Sustentabilidade Cultural
Pesquisas Acadêmicas: Sustentabilidade Cultural. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Tiago.k • 8/4/2014 • 849 Palavras (4 Páginas) • 377 Visualizações
SUSTENTABILIDADE CULTURAL
A sustentabilidade cultural, a mais difícil de ser concretizada segundo Sachs (1997), está relacionada ao caminho da modernização sem o rompimento da identidade cultural dentro de contextos espaciais específicos.
A sustentabilidade está no cerne das discussões mundiais desde a Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972, e, posteriormente, ganhou maior intensificação a partir da Conferência Rio-92, no Brasil. Sua relação com o desenvolvimento e a economia, entretanto, tem um viés importante que não tem sido mencionado quando se debate soluções para o futuro da humanidade: a estreita relação entre sustentabilidade e cultura.
Após a Revolução Industrial, em meados do século 18, a maioria dos países seguiu um modelo inglês de economia, baseado no conceito das “indústrias criativas”, com foco unicamente em crescimento econômico. Deixado de lado, o desenvolvimento sustentável ressurge, atualmente, como um dos pontos principais da denominada “economia criativa”. Mas esse desenvolvimento com novo foco só se viabiliza com a potencialização das culturas locais, como afirma Lala Deheinzelin, diretora da Enthusiasmo Cultural, Special Advisor on Creative Economy – South South Cooperation Special Unit – ONU. “É preciso uma mudança de cultura para migrar da idéia de consumo e de crescimento econômico exacerbado para a de suficiente, de qualidade, em detrimento da quantidade. E a cultura é duplamente importante nesse ritual, porque atua como meio e fim. Projetos de desenvolvimento baseados em cultura e criatividade são muito mais que solução econômica, funcionam também como solução para outras áreas”, diz.
Premissas como as expostas mostram que as propostas baseadas nos princípios da sustentabilidade funcionam melhor quando inseridas no contexto da cultura local. Essa é também a opinião do Ministro da Cultura, Gilberto Gil, compartilhada no Seminário da Sustentabilidade Cultural, realizado em Belo Horizonte (MG), em 2007. Para ele, “o desenvolvimento [econômico do planeta] não caminha sem uma especial ênfase no desenvolvimento da cultura local”. Gil acredita que, à medida que o indivíduo se conscientiza da repercussão de seus atos nas gerações futuras, desenvolve uma percepção sobre a importância da responsabilidade comum. “É preciso reforçar a consciência dessas culturas em relação ao seu próprio desenvolvimento”, explica.
Esse reforço vem sendo feito pontualmente por instituições como a ONG Verdever. Coordenada pelo arquiteto Sérgio Prado, a ONG alia conceitos de sustentabilidade a práticas culturais locais. Com essa base teve início o projeto Águas Mais Limpas, desenvolvido com as comunidades ribeirinhas de pescadores da cidade de Ubatuba, no litoral norte do Estado de São Paulo. A pesca artesanal, principal atividade de subsistência dessas comunidades, transmitida a cada geração, vinha sofrendo muito com a poluição dos mares. A cada saída para o mar, uma quantidade enorme de lixo vinha preso às redes e, sem uma proposta sustentável, era devolvido ao mar. “O projeto deu vida nova a esses dejetos, ensinando os pescadores a reutilizá-los de forma criativa”, conta Prado.
Com o trabalho desenvolvido em Ubatuba, Sérgio Prado é um dos que reforçam o coro de que os princípios da sustentabilidade só ganham corpo quando inseridos na cultura. “A verdadeira solução para a sustentabilidade
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