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CONTABILIDADE: ORIGEM DA NECESSIDADE DA INFORMAÇÃO

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Por:   •  23/11/2013  •  Tese  •  8.655 Palavras (35 Páginas)  •  382 Visualizações

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INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

PROFESSOR: DR. PAULO SCHMIDT

www.ufrgs.br/dcca/schmidt.htm

pschmidt@ufrgs.br

1.CONTABILIDADE: A ORIGEM DA NECESSIDADE INFORMACIONAL

A Contabilidade tem vivido nos últimos anos uma revolução em termos de sua história,

visto que recentes trabalhos arqueológicos encontraram vestígios da utilização de sistemas

contábeis na pré-história, durante o período Mesolítico.

O período pré-histórico Mesolítico foi compreendido entre 10.000 e 5.000 a.C. e foi

marcado pelo aquecimento do clima da Terra pondo fim ao período glacial. Sua caracterização

como período pré-histórico deve-se ao fato de situar-se antes do aparecimento da escrita. Fato que

marcou o fim da pré-história.

Esta mudança no clima da Terra favoreceu o aparecimento das primeiras grandes

comunidades junto às terras baixas do Oriente Próximo, especialmente onde abundantes

nascentes tornavam estas áreas privilegiadas para o cultivo agrícola e para criação de animais.

Em sítios arqueológicos do Oriente Próximo foram encontrados materiais utilizados por

civilizações pré-históricas que caracterizaram um sistema contábil utilizado entre 8.000 e 3.000

a.C., constituído de pequenas fichas de barro. Estas escavações revelaram fatos magnânimes

para a Contabilidade, colocando-a como a mola propulsora da criação da escrita e da contagem

abstrata.

É possível falar-se de arqueologia da Contabilidade, pois os vestígios encontrados de

sistemas contábeis é produto do estudo científico de restos de culturas humanas derivadas de

conhecimentos desenvolvidos em tempos pré-históricos.

Esta nova fase no desenvolvimento do homem na Terra, principalmente nas áreas mais

férteis como a antiga Pérsia e Mesopotâmia, criou uma necessidade até então pouco considerada:

o controle do produto da agricultura e da criação de animais. Era necessário um sistema para o

registro da localização destas mercadorias, seus proprietários, possíveis dívidas surgidas com

suas transferências e direitos dos antigos proprietários. Todas estas novas situações deveriam ser

identificadas e registradas pelos homens pré-históricos, mas como poderia ser possível se ainda

não existiam a escrita e a contagem em sentido abstrato? A resposta para esta pergunta pode

estar em trabalhos de pesquisa arqueológicos, que mesmo não tendo a intenção original de

buscarem esta resposta acabaram tropeçando na origem da Contabilidade.

Para muitos estudiosos a origem da escrita não foi, como pensavam os antigos, uma

invenção espontânea e súbita, nem o alfabeto teve origem divina como acreditavam até o século

XVIII, nem a escrita iniciou com a pictografia (sistema primitivo de escrita em que se exprimiam as

idéias por meio de cenas figuradas ou simbólicas). A teoria de que a escrita teve origem na

pictografia perdurou por dois séculos (XVIII ao XX) quando as escavações iniciadas no princípio do

século em Uruk, antiga cidade da Mesopotâmia e centro importante da civilização sumeriana,

revelaram várias tábuas cuneiformes, bem como outras tábuas impressas de forma geométrica e

outras formas. Em sítios arqueológicos em Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã foram encontrados

pequenos artefatos de barro, chamados de fichas, datando de 8.000 a 3.000 a.C.. Escavações

também revelaram a existência de outros artefatos de barro assemelhados a caixas contendo

fichas no seu interior e impressões externas - costume sumeriano para identificar devedores ou

outras pessoas - que datavam, os mais antigos, de aproximadamente 3.250 a.C., denominados de

envelopes.

As fichas de barro foram classificadas em duas categorias: fichas simples e complexas. As

simples possuíam a forma de esferas, discos, cilindros, ovoides, triângulos, retângulos e revelam

traços de 8.000 a.C., sendo usadas principalmente em zonas rurais; as complexas, também com

uma grande variedade de formas, porém com incisões ou pontuações e frequentemente

perfuradas, eram usadas em muitas cidades e nos arredores dos templos. Estes pequenos objetos

de barro espalhados por várias partes na Terra, eram moldados a mão e endurecidos com calor,

medindo de 1 a 4 centímetros. Em sítios arqueológicos de Jarmo, Iraque, foram encontrados mais

de 1.500 fichas datadas de 6.500 a.C..

Foram encontradas, no ano de 1920, em Nuzi (norte da Babilônia), 49 fichas

acompanhadas de uma tabela de pedra com inscrições cuneiformes listando um pequeno rebanho

de carneiros, pertencente ao segundo milênio a.C., portanto, não classificado dentro do período

pré-histórico. Estes artefatos, aparentemente, representavam a transação deste pequeno rebanho

realizada por Puhisenni, filho de Mapu, habitantes da região, onde sete diferentes tipos de

carneiros e cabras foram transferidos para

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