Universidade
Seminário: Universidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sallesrosangella • 1/12/2014 • Seminário • 960 Palavras (4 Páginas) • 406 Visualizações
Longe estamos de pensar que o problema da universidade brasileira pode ser refletido à margem do complexo e abrangente sistema educacional como um todo, com suas relações com o sistema político vigente, de orientação explicitamente tecnocrata e voltado para interesses dos grandes capitais internacionais. É esse quadro que determina um segundo ou terceiro plano para a educação nacional. Entretanto, mesmo diante de um quadro tão pouco promissor, constatamos a existência de centros universitários no Brasil que, sem medir esforços, lutam por conquistar a possibilidade de construção de uma personalidade universitária livre e crítica, aliando a ânsia do mais alto nível do saber à efetiva preocupação com os problemas nacionais. Portanto, ainda está viva uma tentativa de gerar, fazer nascer e crescer uma autêntica universidade brasileira. São sinais dessa conquista os esforços que fazem tantos intelectuais, dentro e fora do Brasil, de mostrar a realidade em que se move a Nação; de propor um abrir de olhos aos responsáveis pelos seus destinos. Por outro lado, as camadas sociais se manifestam, os estudantes tentam se agrupar para pensar o que fazer, discutir o seu papel, descobrir o seu caminho, criar uma forma de atuação e interferência nos nossos destinos. É nestes termos que escutamos com esperança certos anúncios proféticos como, por exemplo, este da Conferência Episcopal Latino Americana CELAM:
"estamos com uma educação uniforme em um momento em que a comunidade latino americana despertou para a riqueza de seu pluralismo humano; passiva, quando já soou a hora para nossos povos de descobrirem seu próprio ser, pleno de originalidade; está orientada no sentido de sustentar uma economia baseada na ânsia do "ter mais", quando a juventude latino amedicana exige "ser mais % na posse de sua auto realização pelo serviço e no amor. Em especial a formação de nível médio e superior sacrifica com frequência a profundidade humana em nome do pragmatismo e do imediatismo para ajustar se às exigências do mercado de trabalho. Este tipo de educação é responsável pela colocação do homem a serviço da economia e não desta a serviço do homem",12
As bases universitárias, insatisfeitas com as tomadas de posição e com as decisões autoritárias, a exemplo da lei 5.540 68 (Lei da Reforma Universitária), cujos efeitos, hoje, são nada animadores, mantém acesa a esperança de que seja revitalizado o processo de transformação da universidade brasileira, ao lado do sistema educacional, ao tempo em que estuda para descobrir como interferir nos rumos da educação nacional.
É, então, na perspectiva de participar e interferir que a universidade é, urgentemente, chamada a abandonar seu papel tradicional de receptora e transmissora de uma cultura técnico científica importada, com o rótulo de "desinteressada", e assumir a luta pela conquista de uma cultura, um saber comprometido com os interesses nacionais. Ela é chamada a assumir a formação de uma personalidade brasileira em diálogo, de igual para igual, com os demais centros do saber e da cultura, sem perder de vista que nós temos de reelaborar o
"saber da humanidade em função de nossos problemas específicos, o primeiro dos quais é a busca de nossa identidade e autonomia culturais".13
Desse rápido mergulho na história da universidade podemos, em síntese, destacar alguns sinais da universidade que queremos: da Antigüidade Clássica, a comunidade de discípulos que, ouvindo e refletindo, tentava, ao redor de seu mestre, conservar e transmitir a cultura, os saberes e encaminhar cada um dos seus membros a tornar se especialistas; da Idade Média, a universidade como órgão de elaboração do pensamento da época, identificada com sua cultura, centro de debates e discussões e a exigência de seriedade, rigor
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