Mudança No Mundo Das Organizações

Resumo

A crescente globalização da economia mundial impõe às organizações uma necessidade de tornarem-se competitivas de forma sustentável, o que as têm levado a implementar programas de mudanças para aprimorar a qualidade de sua gestão visando a melhoria contínua de seu desempenho. Experiências de diversas organizações têm demonstrado que a obtenção de mudanças efetivas depende, fundamentalmente, do modelo de intervenção adotado para implementar as mudanças.

Reflectir sobre as actuais dinâmicas de mudança no mundo das organizações, dando particular enfase às metodologias de intervenção organizacional. Tendo como objecto de análise a “mudança nas organizações”, partilhado por outras disciplinas, o que se pretende neste artigo é dar a conhecer a perspectiva psicossociológica sobre os processos de mudança e intervenção nas organizações.

Palavras-chave: Mudança organizacional, Intervenção organizacional, cultura organizacional.

 

Introdução

O ambiente complexo que atualmente envolve as organizações, onde mudanças ocorrem de forma dinâmica, imprevisível e em ritmo acelerado, amplia a diversidade de fatores internos e externos que influem no desempenho organizacional, assim como o grau de interdependência entre eles, impondo às organizações uma necessidade permanente de mudanças, no sentido de procurarem adaptar-se às condições impostas para o seu sucesso. Deste modo, procura-se apresentar e discutir as principais teorias sociológicas em torno da mudança, assim como as metodologias de mudança planeada e intervenção.

Identificar e reflectir sobre as dimensões sociais da mudança organizacional, nomeadamente os tipos de intervenção organizacional, os factores de resistência à mudança, os actores organizacionais da mudança e os determinantes organizacionais da mudança e intervenção organizacionais.

Dar a conhecer em profundidade, numa óptica analítica, reflexiva e crítica os aspectos acima referidos, tendo em conta as transformações complexas com que hoje se debatem as organizações, numa sociedade que se afirma cada vez mais como global e que se debate com importantes desafios. Assim, a mudança assume-se enquanto valor estratégico para as organizações, que importa escrutinar nas suas mais diversas dimensões. As organizações nunca foram estáticas, a mudança organizacional traduz as diferenças que se verificam em determinadas dimensões de uma entidade ao longo do tempo e que podem ser observadas confrontando as características dessa entidade em distintos momentos da sua existência.

A mudança organizacional está presente na ordem do dia tais como: mudança nos processos de gestão, nos procedimentos e na organização do trabalho, mudanças nas estruturas, na relação com o cliente e com o mercado, nas atitudes e nos valores dos colaboradores das organizações, este trabalho tem como objectivos:

 Identificar os principais aspectos que caracterizam a mudança planeada nas organizações

 Descrever os principais factores que levam as pessoas a resistir à algumas das estratégias para superar essas resistências

 Caracterizar a abordagem do desenvolvimento organizacional e a pesquisa-acção.

 Descrever as principais técnicas de intervenção organizacional.

Enquadramento Teórico

No estudo dos processos de mudanças são considerados adequadamente os níveis de análise que são o nível individual (relativo aos membros da organização),o nível grupal (referente às diversas subunidades que constituem a organização),o nível organizacional (corresponde à globalidade da organização enquanto entidade holisticamente considerada a nível as populações das organizações (que corresponde a classes de organizações que partilham determinadas características, como as organizações financeiras. E por ultimo o nível das comunidades de organizações (agregado de populações de organizações).

Para além do esforço para compreender e explicar os processos de mudanças, a literatura tem procurado resolver um outro problema básico que diz respeito à possibilidade ou não de gerir a mudança organizacional, a análise deste problema tem sido objecto de diversas formulações teóricas quer da natureza dos tipos de mudança organizacional quer acerca dos modos e das técnicas mais apropriadas para realizar esta mudança.

Resumidamente o estudo da mudança organizacional procura averiguar a natureza da mudança, os factores que a determinam, as suas consequências para a vida da organização e as acções que se podem implementar para manter ou aumentar a eficácia da organização.

As intervenções de mudança organizacional têm sido, na sua maioria, implementadas sob o contexto do enfoque convencional mecanicista − que trata a organização como se fosse uma máquina, pressupondo ser possível, de forma controlada, levá-la de seu estágio actual a outro que tenha sido projetado. Esse enfoque, entretanto, precisa ser desafiado com base nas evidências de que o mesmo conduz a poucos resultados significativos de longa duração (SEEL, 2000).

O enfoque convencional mecanicista se fundamenta em pressupostos básicos sobre as organizações e o processo de mudanças, os quais se tornam frequentemente inválidos para os sistemas abertos e complexos do ambiente organizacional actual, não conseguindo representar, portanto, a verdadeira natureza complexa de funcionamento do processo de mudanças. Sendo assim, intervenções baseadas neste enfoque precisam ser substituídas por novas abordagens baseadas em um novo enfoque, que proporcione condições que possam facilitar a implementação de mudanças efetivas (OLSON; EOYANG, 2001).

Neste sentido, a aplicação da teoria dos sistemas adaptativos complexos às organizações tem despertado um grande interesse de pesquisadores e profissionais das áreas de ergonomia e desenvolvimento organizacional, cujos resultados de diversas pesquisas têm indicado que as novas abordagens baseadas nesta teoria proporcionam, no momento, o melhor enfoque sobre a natureza do comportamento organizacional (SEEL, 2000; OLSON; EOYANG, 2001; PAVARD; DUGDALE, 2002; OBADIA, 2004).

1. Abordagens do processo de mudança organizacional

A mudança organizacional pode ser conforme o grau ou profundidade em que as condições da organização são alteradas. Assim a mudanças pode ser: de primeira ordem (ou incremental), e de