SINOPSE CRÍTICA DO FILME "O DIABO VESTE PRADA"
Por: Fernando Azevedo • 26/10/2018 • Resenha • 749 Palavras (3 Páginas) • 581 Visualizações
Será que uma comédia dramática, aparentemente sem grande profundidade filosófica ou sem uma trama revolucionária, pode trazer valiosos ensinamentos sobre posicionamento e marketing pessoal, principalmente na esfera profissional? O filme “O Diabo Veste Prada” (2006) mostra que sim. O longa, baseado no livro homônimo de Lauren Weisberger e dirigido por David Frankel, conta a saga profissional (atrelada a pessoal) da recém formada em Jornalismo Andrea Sachs (vivida maravilhosamente por Anne Hathaway). Andrea vai para Nova York em busca de oportunidade de emprego e; numa mistura de sorte e gana profissional, consegue uma vaga numa das revistas de moda mais conceituadas do país, a Runaway, como assistente de sua editora-chefe, Miranda Priestly.
Na revista, a editora-chefe (interpreta de forma excepcional por Meryl Streep) é temida por todos (do ramo da moda) e pelos funcionários da mesma. Neste início promissor do filme, já se nota pertinentes lições sobre posicionamento e marketing pessoal, uma vez que Andrea consegue o trabalho por um ótimo currículo e por uma personalidade singular, já que, até então, não tem a menor afinidade com o mundo da moda. Em contrapartida, estas boas lições também vêm de algo negativo, já que Andrea nunca tinha ouvido falar da revista ou de Miranda e nem fez uma pesquisa antes da entrevista, o que vai de encontro ao desejável, pois é preciso conhecer a empresa, para que não haja gafes ou momentos de desconcerto do candidato.
Conforme o filme vai desenvolvendo seu enredo, percebe-se, também, situações ligadas ao ambiente profissional passíveis de reflexão, como liderança, personalidades conflitantes (principalmente quando entra em cena a outra assistente de Miranda, a rabugenta Emily – feita pela excelente Emily Blunt – que, inicialmente, desmerece Andrea a todo momento por sua “falta de moda”), administração e otimização do tempo, relações interpessoais, equilíbrio emocional, flexibilidade, entre outras. Ainda a respeito dos colegas de trabalho de Andrea, outro ponto forte e interessante do filme diz respeito à relação que ela tem com o diretor de arte da revista, Nigel (do ótimo Stanley Tucci). De início desacredita por ele, Andrea o conquista e ele a ajuda a se dar melhor no trabalho, dando conselhos sobre o cotidiano da revista e repaginando o seu visual de acordo com o cargo dela. Essa relação levanta outro ponto importante a respeito de marketing e posicionamento pessoal, o networking, mostrando que uma boa relação (profissional e até pessoal) com colegas de trabalho ou pessoas do dia-dia da empresa e bons contatos é fundamental para o desenvolvimento no ambiente de trabalho.
Outro ponto bastante relevante mostrado no decorrer do longa diz respeito ao poder de adaptação de Andrea como profissional, uma vez que durante quase todo filme, ela consegue driblar a arrogância, grosseria e exigência extrema de sua chefe e fazer um bom trabalho e, além disso, se adéqua ao perfil profissional que a revista espera de seus funcionários, tanto em comportamento, quanto na aparência (no contexto profissional ao qual ela estava inserida, o “cartão de visitas” é muito importante). Embora, em algumas situações, Miranda passe dos limites e beire o assédio moral, Andrea é um ótimo exemplo de ensinamento de algo essencial no marketing pessoal para vida e, principalmente, para o ambiente de trabalho: a resiliência. Isso pois,
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