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A EVANGELIZAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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Por:   •  5/11/2014  •  7.747 Palavras (31 Páginas)  •  946 Visualizações

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A EVANGELIZAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

O mundo precisa ouvir a mensagem do evangelho eterno (Ap 14:6) e isto é bom motivo para se praticar a evangelização. Mas, o que significa evangelizar? Quais as implicações do evangelho? Qual a natureza do mundo contemporâneo? Como expressar a fé bíblica e cristã no mundo pós-moderno? O propósito desse artigo é responder a essas e outras questões relacionadas com a evangelização no mundo contemporâneo.

A evangelização em sua perspectiva bíblico-teológica

Evangelizar é apresentar um anúncio jubiloso; proclamar boas notícias. É a proclamação de uma mensagem de alegria. Em outras palavras, evangelizar (do grego euangelizomai) significa trazer ou anunciar o evangelho (euangelion) as boas novas, ou seja, o anúncio da salvação efetuada em Jesus Cristo através de Sua morte e confirmada na humilhação de Sua sepultura e no triunfo de Sua ressurreição.

O evangelho implica, em primeiro lugar, que Jesus Cristo tem triunfado decisivamente sobre o pecado e a morte. Esse triunfo se dá pelo fato de que Cristo, por Sua obediência, justiça e sacrifício perfeitos, condenou o pecado na carne (Rm 8:3). O pecado é descrito por Paulo como o aguilhão, o instigador, da morte (1 Co 15:56). A morte é conseqüência direta do pecado (Rm 5:12; 6:23). “O pecado”, disse Tiago, “sendo consumado, gera a morte” (Tg 1:15), mas, ao ser destruído o pecado é também destruída a morte (Rm 6:3,6,9). Desta maneira, a morte não somente é o resultado e salário do pecado, mas também o meio para a sua solução. “Sem derramamento de sangue”, declara Hebreus 9:22, “não há remissão”. Nesse sentido, também, corrobora a crença adventista: “A cruz testifica tanto da capacidade destruidora do pecado quanto das profundidades do amor de Deus em favor dos pecadores1”.

O parágrafo seguinte dessa mesma obra esclarece mais:

Por intermédio de Sua morte, Cristo rompeu o domínio do pecado, extinguiu a escravidão espiritual, removeu a condenação e a maldição da lei e tornou disponível aos pecadores arrependidos a vida eterna. Pedro diz que os crentes foram redimidos “do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram” (1 Pe 1:18). Paulo escreveu que aqueles que foram libertados da escravidão do pecado e de seus frutos mortais, agora se encontram no serviço de Deus com seus frutos “para a santificação e, por fim, a vida eterna (Rm 6:22)2.

O evangelho implica, em um segundo momento, na reconciliação de todas as coisas em Cristo. Isto é o que Paulo dá a entender em Colossenses 1: 19 e 20, ao declarar: “porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”3.

Nessa perspectiva, a reconciliação faz parte do plano divino da Redenção, como demonstra o comentário abaixo citado:

A transgressão de Adão afetou toda a terra. A degeneração se estendeu desde o homem – a obra prima e ápice do Criador – até as plantas, os insetos, os animais marinhos e ainda os seres inanimados. Mas pelo ato redentor de Cristo finalmente restaurará a perfeição e a harmonia (...) O plano da redenção cumprirá assim seu propósito mais amplo e profundo, a saber: a vindicação do caráter de Deus perante o universo4.

A reconciliação não está limitada ao indivíduo, mas envolve todas as coisas, celestiais e terrenais (Cl 1:20). Na verdade, o pecado afetou não somente o homem, mas toda a criação (Rm 8:20-21). A reconciliação (katallasso) que o evangelho anuncia não é, pois, nada menos que a restauração de todas as coisas em Cristo. É a nova criação do homem (2 Co 5:17; 1 Pe 1:4 e 1Jo 3:2) e a nova criação do Planeta Terra (Is 65:17- 25; 2 Pe 3:13 e Ap 21:1).

Em terceiro lugar, o evangelho implica que o Reino de Deus já está presente. É precisamente neste contexto onde aparece, pela primeira vez, no ministério de Jesus, a expressão “pregar o evangelho”, tal como apresenta Marcos 1: 14-15: “Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”.

Embora o vocábulo “reino” (Basiléia) possa significar: (1) o exercício de soberania, governo; (2) a comunidade dos governados; e (3) lugar ou território onde se exerce essa soberania5, no contexto da pregação de Jesus, significa especificamente, a chegada de uma nova época, caracterizada pelo reinado soberano de Deus em Seu filho (Lc 4:18-21). Por uma parte, é o cumprimento da esperança do Antigo Testamento, sendo, por essa razão, o anúncio do reino devia ser dirigido primeiramente a Israel (Mt 15:24; 10:5-6). Por outra parte, há um “ainda não” nessa mensagem, posto que, embora o reino tenha chegado, este, todavia, não se apresentou em sua plenitude.

Existe, pois, uma tensão entre cumprimento e promessa, entre o “já” e o “ainda não”. E é debaixo desta tensão que nasce a proclamação (kerigma) do evangelho. O período intermediário entre o primeiro e o segundo adventos de Cristo não perdurará para sempre. Os “últimos dias” haverão de terminar ao chegar “o último dia” (Jo 6:39,40,44, 54; 11:24; 12:48), os “últimos tempos” terminarão no “último tempo” (1 Pe 1:5). É durante esse tempo de espera que a igreja cumprirá totalmente sua grande missão: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24:14).

Nesse sentido, Ellen White afirma: “Em Apocalipse 14:6-12 são descritos três anjos voando pelo meio do céu com mensagens específicas do tempo do fim para preparar o mundo para o segundo advento de Cristo” 6.

A natureza do mundo contemporâneo

Sobre o mundo de hoje, Francis Schaeffer assim se pronunciou:

Cada geração cristã defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que não se pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Para que consigamos comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração7.

Para Reinder Bruinsma, o pensamento pós-moderno dirige a conduta religiosa e eclesiástica, sendo perceptível

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