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Integração Vertical / Horizontal

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Por:   •  6/5/2014  •  5.764 Palavras (24 Páginas)  •  863 Visualizações

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CONTRIBUIÇÕES RECENTES `A TEORIA DA INTEGRAÇÃO VERTICAL

Maria Cristina Mac Dowell ()

José Carlos Cavalcanti ()

1- INTRODUÇÃO

A firma pode ser analisada sob vários aspectos. Com relação ao seu tamanho a firma pode ser vista quanto à suas dimensões horizontal e vertical. A dimensão horizontal se refere à escala de produção, quando a firma é produtora de um único produto, ou ao seu escopo nas firmas multiprodutos. E a dimensão vertical reflete a extensão na qual os bens e serviços, que podem ser comprados de outras firmas, são produzidos internamente.

Com o objetivo de tentar apontar as recentes contribuições a esta temática, este trabalho busca relacionar alguns dos principais aspectos da teoria da integração vertical entre as firmas. Neste sentido, está subdividido em mais quatro seções, além desta introdução. Na seção 2 é feita uma breve caracterização do que se pode denominar de Teoria da Integração Vertical. Na seção 3 são mostrados alguns dos incentivos tecnológicos para a integração vertical. Na seção 4 são explorados os incentivos resultantes das imperfeições de mercado. Na seção 5 é tratada brevemente a Teoria dos Custos de Transação e sua relação com a integração vertical. Finalmente, a seção 6 apresenta os comentários finais.

2- DEFINIÇÃO DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO VERTICAL

Integração vertical ocorre quando diferentes processos de produção - desde o insumo até a venda final ao consumidor - que podem ser produzidos separadamente, por várias firmas, passam a ser produzidos por uma única firma. A integração vertical pode ocorrer entre dois ou mais processos contínuos de produção, onde o produto de um processo é o insumo para o outro subsequente. Ao estágio que produz o insumo para o subsequente se denomina processo "upstream"; e àquele que emprega o insumo do processo imediatamente anterior se denomina processo "downstream".

Segundo Perry (1989), uma firma pode ser descrita como verticalmente integrada se ela envolve necessariamente dois processos de produção em que (1) a produção total do processo upstream é empregada ou em parte ou totalmente como a quantidade de um insumo intermediário dentro do processo donwstream; ou quando (2) a quantidade total de um único insumo intermediário que é utilizado em um processo donwstream é obtida, em parte ou totalmente, da produção do processo upstream.

A integração vertical pode ocorrer de forma parcial, e isto acontece quando parcela da produção do processo upstream é vendida para outros compradores, e parcela do insumo intermediário necessário ao processo downstream é comprada de outros fornecedores.

Integração vertical significa a eliminação de trocas contratuais ou de mercado e sua substituição pela troca interna dentro dos limites da firma. É também um instrumento de propriedade e de total controle sobre estágios vizinhos de produção ou distribuição. De modo particular, a firma verticalmente integrada tem uma completa flexibilidade de tomar as decisões sobre o investimento, o emprego, a produção e a distribuição de todos os estágios que a firma possuir.

Autores como Grosman e Hart (1986) argumentam que a integração vertical é a propriedade e o completo controle sobre os ativos, e que a natureza da relação da firma com o trabalhador não é relevante para definir integração vertical. Já Williamson (1975), Cheung (1983), entre outros, têm enfatizado a relação com o trabalho na discussão sobre integração vertical. Para eles, a integração vertical assume a mudança da compra de insumo pela sua produção através da contratação de trabalhadores. O fator capital, segundo estes últimos, não é suficiente para definir integração vertical, uma vez que o arrendamento do capital pode significar o controle sobre a produção mas não a sua propriedade. No entanto, nenhuma destas visões prevê uma completa descrição da integração vertical. Integração vertical é o controle sobre o processo integral de produção e de distribuição, mais que o controle sobre qualquer insumo em particular no interior de cada processo.

Outro tipo de relação entre firmas é aquela denominado por Blois (1972) como "quase-integração vertical", que é definida como uma relação financeira entre firmas em estágios vizinhos de produção, onde o relacionamento não precisa envolver o controle sobre as decisões de produção e distribuição.

A integração vertical pode surgir em várias maneiras: formação vertical; expansão vertical e fusão vertical. E existem três tipos de determinantes para o processo de integração vertical: tecnológico, imperfeição nos mercados e economia nos custos de transação.

3- DETERMINANTE TECNOLÓGICO PARA A INTEGRAÇÃO VERTICAL

As firmas integradas verticalmente podem sustentar razões de aspectos físicos ou técnicos para este tipo de transação extra-mercado. A integração - do tipo para trás em material, lateralmente em componentes e para frente em distribuição - pode se constituir na forma organizacional na qual produtos e serviços complexos são criados, produzidos e comprados pelo mercado da forma mais eficiente economicamente.

A integração vertical por razões de economia tecnológica ocorre quando menor quantidade de insumos intermediários são necessários para obter a mesma quantidade de produto no processo downstream, quando a firma estiver integrada com o processo upstream. A rationale para este tipo de integração é a substituição de alguns insumos intermediários por insumos primários ou por outros insumos intermediários.

Segundo Williamson (1989a), a tecnologia é um fator determinante da organização econômica somente se (1) existir apenas uma tecnologia que seja decisivamente superior as outras e (2) que esta tecnologia implique uma forma de organização única. Para ele, as decisões de integração raramente ocorrem por motivos tecnológicos, mas sim pelo fato de a integração representar uma fonte de economia nos custos de transação.

4- AS IMPERFEIÇÕES DE MERCADO E A INTEGRAÇÃO VERTICAL

A integração vertical pode ocorrer, também, como resposta às imperfeições de mercado como a competição imperfeita, assimetria de informações e incertezas.

4.1- Os Mercados Imperfeitos

A competição imperfeita em um estágio de produção

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