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Guerra Fria no Oriente Médio

Por:   •  10/4/2019  •  Ensaio  •  2.001 Palavras (9 Páginas)  •  262 Visualizações

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INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Teorias Clássicas das RI - Noturno

 

 

 

 

Felipe Abranches - Nº USP: 10816429

Leonardo Barbosa - Nº USP: 10685914

Pedro Cavalcanti Costa - Nº USP:10720412

Rafael Silva - Nº USP: 10720318

 

 

 

 

Existe uma guerra fria ocorrendo no Oriente Médio?

 

 

 

 


 

São Paulo - SP,

12/2018


Felipe Abranches - Nº USP: 10816429

Leonardo Barbosa - Nº USP: 10685914

Pedro Cavalcanti Costa - Nº USP:10720412

Rafael Silva - Nº USP: 10720318
Instituto de Relações Internacionais

2018

Existe uma guerra fria ocorrendo no Oriente Médio?

Projeto de pesquisa realizado na disciplina de Teorias das Relações Internacionais I: Teorias Clássicas, no curso de Relações Internacionais da USP.

Orientadora: Professora Cristiane Lucena.

SÃO PAULO

DEZEMBRO/ 2018

SUMÁRIO

1.        INTRODUÇÃO        4

2.        CARACTERIZAÇÃO DA GUERRA FRIA        5

3.        BREVE HISTÓRICO DO CONFLITO ENTRE IRÃ E ARÁBIA SAUDITA        5

4.        LITERATURA        7

5.        CONCLUSÃO        9

6.        BIBLIOGRAFIA        10


  1. INTRODUÇÃO

O Oriente Médio sempre foi palco de grandes conflitos ao longo da história, por motivações religiosas, estratégicas e/ou econômicas o fato é que a região já sofreu com diversas guerras, como os casos entre Israel e Palestina, o caso iraquiano, o paquistanês, a guerra na Síria, entre outros. Entretanto, este projeto de pesquisa procura analisar um conflito em específico que ocorre na região: o iraniano-saudita.

A importância de estudar esse tema circunda algumas características que vêm chamando a atenção de diversos estudiosos das relações internacionais nas últimas décadas, que vão desde a duração do conflito até a forma como ele se dá no enfrentamento entre os seus principais atores. Algumas dessas características que, segundo a literatura que será abordada, poderiam ser consideradas muito semelhantes às características da Guerra Fria. Dessa forma, convém analisar essas semelhanças e procurar por evidências que ajudem a concluir se o que vem ocorrendo no Oriente Médio pode ou não ser considerado uma “nova Guerra Fria”.

Para que essa análise fosse possível, o estudo foi feito com base na leitura de uma série de artigos sobre o tema e o conteúdo foi dividido em cinco seções, sendo esta a primeira. Seguindo com a caracterização da Guerra Fria. A terceira seção trata do histórico do conflito entre Irã e Arábia Saudita. Na quarta seção, analisa-se a abordagem da literatura sobre o tema. Por fim, na última seção, a conclusão.


  1. CARACTERIZAÇÃO DA GUERRA FRIA

Em seu livro “Ascensão e Queda das Grandes Potências: Transformação Econômica e Conflito Militar de 1500 a 2000”, o historiador Paul Kennedy apresenta uma densa análise sobre as origens e características da Guerra Fria. Segundo ele, o conflito protagonizado por Estados Unidos e União Soviética na segunda metade do século XX tem suas origens no pós 2º Guerra Mundial. Os objetivos das duas potências eram mutuamente excludentes. Enquanto soviéticos desejavam, por meio de expansão territorial e promoção de governos sem capilaridade social, estabelecer uma esfera de influência no leste europeu, os americanos fomentavam a autodeterminação dos povos, com o objetivo de estabelecer novos mercados consumidores.

O conflito, em suma, tratava da hegemonia de uma das superpotências na Europa. Entretanto, a Guerra Fria logo se radicalizou pela adição de um fator: ideologia. Ambas as superpotências representavam ideologias antagônicas: capitalismo e socialismo. Segundo Kennedy, a Guerra Fria não deve ser resumida a um conflito meramente ideológico, porém, apesar de não ser o vetor do conflito, a ideologia teve, sim, papel fundamental.

Dentre as características da Guerra Fria apontadas pelo autor, destacam-se a corrida armamentista e guerras por procuração através de alianças globais.

  1. BREVE HISTÓRICO DO CONFLITO ENTRE IRÃ E ARÁBIA SAUDITA

O ano de 1979 é chave para compreender as origens das tensões entre sauditas e iranianos. Até a Revolução Iraniana, os dois países representavam os “pilares gêmeos” da Doutrina Nixon no Oriente Médio, aliando-se aos Estados Unidos para garantir a estabilidade no Golfo. No contexto da Guerra Fria Árabe entre a Arábia Saudita, aliada aos EUA, e o Egito de Nasser, a aliança objetivava limitar a influência soviética na região, e teve um efeito moderador sobre as relações saudita-iranianas. Durante esse período, os sauditas se colocavam como líderes do mundo islâmico, baseando sua legitimidade no controle das cidades sagradas de Meca e Medina.

Entretanto, a ascensão do aiatolá Khomeini abalou as relações entre os dois países. O novo regime era xiita e fundamentalmente antimonárquico, dirigindo duras críticas à dinastia sunita Al Saud. Havia um temor por parte de Riyadh de que Khomeini inspirasse o povo saudita a se rebelar contra a coroa, assim como ele fizera no seu país de origem. O Irã também se autoproclamou o legítimo líder das nações muçulmanas, baseando-se no caráter popular da revolução de 1979, o que naturalmente irritou a liderança da Arábia Saudita.

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