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O Realismo Politico

Por:   •  18/12/2022  •  Trabalho acadêmico  •  5.674 Palavras (23 Páginas)  •  118 Visualizações

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Realismo Político

O realismo político nasce como uma vertente crítica ao pensamento liberal da época, e a partir de então se tornou a corrente teórica dominante na academia.

  • Esteve envolvido em todos os principais debates.
  • Sendo o principal alvo de críticas, usa isso para reforçar seu caráter central;
  • Capaz de grande adaptação ao longo do tempo, sendo visto por seus defensores como demonstração de força e pelos críticos suas constantes mudanças são mal vistas.

Autores Antigos Principais

Tucídides - História da Guerra do Peloponeso | séc V a.C.

Conflito entre Atenas e Esparta foi analisado e apresentado como razão fundamental da guerra o aumento do poder de Atenas e o medo que essa relação de poder gerou em Esparta.

→ Conceitos Influentes do Realismo:

  • Natureza egoísta das cidades-estados.
  • Importância da balança de poder e das alianças militares.
  • Predominância do poder sobre a moral.

“O justo, nas discussões entre os homens, só prevalece quando os interesses de ambos os lados são compatíveis, e os fortes exercem o poder e os fracos se submetem” - Diálogo dos Mélios.

→ Os Estados estão em busca de maximizar seu poder mas também se preocupam com a balança de poder, pois entra em questão o dilema da segurança.

A hegemonia de um Estado é concedida pela sua legitimidade que é perdida a medida que seus interesses imperialistas se sobrepõe e assim o Estado “perde legitimidade quando faz imposição sobre os seus aliados”

→ As cooperações e as leis são instáveis.

Sun Tzu - Arte da Guerra | séc VI a.C. Chinês.

Escreveu tratados relacionados à guerra, considerando-a uma questão vital para o Estado.

Kautilyia - Arthashastra | séc IV a.C .

Discorre sobre a máquina estatal e seu pensamento é citado como fonte antiga da preocupação sobre a sobrevivência, ampliação do Estado e princípios da balança de poder.

As principais fontes de inspiração do realismo são:

Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Discorre sobre temas como poder, balança de poder, formação de alianças entre as cidades-estados da Península Itálica e as causas de brigas constantes entre elas.

  • Destaque para a visão pessimista sobre a natureza humana
  • Incapacidade para aplicação de padrões morais ao Estado, que age em favor da preservação dos interesses nacionais, e a análise do mundo como ele é e não como deveria ser.

→ O príncipe ao se dedicar a guerra deve se dedicar a ações ou estudos sobre elas, com a devida prudência.

→ Glória do principado: boas armas, bons amigos e boas leis → Tudo isso é necessário para se manter em um sistema desordenado.

Thomas Hobbes ( 1588-1679)

Também acredita em uma natureza humana egoísta, visão pessimista, e propõe um contrato social.

  • O Estado, o leviatã, tem poder suficiente para controlar os desejos insaciáveis dos homens e os conflitos que surgem por não ser possível atender a todos.
  • Defensor da soberania absoluta
  • Estado de natureza sendo a “guerra de todos contra todos” pois sem um governo central forte, seria impossível manter a ordem entre os Estados
  • Em um sistema anárquico, no qual prevalece a soberania de cada Estado, a ausência de um contrato social entre eles faria prevalecer a desconfiança, insegurança e a recorrência de guerras.

→ É direito da natureza usar seu poder para se manter vivo, dessa forma ele legitima o uso da força para sobrevivência.

→ A condição do homem é uma guerra de todos contra todos.

→ É necessário abrir mão da liberdade individual para a segurança coletiva, isso seria cumprido a partir do medo.

→ O sistema de governo ideal seria a monarquia.

Carl Clausewitz (1780-1831)

Faz crítica às noções de batalha e estratégias anteriores, redefine a relevância política do uso ou ameaça da força e concede centralidade às preocupações com a segurança nacional.

  • Ele define a guerra como “um ato de violência para compelir o inimigo a fazer a nossa vontade”
  • Considera a guerra um ato inerente à existência humana é um instrumento necessário para a política → A guerra é a continuação da política por outros meios.
  • Devido a soberania dos Estados a busca por aumento de poder, às custas dos outros, é o objetivo de todos.
  • Como os interesses nacionais estão sempre em conflito - salvo as exceções- as disputas são correntemente resolvidas por meio da imposição violenta do Estado, por isso, a guerra é uma fase normal das relações.

Os realistas ao promoverem a guerra como meio racional para alcançar o interesse nacional, desenvolvem a crença de que o interesse nacional não deve ser buscado unicamente pelo poder militar, mas sim um esforço de toda a sociedade → Leva todos a crerem que a guerra é um meio necessário.

As relações entre os Estados não mudaram ao longo do tempo, as mudanças que ocorrem são vistas dentro de padrões repetitivos.

Realismo Clássico

Edward Carr

Carr se posiciona como importante autor e precursor do firmamento do Realismo Clássico, o livro 20 anos de crise é uma interpretação do período entreguerras e uma das bases para a disciplina de R.I.

Carr se posiciona em um meio termo entre utopia e realismo, mesmo apresentando conceitos realistas e defendendo que a política internacional é uma política de poder, ele não se exime de preocupações normativas e provenientes da utopia.

Em 1940 o livro “A política entre nações: A luta pelo poder e pela paz” de Morgenthau se torna um impulso para a disciplina e principalmente para a teoria realista.

Hans J. Morgenthau

Seu objetivo era a formulação de uma teoria realista da política internacional, para ele existia leis objetivas da política que torna possível a criação de um sistema de hipóteses gerais e passíveis de verificação, tais fatores permitem a criação de uma teoria racional capaz de refletir as leis gerais.

→ A teoria deve trazer ordem e sentido para acontecimentos que antes ficariam desconexos e confusos, e não deve ser testada em critérios desligados da realidade (utopicos/idealistas)

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