O Vírus Ebola
Por: luglu • 25/5/2015 • Trabalho acadêmico • 4.252 Palavras (18 Páginas) • 107 Visualizações
INTRODUÇÃO
O vírus Ebola tem tomado uma grande proporção nos últimos tempos e este assunto se torna um foco atual relevante. Além de suas consequências sanitárias e politicas é possível analisar as implicações econômicas que o surto tem gerado nos países mais afetados – Libéria, Serra Leoa e Guiné -. É importante uma analise a partir deste problema atual relacionado ao sistema internacional. Deste modo, com a elaboração deste ensaio, teremos como objetivo analisar em que medida o surto do Ebola tem trazido consequências desestabilizadoras para a economia dos países afetados pela doença.
Analisando o tema a partir de uma perspectiva marxista, é importante destacar as relações dos estados; e os papeis atribuídos aos países mais afetados pelo ebola e os demais no sistema internacional. A partir de uma visão histórica destas interações e papeis, buscaremos entender as relações de hoje e as consequências econômicas que vieram atreladas ao problema do surto epidêmico.
Interpretando os fatos atuais econômicos causados pelo Ebola, é importante apresentar compreensão que na medida em que a epidemia não for controlada, o abalo econômico será maior. Logo, estes países terão que tomar medidas além de suas capacidades econômicas para tentar reverter este impacto no longo prazo. E é importante destacar também que reverter esse impacto econômico vindo do vírus, necessita do auxilio de Estados e organizações internacionais.
E estes países que foram mais afetados se encontravam em uma situação de estabilidade econômica que foi construída ao longo dos anos. Um abalo econômico tão grande como este, muda à estrutura de estabilidade vigente anteriormente.
Muito se tem falado sobre o vírus Ebola nos últimos meses. Este fato se deve à sua rápida propagação e a dificuldade que se tem enfrentado para controlar a doença. O vírus Ebola foi descoberto em 1976, na República Democrática do Congo, em uma região próxima ao rio Ebola, nome dado à doença. Morcegos frutíferos são seus hospedeiros naturais, e o contato de humanos com cadáveres destes animais fez com que o vírus se espalhasse. A transmissão da doença se dá pelo contato direto com sangue contaminado ou secreções infectadas. (PINHEIRO, 2014)
A difusão do vírus é lenta, mas a falta de informações somada ás más condições de saúde contribuem para a ocorrência de surtos nos países africanos. Desde quando foi descoberta a doença, vários surtos foram constatados, porém, o de 2014 parece ter sido o pior deles. Foram confirmados mais de 10.000 infectados e quase 5.000 mortos em apenas sete meses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a epidemia como uma “emergência de saúde pública de alcance global”, e pediu ajuda à comunidade internacional para que se consiga erradicar a doença o mais rápido possível. (LUSA, 2014)
A epidemia do Ebola está concentrada em três países da África Ocidental: Libéria, Serra Leoa e Guiné, que tem enfrentado sérias dificuldades para lidar com a doença. Esta causa se deve não somente ao fato de o vírus ter sido descoberto e se propagado em maior proporção no contingente africano, mas igualmente por estes países não estarem preparados para receber uma epidemia de tão alto padrão. (REYES, 2014)
O Ebola vem de um dos continentes que mais sofre desequilíbrios em termos de desenvolvimento. A África constitui um cenário pautado pela fome, guerras e catástrofes que contribuem para a sua degradação e amplifica a visão que se tem de continente mais pobre do mundo. Os países mais afetados pela doença apresentam infraestruturas de higiene, saúde pública e serviços sanitários bastante deficientes, que influencia a disseminação do vírus e dificulta o seu tratamento. (MEDECINS... 2014)
A capacidade de oferecer auxílio aos infectados ainda é muito precária, mesmo com toda a ajuda oferecida pela OMS. As estruturas para assistências provem de poucos recursos e os países afetados não detém de suportes financeiros suficientes para que esta situação seja resolvida. Deste modo, as ajudas provindas de diversos países do mundo e organizações internacionais, seja financeiramente ou a partir de auxílios básicos como: alimentação, vestuário e higiene, estão fornecendo condições para que o surto desta doença seja controlada. (PRESSE, 2014)
Desta forma, é inegável que a epidemia gera impactos na área da saúde pública, entretanto, é imprescindível ir mais além para compreender os impactos econômicos que certamente a mesma está trazendo para os países afetados:
“Fronteiras fechadas ao trânsito de pessoas e mercadorias, companhias aéreas que deixam de voar aos países afetados, terras de cultivo abandonadas, turismo que cai brutalmente, investidores que fogem, empresas internacionais que suspendem suas operações” (NARANJO, 2014 p.1)
Os impactos econômicos têm abalado às relações comerciais destes países, causando a queda do Produto Interno Bruto (PIB), do turismo, do comércio interno, das exportações, dentre outras (FERNANDES; 2014). Nestes países, as taxas de previsões de crescimento foram reduzidas, o que sensibiliza também o mercado internacional (REUTERS;2014).
O medo tem gerado repercussões na economia, visto que o fator psicológico impede os trabalhadores de saírem de suas casas, o que gera uma diminuição da produção e faz com que as pessoas comercializem com menor frequência. Deste modo, quanto mais se reduza o medo e a incerteza que assolam as populações destes países, melhor será o nível de resposta obtida em suas economias. (THE... 2014)
Os comércios nacionais destes Estados se veem em alerta vermelho, setores agrícolas, de construção, entre outros, se encontram ameaçados, pois o medo instalado nestas regiões faz com que a população abandone seus afazeres em busca da prevenção do ebola (MINISTROS DAS FINANCAS AFRICANOS; 2014). Segundo o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberuka, os cidadãos necessitam voltar aos seus cargos rapidamente, caso isso não ocorra, poderá acontecer uma crise alimentar (PRESSE; 2014).
Outro setor que sofreu uma forte repercussão foi o de extração, seja de minérios, de petróleo ou ouro e pedras preciosas. As grandes empresas da área suspenderam suas atividades devido à epidemia, causando um impacto interno e externo (EBOLA...;2014). As regiões de extração são as mais afetadas pelo vírus, o que faz com que o setor se torne inoperante. A extração de diamantes em Serra Leoa corresponde a 4,5% do seu PIB, porém este sofrerá uma queda, pois até os garimpeiros da região abandonaram suas funções, isso afetará a exportação que era prevista em torno de US$200 milhões (JACOBI;2014).
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