Moacyr Scliar

Russeau enquanto pensador alegava que a origem da desigualdade está na propriedade que seria o marco da formação da sociedade em suas desigualdades, nesse sentido o autor afirma que

Tal foi ou deveu ser a origem da sociedade e das leis, que deram novos entraves ao fraco e novas forças aos ricos, destruíram irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da desigualdade, fizeram de uma usurpação sagaz um direito irrevogável e, para lucro de alguns ambiciosos, daí por diante sujeitaram todo o gênero humano ao trabalho, à servidão e à miséria. (Russeau, p. 26).

Sendo assim para Russeau a instituição da propriedade fez com que a sociedade ficasse cada vez mais desigual e a maioria da população teve que se sujeitar ao trabalho, a exploração servil e a miséria que caracterizam essa sociedade desigual.

Nesse sentido a formação de uma organização de estado socialista na Rússia se ampara na ausência da chamada propriedade privada, pois as propriedades em sua maioria pertenceriam ao governo, sendo que o sistema de produção seria comunitário assim como a distribuição de renda seria dada de forma igual entre todos os indivíduos.

Na obra o contrato social Russeau aponta que “O que o indivíduo perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui” (ROUSSEAU, 1978, p. 36), sendo que assim o direito a propriedade e seu uso seria um direito garantido a todos e não a um grupo exclusivo detentor do capital.

Com relação a organização do estado socialista o principal teórico Karl Marx estabelece que “opressores e oprimidos em permanente conflito entre si, não cessam de se guerrearem em luta aberta ou camuflada...” (MARX, 1987, p.19).

Ou seja, para ele a história seria marcada pela luta de classes entre os detentores do capital e os que vendem a sua força de trabalho que segundo Marx e Engels afirmam na obra o Manifesto Comunista

A história de toda a sociedade até hoje é a história de luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, burguês da corporação e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante antagonismo entre si... [...].