A Bíblia dos Setenta
Artigo: A Bíblia dos Setenta. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andinhosolevan • 9/9/2014 • Artigo • 483 Palavras (2 Páginas) • 359 Visualizações
C começou no séc. III a.C. e deve ter terminado no II a.C.
A Bíblia dos Setenta, assim chamada devido a uma lenda que referia setenta tradutores do texto hebraico, não se ficou por simples tradução. Além de muitas liberdades de interpretação em certas passagens consideradas difíceis, os seus autores inseriram, no meio dos livros considerados inspirados na Palestina, outros livros – os sete acima referidos – que também consideravam como palavra de Deus.
A problemática ligada a esta Bíblia é enorme. Nestas poucas linhas apenas queremos referir a sua antiguidade que é um argumento de peso a seu favor. Aparecendo nos séculos III-II, os seus livros próprios (os dêutero-canónicos) são tão antigos como outros da Bíblia Hebraica da Palestina. Alguns destes livros podem mesmo ter sido utilizados pelos hebreus residentes na Palestina, com o mesmo valor de palavra de Deus que outros livros do “cânon” palestino. As descobertas das grutas de Qumrân manifestam isto mesmo. Em nenhum documento anterior ao século IV depois de Cristo estes livros dêutero-canónicos são expressamente rejeitados, o que manifesta a sua aceitação pela Igreja dos primeiros tempos do cristianismo. Podemos também pensar que, pela ligação existente entre a comunidade hebraica da Palestina e a comunidade hebraica que vivia na Diáspora grega, tais livros podem ter tido um uso comum nas duas comunidades. O critério canónico dos mestres da Palestina era demasiado patriótico: para ser considerado palavra de Deus, os livros da Bíblia deveriam ser escritos na Palestina, na língua hebraica e por um membro do povo judeu. Será que Deus teria os mesmos critérios?
Mas, qual era o “cânon” dos livros inspirados no tempo de Jesus? O próprio Jesus e os evangelistas nos falam muitas vezes da Bíblia. Assim em Mt 5,17, Jesus diz que não veio “revogar a Lei ou os Profetas” (ver Mt 22,40; Jo 1,45). O primeiro conjunto de livros aqui referido é o que, mais, tarde, os gregos chamaram Pentateuco (= cinco livros) e é constituído pelos primeiros cinco livros da Bíblia, atribuídos ao próprio Moisés. Estes cinco livros do Pentateuco eram a coisa mais sagrada existente para o povo judeu, juntamente com o Templo de Jerusalém. Cinco séculos antes de Cristo já eram considerados inspirados e nunca foram objecto de qualquer contestação por nenhum grupo ou nenhuma é escola do judaísmo; para os Samaritanos, ainda hoje, são o único conjunto de livros considerados inspirados (2 Rs 22,8; Ne 9,3s).
Os outros livros da Bíblia receberam a denominação genérica de PROFETAS. Porque se consideravam profetas não só os que actualmente assim chamamos, mas todos os grandes homens bíblicos do Antigo Testamento eram considerados profetas. E são-no, no sentido amplo da palavra. Todos estes livros já existiam antes do séc. II antes de Cristo, como nos é testemunhado no prólogo do Eclesiástico, por volta do ano 130: Muitos excelentes tesouros de instrução e sabedoria nos foram transmitidos pela Lei, pelos profetas e por outros escritos que lhes sucederam.
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