Negocios Internacionais
Exames: Negocios Internacionais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: dedehde • 27/3/2015 • 5.104 Palavras (21 Páginas) • 183 Visualizações
SETOR EXTERNO E ECONOMIA INTERNACIONAL
Negociações Internacionais – Limitações e Oportunidades
Antoninho Caron∗
1. Contextualização
Na década de 50 o Brasil participava com 2,4 % do total das exportações mundiais,
atualmente tem uma participação de apenas 1%. Que mudanças provocaram a redução na
participação dos produtos e serviços brasileiros no comércio mundial? Que oportunidades as
empresas brasileiras têm hoje para conquistar maior competitividade no processo das
negociações mundiais? Por que a presença brasileira em volume e valor no total das
exportações mundiais não tem crescido apesar do esforço significativo e continuado das
autoridades brasileiras em promover o aumento do nível das exportações?
Gráfico 1. Participação do Brasil nas Exportações e Importações Mundiais
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
Participação %
Exportação Importação
Fonte: Ministério Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Pode-se explicar essa perda de competitividade de diversas formas. O objetivo deste
artigo é discutir algumas causas determinantes dessa perda de mercado, bem como as
possíveis soluções para um novo ciclo de crescimento sustentável, aumento do volume e
valor das exportações brasileiras e uma presença mais significativa das empresas brasileiras no
comércio internacional.
Entre as causas determinantes desse retrocesso pretende-se abordar:
∗ Antoninho Caron. Professor da FAE – Business School, Doutor em Engenharia de Produção, Mestre em
Desenvolvimento Econômico, Especialista em Negociações Internacionais.Endereço eletrônico:acaron@fae.edu
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Economia & Tecnologia - Ano 03, Vol. 09 –Abr./Jun. de 2007
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a) Diferentes compreensões sobre comércio internacional ou comércio
exterior, e diferentes entendimentos sobre negociações internacionais;
b) Estruturas tributária e fiscal interna, que reduz a capacidade competitiva dos
produtos e das empresas brasileiras quando comparadas às estruturas tributárias e fiscais de
outros países, no apoio e promoção das atividades econômicas e competitivas de suas
empresas;
c) Formas de cooperação, parcerias e alianças estratégicas entre países e entre
empresas na busca de especialização e escalas mais eficientes de produção.
2. Negócios Internacionais e não Comércio Internacional
A primeira parte deste artigo tem como objetivo analisar a abrangência da
compreensão do que vem a ser negociações internacionais em contraposição à visão histórica que
se tem sobre comércio internacional.
O entendimento das autoridades brasileiras e do próprio empresário sobre comércio
internacional esteve sempre vinculado à idéia de comprar e vender, exportar e importar. O
que, na realidade, é apenas uma das múltiplas alternativas do que deve ser compreendido
como negociações internacionais.
A análise dessa temática abrange a amplitude dos negócios internacionais muito
além da perspectiva de compra e venda. As negociações internacionais entre governos levam
em conta a possibilidade de salvaguarda dos interesses multilaterais e bilaterais, sob o ponto
de vista do interesse do desenvolvimento econômico e social dos países envolvidos. Para as
empresas, as negociações internacionais representam a liberdade de movimentação dos
fatores de produção para a conquista de lucros cada vez maiores por meio da redução de
custos e ampliação dos mercados. Os cidadãos têm seu interesse voltado para as
oportunidades de trabalho, renda e liberdade de consumo diversificado de produtos e
serviços.
O governo, ao negociar com instituições internacionais de caráter multilateral
(ONU, OMC, OEA) ou com os blocos econômicos e governos de cada país tenta defender
os múltiplos interesses dos agentes econômicos nacionais (governo, empresas, cidadãos,
trabalhadores e consumidores) e, ao fazer esse tipo de negociação, abre portas para que as
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