aos saldos do Disponível no início e no final de um período que estamos analisando.

O principal objetivo do plano de contas da tesouraria é facilitar a projeção do fluxo de caixa. Existem diversas contas cujos comportamentos no passado nos fornecem informações suficientes para que possamos projetar seus comportamentos para o futuro.

O plano de contas da tesouraria pode ser ajustado de maneira que quem utilize tenha mais facilidade de analisar as informações.

Muitas empresas criam plano de contas da tesouraria com vários níveis porque desejam controlar os custos e as despesas por meio de fluxo de caixa. Isto é um erro!

2.2 Exemplo: O fluxo de caixa é incompetente para controlar os custos e despesas

Suponha que a empresa liquide em fevereiro uma obrigação que tenha vencido em janeiro. Olhando apenas para o fluxo de caixa pode-se ter a falsa impressão de que o desempenho de janeiro foi melhor do que realmente foi. Por outro lado, ter-se-á a impressão que o mês de fevereiro foi pior do que realmente foi.

Contas de entrada do Fluxo de Caixa:

• Recebido de Clientes – onde são registrados os valores efetivamente recebidos de clientes pela venda de bens ou serviços comercializados pela empresa.

• Outras entradas Operacionais – onde são registrados os dividendos recebidos de acionistas e as vendas de participações acionárias e de imobilizado.

• Entradas Patrimoniais – onde são registrados aportes de capital em dinheiro recebidos de acionistas e as vendas de participações acionárias e de imobilizado.

• Entradas Financeiras – onde são registrados os resgates de aplicações financeiras que não estejam classificadas no Disponível, os empréstimos obtidos e o valor bruto referentes a títulos (duplicatas, notas promissórias, cheques pré datados e cartões de crédito) descontados.

• Entradas Diversas – onde são registradas as entradas que não tenham sido registradas nas contas acima, tais como, reembolso diversos, devolução em dinheiro, ressarcimentos e indenizações recebidas.

Estas contas de entrada deverão ser decompostas em tantas subcontas quantas julgadas necessárias pela tesouraria.

Contas de Saída do Fluxo de Caixa:

• Saídas Administrativas – compreendendo as saídas referentes a aluguéis, despesas de condomínio, material de escritório, material de limpeza e etc.

• Saídas Comerciais – compreendendo as saídas referentes a comissões de vendas, publicidade e propaganda etc.

• Saídas Industriais – compreendendo as saídas referentes a todos os custos de fabricação, exceto os que estiverem discriminados em outras contas do plano de contas.

• Fornecedores – compreendendo as saídas referentes a pagamentos feitos a fornecedores nacionais e estrangeiros.

• Folha, Encargos e Benefícios – compreendendo as saídas referentes a salários, encargos (INSS e FGTS), recisões, indenizações e benefícios concedidos aos empregados, espontaneamente ou por força de lei, tais como seguros de vida, seguro-saúde, vale-transporte, vale-refeição etc.

• Serviços de Terceiros – compreendendo as saídas referentes a serviços corporativos, assim entendidos como aqueles serviços que beneficiam a empresa como um todo (tais como consultorias empresariais, assessoria jurídica etc.) e que, portanto, não tenham sido classificados em nenhuma outra conta.

• Impostos e Taxas – compreendendo as saídas referentes a pagamentos de impostos e taxas, tais como IPI, ICMS, PIS, Cofins, IRPJ, CSLL etc.

• Saídas Financeiras – compreendendo os juros pagos referentes a operações financeiras e a amortizações de empréstimos e financiamentos.

• Saídas Patrimoniais – compreendendo as saídas referentes aos dividendos pagos, às prestações de operações de leasing financeiro e às aquisições de participações acionárias de imobilizado.

• Saídas Diversas – compreendendo as saídas não classificáveis nas contas acima, tais como reembolsos, devoluções e outros.

ATENÇÃO:

O plano de contas da tesouraria não deve ser muito sucinto. É difícil analisar um plano de contas com poucas contas. Imagine um plano de contas que tivesse uma conta chamada “Despesas de Pessoal” e essa conta englobasse todas as despesas de pessoal tais como salários, férias, 13º salário, rescisões, seguro-saúde, vale-transporte, encargos trabalhistas, etc..

O plano de contas não deve ser muito detalhado, ou seja, muito longo. Já pensou como seria difícil analisar um relatório com muitas páginas? Por isso, não precisa criar uma conta para tipo de saída. Basta criar contas para as despesas mais importantes. Aquelas despesas de pequeno valor ou aquelas que só acontecem de vez em quando como, por exemplo, a festa de Natal dos funcionários da empresa, devem ser lançadas em uma sub-conta chamada “Diversos”.

Deve-se dar atenção especial à conta “Recebido de Clientes”. Ao dividir esta conta em sub-contas, devemos fazê-lo de forma a facilitar a elaboração do fluxo de caixa projetado. Por isso, sugerimos que as entradas sejam subdivididas em função do grau de certeza quanto ao seu recebimento.

2.3 Exemplo: Decompondo a conta “Recebido de Clientes” em sub-contas

A empresa efetua vendas nas seguintes condições:

- Vendas de balcão pagas com cheque ou dinheiro

- Vendas de balcão pagas com cheques pré-datados

- Vendas de balcão pagas com cartão de crédito

- Vendas faturadas para pequenos clientes

- Vendas faturadas para grandes clientes

Analisando as diversas formas como os clientes pagam suas compras, vejo que estas produzem entradas com diferentes graus de certeza.

As entradas provenientes de vendas pagas com cartão de crédito são muito mais previsíveis do que as entradas provenientes de vendas de balcão pagas com cheques pré-datados. Isto porque nas vendas pagas com cartão, é a administradora do cartão de crédito quem corre o risco da inadimplência. Já no caso de compras pagas com cheques pré-datados, quem corre o risco da inadimplência* ou do calote é a cadeia de lojas.

2.4 Modelo Plano de Contas de Tesouraria

Entradas

Recebido de Clientes

Cheque ou Dinheiro

Cartões de Crédito

Pré-Datado

Franquias

Receitas de Aluguéis

Loja I

Loja II

Operações Financeiras

Desconto de Cheques

Desconto de Cartões

Desconto de Duplicatas

Capital de Giro

Diversos

Entradas Patrimoniais

Aporte de Capital

Empréstimo de Acionistas

Venda de Imobilizado

Diversos

Entrdas Eventuais

Reembolsos Diversos

Saídas

Saídas Administrativas

Aluguel Comercial

Condomínio/IPTU/Taxas

Luz

Telefone

Seguros Comerciais

Material de Escritório e Limpeza

Material de Informática

Manutenções Diversas

Despesas de Postagem

Reembolso do Fundo Fixo

Diversos

Saídas Comerciais

Cartazes e Catálogos

Gráfica

Material de Embalagem

Programação Visual

Propaganda e Publicidade

Transporte

Treinamento e Apresentação

Diversos

Saídas Financeiras

Despesas Bancárias

Juros de Financiamento

Amortização de Principal

Diversos

Material de Revenda

Fornecedores Nacionais

Fornecedores Estrangeiros

Frete

Diversos

Saídas de Pessoal

Folha de Pagamento

Pró-labore

Rescisões

Vale Transporte

Exames Médicos

Lanches

IRRF

Diversos

Encargos

INSS

FGTS

Serviços Prestados

Advogados

Arquitetos

Cartórios

Consultorias

Contabilidade Externa

Serviços de Informática

Despachante

Recursos Humanos

Serviços de Limpeza

Diversos

Despesas de Viagem

Passagens e Estadias

Diversos

Impostos e Taxas

ICMS

ISS

Contribuição Social

Imposto Sindical

IRPJ

Multas Diversas

PIS/Cofins/Refis

Sindicato dos Lojistas

Parcelamento de ICMS

Parcelamento de ISS

Diversos

Despesas Patrimoniais

Obras Estruturais

Compra de Imobilizado

Retirada de Acionistas

Diversos

Saídas Diversas

Cheques Devolvidos

Devolução de Vendas

Diversos

2.5 Quadros Auxiliares

Alguns lançamentos ficariam mais claros se pudessem ser controlados a parte o que chamaremos de “quadros auxiliares” porque o auxiliam a entender melhor estas operações.

2.6 Controlando o desconto de títulos por meio de Quadros Auxiliares

2.6.1 Desconto Comercial ou Bancário (Por Fora)

Os títulos descontados podem ser duplicatas, notas promissórias ou cheques pré-datados. O cedente do título transfere ao banco o direito de recebê-los nos respectivos vencimentos, recebendo antecipadamente o valor líquido dos títulos após descontados os juros. No vencimento o devedor paga o valor do título ao banco, que baixa a responsabilidade do cedente.

Na operação de desconto o banco tem o direito de regresso, isto é caso o devedor não pague o título no vencimento, o banco tem o direito de receber do cedente o valor do título acrescido de juros de mora e/ou multas.

Dc = N.i.n

Dc = Desconto Comercial

N = Valor Nominal do Título

i = Taxa de Desconto

n = Número de Períodos antes do Vencimento

2.6.2 Exemplo Prático

No dia 12/05/2011 a empresa Kasa & Koisas descontou 5 duplicatas no valor total de R$ 18.940,26 e recebeu, líquido, R$ 18.586,67. Caso não houvesse feito uma planilha dessa operação, só saberia qual valor total das duplicatas descontadas e o valor total líquido recebido. Ou seja, não teria como separar, classificar e lançar na planilha do fluxo de caixa o quanto foi pago de juros, IOF e tarifas. Com os quadros auxiliares, os lançamentos ficaram muito mais simples, porque estas operações estavam controladas conforme o quadro:

Banco XYZ

Data: 12/05/2011

Taxa: 0,0833% a.d.

IOF: 0,0041% a.d.

Dupl. Sacado Vcto N. Dias Valor Juros IOF Tarifa Liquido

1001 Empresa A 18/05/2011 6 R$ 1.461,30 R$ 7,31 R$ 0,36 R$ 0,12 R$ 1.453,51

1002 Empresa B 22/05/2011 10 R$ 2.656,54 R$ 22,14 R$ 1,09 R$ 0,12 R$ 2.633,19

1003 Empresa C 01/06/2011 20 R$ 4.793,21 R$ 79,89 R$ 3,93 R$ 0,12 R$ 4.709,27

1004 Empresa D 05/06/2011 24 R$ 3.294,56 R$ 65,89 R$ 3,24 R$ 0,12 R$ 3.225,31

1005 Empresa E 10/06/2009 29 R$ 6.734,65 R$ 162,75 R$ 8,01 R$ 0,12 R$ 6.563,77

TOTAL R$ 18.940,26 R$ 337,98 R$ 16,63 R$ 0,60 R$ 18.585,06

2.6.3 Quadro Auxiliar Aplicações Financeiras

Dia Valor da Cota Entradas Saídas Juros Saldo

N. Cotas Valor N. Cotas Valor N. Cotas Valor

1 165,43 604,49 100.000,00 604,49 100.000,00

2 165,49 37,05 604,49 100.037,05

3 165,55 36,27 604,49 100.073,32

6 165,61 36,27 604,49 100.109,59

7 165,67 120,73 20.000,00 36,59 483,77 80.146,18

8 165,74 33,86 483,77 80.180,04

9 165,80 29,03 483,77 80.209,07

10 165,86 29,03 483,77 80.238,09

13 165,93 33,86 483,77 80.271,96

2.6.4 Quadro Auxiliar Operações Financeiras

Sistema de Pagamentos Variáveis

O devedor paga o periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição e de acordo com a combinação realizada inicialmente, sendo que os juros do Saldo devedor são pagos sempre ao final de cada período.

Uso comum: Cartões de crédito.

Banco XYZ Valor: R$ 200.000,00

Descrição: Capital de Giro Taxa de Juros ao Mês: 1,5310%

Data: 01/01/11 IOF: R$ 1.379,10

Liquido Recebido: R$ 198.620,90

Prest. Data Pagto. Amortização Juros Pagamento Saldo

1 02/fev R$ 50.000,00 R$ 3.061,90 R$ 53.061,90 R$ 200.000,00

2 02/mar R$ 50.000,00 R$ 2.296,43 R$ 52.296,43 R$ 150.000,00

3 02/abr R$ 50.000,00 R$ 1.530,95 R$ 51.530,95 R$ 100.000,00

4 02/mai R$ 50.000,00 R$ 765,48 R$ 50.765,48 R$ 50.000,00

Sistema de Pagamentos Americano

O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período, realiza o pagamento dos juros do Saldo devedor do período.

Banco XYZ Valor: R$ 200.000,00

Descrição: Capital de Giro Taxa de Juros ao Mês: 1,5310%

Data: 01/01/11

Prest. Data Pagto. Amortização Juros Pagamento Saldo

1 02/fev R$ 3.061,90 R$ 3.061,90 R$ 200.000,00

2 02/mar R$ 3.061,90 R$ 3.061,90 R$ 200.000,00

3 02/abr R$ 3.061,90 R$ 3.061,90 R$ 200.000,00

4 02/mai R$ 3.061,90 R$ 3.061,90 R$ 200.000,00

5 02/jun R$ 200.000,00 R$ 3.061,90 R$ 203.061,90 R$ -

Sistema de Amortização Constante (SAC)

Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculada dividindo-se o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.

O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amortização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Montagem da Planilha do Sistema SAC

Etapas da montagem:

1ª etapa: Calcular o valor das Amortizações

2ª etapa: Calcular o saldo devedor de cada período

3ª etapa: Calcular os juros (e demais encargos) de cada período

4ª etapa: Calcular as prestações de cada período.

Exemplo:

Para investir na sua empresa, um empresário resolve comprar uma sala comercial em um prédio no centro da cidade. O valor do imóvel é R$ 240.000,00. O empresário decide pagar em 12 parcelas, a taxa de juros é de 0,8% a.m.

Sala Comercial Valor: R$ 240.000,00

Descrição: Capital de Giro Taxa de Juros ao Mês: 0,80%

Data: 01/01/11 Parcelas: 12

Prest. Amortização Juros Pagamento Saldo Devedor

0 R$ 240.000,00

1 R$ 20.000,00 R$ 1.920,00 R$ 21.920,00 R$ 220.000,00

2 R$ 20.000,00 R$ 1.760,00 R$ 21.760,00 R$ 200.000,00

3 R$ 20.000,00 R$ 1.600,00 R$ 21.600,00 R$ 180.000,00

4 R$ 20.000,00 R$ 1.440,00 R$ 21.440,00 R$ 160.000,00

5 R$ 20.000,00 R$ 1.280,00 R$ 21.280,00 R$ 140.000,00

6 R$ 20.000,00 R$ 1.120,00 R$ 21.120,00 R$ 120.000,00

7 R$ 20.000,00 R$ 960,00 R$ 20.960,00 R$ 100.000,00

8 R$ 20.000,00 R$ 800,00 R$ 20.800,00 R$ 80.000,00

9 R$ 20.000,00 R$ 640,00 R$ 20.640,00 R$ 60.000,00

10 R$ 20.000,00 R$ 480,00 R$ 20.480,00 R$ 40.000,00

11 R$ 20.000,00 R$ 320,00 R$ 20.320,00 R$ 20.000,00

12 R$ 20.000,00 R$ 160,00 R$ 20.160,00 R$ -

Sistema Price (Sistema Francês)

A Tabela Price usa o regime de juros compostos para calcular o valor das parcelas de um empréstimo e, dessa parcela, qual é a proporção relativa ao pagamentos dos juros e amortização do valor emprestado.

Principais Características:

- Prestações constantes: (série periódica uniforme).

- Os juros de um período são calculados sobre o saldo devedor do inicio do respectivo período (juros declinantes).

- As amortizações de cada período são iguais ao valor da prestação menos o valor dos juros do período (amortizações crescentes).

Cálculo da Parcela:

C = R[(1+i)ⁿ – 1] C = Capital (PV) i = Taxa de juros

i(1+i)ⁿ R = Parcela (PMT) n = Período

Exemplo:

Precisando de um carro para fazer suas entregas, uma empresa deseja comprar um veículo de valor atual R$50.000,00 financiando em 5 meses. A taxa de juros é de 1% ao mês.

Automóvel Valor: R$ 50.000,00

Data: 01/01/11 Taxa de Juros ao Mês: 1,00%

Parcelas: 5

Prest. Amortização Juros Pagamento Saldo Devedor

0 R$ 50.000,00

1 R$ 9.801,99 R$ 500,00 R$ 10.301,99 R$ 40.198,01

2 R$ 9.900,01 R$ 401,98 R$ 10.301,99 R$ 30.298,00

3 R$ 9.999,01 R$ 302,98 R$ 10.301,99 R$ 20.298,99

4 R$ 10.099,00 R$ 202,99 R$ 10.301,99 R$ 10.199,99

5 R$ 10.199,99 R$ 102,00 R$ 10.301,99 R$ (0,00)

Total R$ 1.509,95 R$ 51.509,95

2.7 A Entrada de Dados

• Lance diariamente as entradas e as saídas do dia anterior. Não deixe acumular o movimento de vários dias para depois lançar tudo de uma vez. Lançando diariamente o movimento do dia anterior, as chances de erro diminuem muito.

• Consulte diariamente os extratos de suas conta-correntes bancárias. Isto é importante porque o banco pode estar fazendo créditos ou débitos avisados* que, por representarem entradas e saídas de caixa, têm que ser lançados na planilha de fluxo de caixa. Se você não consultar os extratos das conta-correntes, como é que vai saber quais os lançamentos que foram feitos pelo banco? Lance os créditos e os débitos avisados feitos pelo banco antes de fazer a conciliação bancária. Isso vai facilitar muito o trabalho de conciliar as contas bancárias.

*Débitos avisados são lançamentos que são feitos pelo banco na conta-corrente do cliente. Os débitos avisados são despesas que o banco cobra sacando diretamente da conta-corrente do cliente. Exemplos de débitos avisados são os juros pela utilização da conta garantida, tarifas por serviços prestados, estornos de lançamentos feitos por engano, etc. Já os créditos avisados são depósitos feitos pelo banco na conta-corrente do cliente. Podem referir-se a depósitos feitos por clientes da empresa, juros de aplicações, resgates de aplicações financeiras, estorno de débitos feitos indevidamente etc.

• Concilie diariamente o saldo do fluxo de caixa

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