Diplomacia
Trabalho Universitário: Diplomacia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: carolinerocha9 • 10/9/2013 • 5.579 Palavras (23 Páginas) • 1.124 Visualizações
KISSINGER, Henry A. Diplomacia. Título original: Diplomacy. Lisboa: Gradiva, 2007. 3ª Edição. Capítulos 2 e 3.
A Obra:
O livro é composto por 31 capítulos que levam a uma reflexão sobre as relações externas norte-americanas, porém será utilizado nesse trabalho somente os capítulos 2 e 3 que juntos somam 44 páginas que são focadas em conceitos como realpolitik, raison d’etat, equilíbrio de poder e interesse nacional.
O capítulo 2, com o título de “O ponto crítico: Theodore Roosevelt ou Woodrow Wilson”, descreve basicamente as teorias ligadas ao reconhecimento do papel da América nos assuntos mundiais. Roosevelt insistia num papel internacional para a América porque o interesse nacional assim o exigia e porque um equilíbrio de poder internacional era inconcebível sem a participação americana. Para Wilson, a justificação do papel internacional da América era messiânica: os Estados Unidos tinham uma obrigação, não para com o equilíbrio de poder, mas a de espalharem os seus princípios por todo o mundo.
O capítulo 3, com o título de “Da universalidade ao equilíbrio: Richelieu, Guilherme de Orange e Pitt”, apresenta conceitos de raison d’etat e equilíbrio de poder dentro de um sistema europeu de equilíbrio que surgiu no século XVIII.
Resumo da Obra:
Capítulo 2: O ponto crítico: Theodore Roosevelt ou Woodrow Wilson.
Theodore Roosevelt e Woodrow Wilson assumiram as rédeas do governo quando os assuntos mundiais atraíam uma nação relutante para o seu vórtice. Ambos reconheceram o papel que a América desempenhava nos assuntos mundiais, embora cada um deles justificasse a sua emergência do isolamento com filosofias opostas.
Roosevelt insistia num papel internacional para a América porque o interesse nacional assim o exigia e porque um equilíbrio de poder (onde Roosevelt era um analista sofisticado) internacional era inconcebível sem a participação americana. Já para Wilson, a justificação do papel internacional da América era messiânica: os Estados Unidos tinham uma obrigação, não para com o equilíbrio de poder, mas a de espalharem os seus princípios por todo o mundo.
Durante a administração de Wilson, acredita-se em alguns princípios, estes sustentavam que a paz dependia da difusão da democracia, que os estados deveriam ser julgados pelos mesmos critérios éticos que os indivíduos e o que o interesse nacional consistia em aderir a um sistema de direito universal. Wilson foi o criador da ideia de uma organização mundial universal, Sociedade das Nações, que manteria a paz através da segurança coletiva em vez de alianças. Embora Wilson não tivesse convencido o seu país do mérito desta ideia, ela subsistiu. Foi principalmente ao ritmo do idealismo wilsoniano que a política externa americana marchou a partir da sua presidência inovadora e continua a marchar até hoje.
A abordagem particular da América às questões internacionais não se desenvolveu repentinamente ou como consequência de uma inspiração original. Nos primeiros anos da república, a politica externa americana era, de fato, um sofisticado reflexo do interesse nacional americano, que consistia, simplesmente, no fortalecimento da independência de uma nova nação. Uma vez que nenhum país europeu podia representar uma ameaça efetiva, dado que tinham que combater os rivais, os fundadores da América mostraram-se dispostos a manipular o desprezado equilíbrio de poder quando lhes convinha; de fato conseguiram ser absurdamente habilidosos.
Os Estados Unidos não levaram a rejeição dos métodos do Velho Mundo ao ponto de renunciarem à expansão territorial americana, pelo contrário prosseguiram a expansão nas Américas utilizaram os métodos da política de poder europeia (política de poder do Velho Mundo), porém permaneceram fiéis aos princípios que tinham tornado excepcional o seu país.
Um ponto essencial da politica externa da republica dos primeiros tempos era a convicção de que as constantes guerras da Europa eram resultado do cinismo dos seus métodos diplomáticos. Os dirigentes europeus baseavam o sistema internacional na convicção de que a harmonia podia ser encontrada na competição entre interesses egoístas, já os americanos encaravam o mundo como parceiros cooperantes, não como rivais desconfiados.
Os dirigentes americanos rejeitavam a ideia europeia de que a moralidade dos estados devesse ser julgada segundo critérios diferentes dos da moralidade dos indivíduos. A América se rebelara, não só contra os laços legais, mas também contra os sistemas e valores da Europa. Atribuía à frequência das guerras europeias à prevalência das instituições governamentais que rejeitam os valores da liberdade e dignidade humanas.
A invocação da moralidade como meio de resolução das disputas internacionais produziram um tipo de ambivalência e angustia tipicamente americana, pois a América não tomara consciência de nenhum conflito entre um princípio de generosidade e as necessidades de sobrevivência.
O reverso da política de autocontenção americana foi a decisão de excluir a politica europeia do poder do hemisfério ocidental, usando, se necessário alguns métodos da diplomacia europeia. A Doutrina Monroe, “America para os americanos”, que proclamava está política, surgiu na tentativa da Santa Aliança (Prussia, Russia e Áustria) de suprimir a revolução na Espanha em 1820. Além disso, a doutrina Monroe declarou que a Europa não devia envolver-se em assuntos americanos (que compreendia todo o hemisfério ocidental). Náo se limitou a declarações de princípios, avisou as potencias europeias que a jovem nação faria guerra para defender a inviolabilidade do hemisfério ocidental.
Sob a influência da doutrina Monroe, a América podia conduzir políticas de expandir o seu comércio e sua influencia, anexando territórios, em resumo, tornar-se grande potencia sem lhe ser exigida a pratica do equilíbrio de poder. Até o fim do século, o tema principal da política externa americana foi a expansão da doutrina Monroe.
América se tornou uma potência mundial, estabeleceu supremacia em todas as terras, comandou o tipo de poder que a tornou um grande ator internacional.
Roosevelt foi o primeiro presidente a insistir no dever da América de fazer com que sua influencia fosse sentida em todo o globo e relacioná-la com o mundo em termos do conceito de interesse nacional. Roosevelt, partiu da premissa de que os Estados Unidos eram uma potência como outra qualquer. Se os seus interesses colidiam com os de outros países, a América tinha obrigação de recorrer a sua força para levar a melhor. E como primeiro
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