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AS TEORIAS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PÓS-GUERRA FRIA

Por:   •  28/11/2017  •  Resenha  •  1.743 Palavras (7 Páginas)  •  624 Visualizações

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AS TEORIAS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PÓS-GUERRA FRIA

        O final da Guerra Fria foi um importante divisor de águas no desenvolvimento das RI, porque significou uma mudança de um mundo bipolar para um mundo que se discute se é unipolar ou multipolar. O pós Guerra Fria abriu possibilidade para uma discussão teórica mais plural, marcada por teorias positivistas e pós-positivistas, como o Construtivismo, Feminismo, Pós-Modernismo.

GLOBALIZAÇÃO, SOBERANIA E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

  1. A globalização tem mudado a agenda de pesquisa teórica de Relações Internacionais aumentando a importância de temas como Governança Global.
  2. Existe uma discussão sobre o enfraquecimento dos Estados nacionais e, portanto, sobre a atualidade da Ordem de Westfália.
  3. O pós 11 de Setembro gerou uma discussão se o evento é um sintoma do enfraquecimento do Estado e se o ataque significou a volta de um Estado poderoso e controlador.

        O debate sobre a globalização é amplo, entretanto, por vezes, sua definição permeia o reducionismo economicista. É fato que a globalização abarca os diversos aspectos da realidade, passando pela cultura, política, meio ambiente, etc. Assim, a definição do termo “globalização” levanta um grande debate nos meios teóricos.

THOMAS FRIEDMAN: grande força estrutural que dá forma ao sistema internacional no pós-Guerra Fria. Essa visão é criticada, por não ser uma definição precisa, especialmente porque se refere à globalização como um fenômeno típico ao período pós-Guerra Fria e não à um processo.

ALICE LANDAU: globalização é multifacetada, multidimensional e intermitentemente econômica, política e cultural, cujos assuntos, organizações, empresas e pessoas agem de forma global através das fronteiras nacionais. Essa definição é insuficiente porque confunde os efeitos da globalização com a definição do fenômeno em si.

SARFATI: Globalização é o processo no qual as tradicionais barreiras entre os Estados caem, fruto do avanço tecnológico que possibilita intensa troca de informações entre as pessoas no mundo. Aspecto reconhecido na economia, relações sociais etc. Sarfati entende a globalização como um processo histórico e não como resultado exclusivo do pós-Guerra Fria. É um processo porque a tecnologia é inovada constantemente, o que possibilita uma maior aproximação entre as pessoas. A globalização não leva sempre à aproximação, mas à fragmentação. Exemplo disso é a eclosão do nacionalismo no Entre Guerras.

        Globalização é um desafio às teorias de RI porque põe em cheque termos clássicos das RI como a noção da territorialidade, e em especial, a ideia de soberania estatal. A globalização “transcende as tradicionais distinções entre local, nacional e global e entre os assuntos domésticos e internacionais”.

NYE: globalização, expressa como aumento de interdependência sempre existiu. A novidade é que agora as redes são mais densas e mais complexas, com mais regiões e classes econômicas. Nesse ponto de vista, a ‘americanização’ da globalização é deveras simplista, já que apesar dos Estados Unidos estarem no centro em algumas questões, ele está inserido em um elo de interdependência global.

GLOBALIZAÇÃO ≠ UNIVERSALIZAÇÃO: A globalização vista como aprofundamento das redes mundiais e interdependência NÃO SIGNIFICA UNIVERSALIZAÇÃO. Porque, apesar da propagação das tecnologias de informação, estas não são usufruídas por todos. Nesse sentido, a globalização é um fator que ajuda a desenvolver as desigualdades sociais. Globalização não pressupõe homogeneidade e nem equidade. Batalha de Seattle: as pessoas demonstram seu descontentamento.

DAVID HELD:

  1. HIPERGLOBALIZANTES: percebem somente os efeitos positivos da globalização e são meramente economicistas;
  2. CÉTICOS: enxerga a globalização como mito baseado na econômica, visto que os governos continuam a constituir fortes unidades;
  3. TRANSFORMACIONISTAS: entendem que as sociedades vêm se adaptando à globalização, caracterizada por incertezas e instabilidades.

LANDEU: crítica a essa classificação porque não destaca ao fundo os problemas da globalização. Então, dividiu a teoria em duas:

  1. OTIMISTAS: proclamam as oportunidades que a globalização traz. Neoliberalistas econômicos. Economia competitiva de mercado. Não é novidade, mas um processo. Origem nas navegações marítimas. A globalização teria diminuído a importância dos estados nacionais. Agora, os espaços nacionais são repostos por outros níveis de interação e governança, como os níveis inter-regionais e intercontinental. Os Estados continuam tendo preeminência política e militar, mas são desafiados pela proliferação de atores transnacionais e intergovernamentais que escapam às suas jurisdições. Sobreposição da política domestica pela externa, pois as políticas internas estariam levando em consideração a dimensão internacional. Estados não são capazes de performar suas funções clássicas. Os Estados não teriam mais a capacidade de planejar, controlar e programar soluções problemas complexos como a AIDS ou as mudanças climáticas.

  1. PESSIMISTAS: globalização como processo caracterizado por ganhadores e perdedores, onde os perdedores são a maioria. Denunciam as desigualdades produzias pelo processo da globalização. A fragmentação dos Estados e o fortalecimento das identidades nacionais deveriam ser vistas como uma reação ao aumento da integração. A força homogeneizadora (inglês, cultura pop, filmes, etc.) cria um contra-movimento que tenta reafirmar as identidades tradicionais. Reconhecem que a globalização desafia a autoridade tradicional dos Estados, seja pela integração – União Europeia – ou pela fragmentação – incentivo aos movimentos nacionalistas, como na Catalunha.

GLOBALIZAÇÃO E GOVERNANÇA

GOVERNANÇA ≠ GOVERNO = Os dois referem-se a um sistema de ordenação, a atividades orientadas para algum objetivo. A diferença é que:

  • GOVERNO: atividades sustentadas por uma autoridade formal, pelo poder da polícia cujo objetivo é garantir a implementação de políticas.
  • GOVERNANÇA: atividades sustentadas por objetivos comuns, que podem OU NÃO derivar de responsabilidades legais formamente prescritas e que NÃO dependem NECESSARIAMENTE do poder da polícia para que sejam aceitas e vençam resistências.

GOVERNÇANÇA = FENOMENO MAIS AMPLO. ABRANGE INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS, MAS TAMBÉM MECANISMOS INFORMAISD DE CARATER NÃO GOVERNAMENTAL, CUJO OBJETIVO É ATENDER SUAS DEMANDAS E SATISFAZER SUAS NECESSIDADES.

        A diferença é fundamental porque nos permite dizer que há possibilidade de uma governança sem governo, ou seja, que existe uma ordem SEM AUTORIDADE que tem a capacidade de IMPOR DECISÕES em ESCALA GLOBAL. A governança não significa a exclusão dos governos que podem fazer parte de instituições intergovernamentais. Nós chamamos isso de regimes internacionais. Exemplo: Bretton Woods.

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