Roteiro de Historia e Religiosidade de Israel
Por: Flavia El Agha • 22/8/2016 • Projeto de pesquisa • 5.562 Palavras (23 Páginas) • 331 Visualizações
Qualquer ser pensante em algum momento já parou para refletir sobre a vida e suas complexas origens. Através de várias viagens que realizei, fui reunindo um vasto acervo de fotografias e perguntas que inicialmente sem uma resposta plena, se tornaram o mapa de minha busca pessoal.
Revisitando os cenários da história bíblica, seus sítios sagrados, os ensinamentos contidos em tantos locais, acabei encontrando um roteiro para a compreensão dos mistérios que cercam a existência humana. Com olhos aguçados nas terras que há milênios foi palco dos mais incríveis acontecimentos e alma de peregrino, com olhos de quem deseja compreender o sentido da vida que voltei várias vezes a chamada Terra Santa.
Conhecer e entender Jerusalém, assimilar um pouco da espiritualidade que envolve essa cidade sagrada para milhares de pessoas, fez com que esse fosse o ponto inicial das minhas pesquisas.
Jerusalém foi completamente destruída duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes, e capturada e recapturada 44 vezes, o que não deixa de ser uma ironia quando se pensa no significado do seu nome: Cidade da Paz. Isso mostra a sua força e fé como ícone da resistência espiritual do ser humano.
Jerusalém localiza-se no planalto central da Palestina, a 760m de altitude. O clima oscila entre o árido e o subtropical, geralmente com verão quente e seco e invernos frios e úmidos com ocorrência eventual de nevascas.
Seus limites territoriais definidos após a guerra dos seis dias, em 1967, quando Israel ocupou o setor que era dominado pela Jordânia, vão do aeroporto localizado ao norte, até arredores de Belém, ao sul; dos montes das Oliveiras, a leste, até as colinas Herzl, em Kerem e o Centro Médico Universitário Hadassah, a oeste. A leste da cidade está o conhecido e famoso mar Morto, e além das margens do rio Jordão, as áridas montanhas de Moab; a oeste está a planície costeira que se estende até o mar Mediterrâneo.
Atualmente a cidade é servida por um eficiente sistema de estradas. A principal rodovia que se estende na direção norte sul, corta toda a cidade e segue até a vizinha Nablus, ao norte, e a Belém e Hebron, ao sul. Para leste se liga por outra rodovia até Jericó, margeando o rio Jordão, ao mar da Galiléia ao norte. A estrada de Allon cruza o deserto da Judéia seguindo até os núcleos israelenses na Samaria. Esta ligada também a TelAviv – Jafa e ao aeroporto internacional de Bem Gurion por uma moderna autopista, na direção noroeste. O Aeroporto Bem Gurion é um dos ais seguros e vigiados do mundo, com inúmeras barreiras policiais ao longo do trajeto que leva a ele, além de ostensivo policiamento em todas as suas instalações.
Na época de Jesus Jerusalém tinha em torno de 60 mil habitantes, enquanto que a população dos dias de hoje gira em torno de 760 mil habitantes e é em sua maioria seguidora da religião judaica, vindo em seguida os mulçumanos e em menor escala, os cristãos. A cidade está dividida geograficamente, nos dias atuais, entre os bairros judaico, mulçumano, cristão e armênio.
Para os cristãos, sem dúvida, o lugar mais sagrado em Jerusalém Igreja do Santo Sepulcro, o monte onde Jesus foi crucificado, foi chamado de lugar do crânio (Gólgota, Calvário) e de acordo com a Bíblia no Evangelho de João, havia um jardim vizinho onde ele foi enterrado.
Para os judeus, o local mais sagrado é o Muro das Lamentações, que é o último vestígio do antigo templo de Salomão e posteriormente de Herodes. Já para os mulçumanos, nada se compara a Mesquita Al Aqsa e o Domo da Rocha, cuja cúpula dourada é avistada em praticamente todos os pontos da cidade.
Considerações finais
Minha jornada começou reunindo um conteúdo de significativa importância, assim resolvi compartilhar tudo o que vivi e aprendi.
Com a beleza de alma com que olho para a vida, construo este trabalho passo a passo a partir do meu olhar sobre Israel. Transformando uma viagem que, para muitos, poderia ser um momento de lazer e descontração, numa grande peregrinação em busca da compreensão dos grandes mistérios que ainda cercam a existência humana.
A partir de uma apurada análise, monumentos históricos, por mais belos que sejam, deixaram de ser meros pontos turísticos e se transformaram em objetos de reflexão.
Por isso essa exposição é acima de tudo um chamado para que os visitantes possam sentir o “sopro divino que faz movimentar todas as coisas”.
Vamos juntos mergulhar profundamente na história repleta de significados que nos induzem a pensar e nos atrever a chegar mais perto de Deus.
Visitando Jerusalém
Visitar Jerusalém e todos os seus marcos sagrados é mergulhar num mar infinito de espiritualidade.
O Domo da Rocha
Com sua cúpula dourada, é um dos pontos mais emblemáticos da cidade, e se destaca em meio a paisagem de Jerusalém. Avistá-lo ao longe causa impacto e emoção em todos os visitantes. Seu edifício é um santuário, construído no local exato onde teria sido o altar de sacrifícios usado por Abraão, Jacó e outros profetas que introduziram o ritual nos cultos judaicos. Segundo a tradição Judaica, foi nessa rocha que Abraão preparou o sacrifício do seu filho Isaac a Deus e onde, mil anos antes de Cristo, o Rei Salomão construiu o primeiro templo.
Muro das Lamentações
É considerado o lugar mais sagrado da Terra Santa pelos judeus. A importância se dá porque é a única parte que sobrou após a destruição do Templo de Salomão, o primeiro construído em Jerusalém para abrigar a Arca da Aliança e o local do culto a Deus.
Muitos fiéis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito em suas frestas, costume existente há vários séculos. Os judeus têm pregado frente a este muro durante os derradeiros dois milênios, crendo que este é o lugar acessível mais sagrado da Terra, já que não podem chegar ao interior da Esplanada das Mesquitas, que seria ainda mais sagrado. Na Esplanada das Mesquitas, rodeara pelo Muro, os mulçumanos construíram ao longo dos séculos a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa.
"Impressionado” é como muitos descrevem os seus sentimentos no Muro das Lamentações, o último remanescente do Templo de Jerusalém que Jesus conheceu, destruído há 2000 anos atrás pelos romanos.
A visão das multidões rezando aqui inspirou muitos visitantes e fazer a sua própria oração, no espírito da súplica do Rei Salomão, que Deus escute a todos neste local sagrado (1 Reis 8:41-43).
O resto dos 443,50 metros do muro lhe espera no Túnel do Muro das Lamentações, que se encontra perto dali. Um modelo fascinante lhe lembra a peregrinação da Páscoa da criança Jesus (Lucas 2:46); você verá o lugar onde Pedro curou um mendigo (Atos 3:7) e onde Jesus confrontou os mercadores e os cambistas (João 2:3-6; Mateus 21:12-13).
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