O Período de Guerra Fria
Por: acsdias_ • 10/4/2018 • Trabalho acadêmico • 9.576 Palavras (39 Páginas) • 257 Visualizações
Introdução
O presente trabalho tem como principal abordagem as relações diplomáticas entre a União Soviética e os Estados Unidos da América no período Pós Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria. Levando em consideração que inicialmente as relações entre ambos que de aliados se tornaram inimigos, o que ocasionou a Guerra Fria, como será abordado com mais ênfase na contextualização histórica. De tal forma, poderá ser entendido com mais clareza o cenário do sistema internacional no momento de Guerra Fria, em que o mundo se encontrava totalmente polarizado entre as duas novas potências que tinha regimes totalmente diferentes.
O período de Guerra Fria foi amplamente importante para a configuração das novas relações diplomáticas após a Segunda Guerra Mundial, pois as duas superpotências da época, União Soviética e os Estados Unidos, utilizaram de ferramentas para estreitar relações com demais países e dessa forma poder assim disseminar seu regime pelo mundo, e como será ressaltado com mais profundidade no presente trabalho, essas ferramentas foram conhecidas como o Plano Marshall e o COMECON, que são planos criados pelos Estados Unidos e pela União Soviética que serão explicados separadamente no decorrer do trabalho. Porém, não deixando de lado as questões armamentistas, que tiveram uma atenção não menos importante que outros temas principalmente depois do ataque nuclear dos Estados Unidos sobre o Japão.
A relação da disputa entre os dois países tem reflexos em diversas partes do mundo, como por exemplo, a guerra da Coréia, o que ocasionou a divisão sul e norte do país. E também deixando bem claro essa relação das duas superpotências na corrida espacial. Dentre outros exemplos que serão explorados a seguir.
Para melhor compreensão do tema referenciado no trabalho, será feito uma análise teórica. Portanto, a teoria que será enfatizada será a Teoria dos Jogos, que foi criada com intenção de compreender a matemática, mas que pode ser usada para as análises de casos relacionados às Relações Internacionais e a psicologia, teoria essa elaborada pelos Von Neumann e Morgenstern (1940).
1. Contexto Histórico
1.1 Período em que os Estados Unidos e URSS eram aliados.
Durante o período de confronto, a Segunda Guerra Mundial foi dividida por dois grupos: O grupo do Eixo, que era composto por Alemanha, Itália e Japão. Além desses três principais, outros países ativos completavam tal bloco, como a Bulgária, Romênia, Tailândia, Finlândia, Eslováquia. Países como Croácia, Albânia e Manchúria tinham papéis submissos.
O grupo dos Aliados, basicamente os mesmos países que formaram a Tríplice Entente durante a Primeira Guerra Mundial, era composto por Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido, sendo estes os principais. Outros 49 países compunham o grupo dos Aliados, tais como: Polônia, China, Brasil e Cuba.
Reino Unido esteve na guerra desde o começo devido ao fato de ser uma grande potência mundial, considerando ainda a inimizade que o país possuía em relação ao nazismo de Hitler. Já a entrada dos Estados Unidos no confronto, se deu após o ataque a bases militares americanas em Pearl Harbor, no oceano Pacífico por parte das tropas japonesas. Entretanto, a União Soviética antes de aderir ao conflito, apoiava Hitler e a Alemanha nazista através de um pacto de não agressão entre Alemanha e União Soviética¹. Porém, devido ao ganho de poder, Hitler descumpriu o pacto nazi-soviético, fazendo com que a União Soviética se voltasse contra os países que compunham o Eixo (Alemanha, Japão e Itália). E assim se sucedeu a união dos principais países do grupo Aliados.
A Segunda Guerra Mundial chegou ao fim com as tropas soviéticas derrotando o exército nazista pela primeira vez, e extinguindo-o cada vez mais até atingir Berlim pelo lado Oriental, Estados Unidos e Reino Unido atingiam Berlim pelo lado Ocidental. Itália e Alemanha ruíram, e a guerra chegou ao fim com os países Aliados vencedores, após o lançamento de duas bombas atômicas por parte dos Estados Unidos sobre o Japão, a última potência do Eixo.[1]
1.2. Estados Unidos x URSS: de aliados a inimigos.
Após a derrota de seu inimigo comum, os antigos aliados na luta contra a Alemanha nazista, se transformaram em adversários dando inicio a Guerra Fria. As duas potências se tornaram inimigas devido à incompatibilidade entre as ideologias defendidas por cada lado. Cada potência tinha o seu próprio sistema político, bem como organizavam sua economia de modo diferente, a União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, tinha um partido único que era o Partido Comunista, baseado na igualdade social e na falta de democracia. Já os EUA, defendiam a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, com um sistema democrático e propriedade privada. Diante disso, na segunda metade da década de 1940 até 1989, as duas potências mundiais tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.
Entretanto, havia muitas contradições entre o discurso e as práticas de cada superpotência, pois os EUA ao mesmo tempo em que se apresentava como defensor da liberdade e da democracia apoiava ditaduras na América do Sul nas décadas de 1960 e 1970 tentando combater o socialismo. Por outro lado, a URSS que se apresentava como defensora da igualdade e inimiga da miséria era controlada pelo Partido Comunista, cujos altos funcionários formavam uma elite privilegiada usufruindo de luxos como produtos importados enquanto a população era obrigada a enfrentar longas filas para comprar artigos de primeira necessidade que faltavam nas prateleiras.
As relações entre as duas potências foram se complicando cada vez mais, com a tentativa de ambas em expandir suas influencias pelo mundo, dando inicio a uma série de rivalidades e conflitos “não armados” entre as nações, em outras palavras, a Guerra Fria, período ao qual o mundo viveu em plena insegurança.
2. Guerra Fria
2.1 Plano Marshall e COMECON.
A fragilização das nações européias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente.
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