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Dutra E O Alinhamento Na Guerra Fria

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Por:   •  21/5/2014  •  1.037 Palavras (5 Páginas)  •  1.702 Visualizações

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Dutra e o alinhamento na Guerra Fria

Em janeiro de 1946, três meses após a derrubada de Vargas e o fim do Estado Novo, o General Eurico Gaspar Dutra tomava posse como presidente eleito, numa aliança PSD-UDN, progressivamente dominada pela ultima. O regime autoritário ex-simpatizante do eixo era agora um fiel aliado de Washington. Esta seria a marca do seu governo. Uma mudança desta magnitude ressaltava tanto de uma nova correlação de forças internas como, sobre tudo, externas. O governo Dutra ficou conhecido como democratizante, porém um outro fato que caracterizou seu governo foi o receio das revoltas populares e a agitação social, resultantes da política brasileira do período. Segundo seu ver, estes movimentos teriam origem nos grupos socialistas soviéticos. Então adota uma postura de luta contra a esquerda brasileira e o poder simbolizado pela URSS, adotando uma política conservadora.

Com o final da Segunda Guerra Mundial (SGM) os EUA conseguiram reunir capacidades nunca antes alcançadas por nenhum país, que foram desde armamento bélico até instituições internacionais (financeiras de Bretton Woods, criação da ONU, etc.) extremante benéficas à eles. Assim monta-se a Pax Americana e a nova ordem mundial. A URSS, apesar de ter algum prestigio se encontrava vulnerável, com a morte de 25 milhões de pessoas e da destruição de dois terços da sua economia. Neste sentido é um exagero afirmar que em Yalta houve uma divisão do mundo em superpotências. Na realidade, foi estabelecido apenas um acordo determinando que os países europeus limítrofes com a URSS não deveriam possuir governos anti-soviéticos, como forma de garantir fronteiras ocidentais. Tudo que veio a ocorrer posteriormente foi decorrência da GF.

De forma simplificada, a GF constituiu uma estratégia político-militar norte-americana visando, numa plano internacional, conter as forças esquerdistas, nacionalistas e anticoloniais emergentes da Guerra Mundial e, implicitamente, um instrumento que busca manter o mundo capitalista integrado e submisso ao domínio político-econômico dos EUA, utilizado nesse momento para eliminar as barreiras ao seu internacionalismo.

O alinhamento brasileiro baseava-se em varias considerações. Durante o período de conflito, a atenção política norte-americana voltou-se para os países latino-americanos, considerados então como países estratégicos, tanto geograficamente como fornecedor de matérias-primas essenciais para ambos os lados, fato de importância vital para o resultado do conflito. Nesta época a política externa dos EUA era voltada para as regiões afetadas pela guerra , e tinham o objetivo de abolir as fronteiras alfandegárias e as restrições de qualquer ordem ao livre fluxo comercial e financeiro, portanto dentro de uma dimensão global e não regional. Assim, América latina via-se abandonada pelos EUA, que encorajavam somente a eliminar as restrições e controles cambiais para lograr a entrada de capitais privados. Dessa forma, então por que a diplomacia brasileira alinhava-se à americana?

O Brasil de Dutra julgava constituir um aliado privilegiado dos EUA, acima desse perfil de relacionamento internacional. Em função do ativo apoio a Washington durante a SGM e do alinhamento automático na GF, os conservadores brasileiros, então no poder, esperavam manter relações especiais com o governo norte-americano. Tal visão calcava-se nos pressupostos ideológicos da Escola Superior de Guerra (ESG), criada em 1948, tendo como modelo a National War College dos EUA. A ESG baseava suas concepções no binômio segurança e desenvolvimento, defendendo para o país um projeto econômico de capitalismo associado internacionalmente.

Em outubro de 1947 o Brasil rompeu relações diplomáticas com a URSS a partir de um incidente sem maior importância. Na verdade essa ruptura foi parte de uma política mais ampla e longamente preparada pelo governo. O medo de revoltas sociais desencadeadas pelo exemplo soviético levou o presidente a adotar medidas anticomunistas dentro e fora do país. Mas a fonte real desta “revolta” temida pelo governo Dutra era a falta de políticas sociais que atendessem às reivindicações das camadas populares brasileiras e não uma influencia soviética direta.

A subserviência

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