Petrobrás
Trabalho Universitário: Petrobrás. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 131919 • 9/3/2015 • 1.091 Palavras (5 Páginas) • 150 Visualizações
As delações premiadas do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef são o ponto de partida das investigações.
O Ministério Público Federal dividiu a estrutura da suposta organização criminosa em quatro núcleos: político, administrativo, econômico e financeiro.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o núcleo político era formado principalmente por parlamentares que indicavam funcionários de alto escalão na Petrobras, em especial diretores, que formavam o chamado núcleo administrativo:
- Paulo Roberto Costa foi indicado pelo Partido Progressista
- O ex-diretor de Serviços Renato Duque foi indicação do PT
- O ex-diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, do PMDB
Os diretores, segundo as investigações, recebiam propina das empreiteiras, que atuavam em cartel em obras da Petrobras. Elas se reuniam no chamado núcleo econômico, de acordo com o Ministério Público.
Entre as empresas citadas nas investigações, estão Galvão Engenharia, Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, Setal, GDK e OAS.
De acordo com o Ministério Público Federal, as empresas passavam dinheiro para os operadores do esquema - o núcleo financeiro - que tinha a função de repassar esses valores para os políticos e diretores da Petrobras.
Segundo as investigações, esses pagamentos eram feitos por Alberto Youssef para o PP, Fernando Soares, o Fernando baiano, para o PMDB, e João Vaccari Neto para o PT.
Além dos indícios de corrupção e de lavagem de dinheiro, procuradores e policiais federais vão investigar se parlamentares cometeram crime de quadrilha. Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que parte do dinheiro desviado da Petrobras era repassada a políticos de maneira periódica. Mas também havia pagamentos esporádicos durante campanhas eleitorais ou em época de escolha das lideranças dos partidos.
Em troca desse DINHEIRO EXTRA , esses políticos apoiavam a permanência dos diretores da Petrobras no cargo e não interferiam no cartel das empresas.
Youssef também contou em detalhes como funcionava a distribuição de propina dentro do Partido Progressista, o que terá mais políticos investigados. Segundo Youssef, nem todos recebiam o mesmo valor: quem mandava mais, ganhava mais.
Quando o esquema foi criado, o então líder do PP na Câmara, José Janene, que morreu em 2010, recebia a maior parte da propina. As demais lideranças, João Pizzolatti, Pedro Corrêa, Mario Negromonte e Nelson Meurer recebiam um percentual dos recursos desviados, de R$ 250 mil a R$ 500 mil mensais. Os outros parlamentares do PP envolvidos no esquema recebiam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil por mês, conforme a força política de cada um no partido. A maior parte do dinheiro vinha de contratos da Petrobras, segundo as investigações.
Mas nem sempre essa divisão era pacífica. Em pelo menos um momento, houve disputa dentro do próprio partido por causa da divisão da propina, segundo as revelações do doleiro. Youssef conta que, depois da morte de Janene, o grupo formado por Nelson Meuer, João Pizzolati, Mario Negromonte e Pedro Corrêa passou a ficar com a maior parte do dinheiro desviado da Petrobras, em detrimento de outros membros da bancada do PP.
Outro grupo do Partido Progressista, formado por Ciro Nogueira, Arthur Lira, Benedito de Lira, Eduardo da Fonte e Aguinaldo Ribeiro, não gostou: se rebelou e assumiu a liderança da legenda.
Paulo Roberto Costa disse que se reuniu com esse grupo no Rio de Janeiro e foi informado de que os repasses da Petrobras deveriam a partir daquele momento ser feitos diretamente a Arthur Lira, na época líder do PP.
A relação de Paulo Roberto com o PP era tão próxima que em 2011 ele recebeu de presente um relógio Rolex, uma homenagem ao “homem do Partido Progressista dentro da Petrobras”.
Mas Paulo Roberto também serviu a outros partidos. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef contaram que depois de um período em que ficou doente, Paulo Roberto Costa recebeu apoio de senadores do PMDB para não ser afastado da diretoria da Petrobras. A partir daí, o partido também passou a receber uma parcela das comissões de contratos da Petrobras.
O tesoureiro do PT,
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