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A HISTÓRIA DOS SURDOS NO MUNDO

Por:   •  27/6/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.001 Palavras (13 Páginas)  •  666 Visualizações

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A HISTÓRIA DOS SURDOS NO MUNDO

Os surdos são um grupo de pessoas com deficiências auditivas constituídas de uma linguagem, uma cultura e uma identidade. Na idade média, em várias localidades, os surdos eram tratados de diversas maneiras; ora com seres mediadores de deuses, ora como pessoas incapazes de se relacionar e raciocinar por conta de não serem habilitados por uma linguagem acessível as interações sociais da época. Desprivilegiando-os da obtenção dos bens culturais e materiais da época.

 No Egito, os surdos eram adorados e considerados mediadores entre deuses e faraós, agregando nesta civilização respeito, dignidade, veneração e admiração.

Na lei Hebraica, há referências entre surdos, de um modo segregador e subalterno. Já na China, Esparta e na Grécia eram tratados como sujeitos incapazes e sem competência por não possuirem linguagem acessível nas relações de trocas de bens comuns. Tal posição nesses conjuntos de pessoas  constituídas de conhecimento e cultura, resultava na negação e da não disponibilização ao acervo sócio – cultural e de educação formal secular. Entretanto, em 3600 a. C., Socrates instituiu e declarou que os surdos tinham a possibilidade de se comunicarem com as mãos e o corpo, desde que os praticantes da linguagem oral aprendessem e se habituassem com seu tipo de comunicação.

Roma sempre foi influenciada pelas ações politicas e culturais da Grécia, portanto, sua ideia em relação aos surdos não foge à regra. Suas interpretações eram semelhantes também. Consideravam-no sujeitos imperfeitos, sem estrutura e capacidade intelectual de pertencer a seus modos de vida. Enquanto em Constantinopla, eram subvertidos à condição de servos e escravos.

Até a idade moderna, pela primeira vez, distinguiu o surdo do mudo. Nessa época em meados do século XV – XVI, os surdos já tinham acesso a uma educação comumente dirigidas por monges e autoridades clérigo. Em geral, somente aqueles que eram filhos de pais ricos e abastados economicamente, tinham o privilégio de serem ensinados pelos tais. Pedro Pouce de Léon, Juan Pablo Bouet, John Bulbuer, Jonh Walls e Charles Michael de Le Pe, são alguns dos precursores da educação de surdos. São aqueles que se sensibilizaram e olhavam os surdos como seres humanos de direitos e privilégios. Tendo essa perspectiva quanto a eles, contribuiram com várias propostas pedagogicas com o objetivo de inserir todos eles a uma educação que os capacitassem para as relações e interações com o enredo cultural aos quais estavam inseridos, a priori, fisicamente não subjetivamente.

No decorrer do tempo, até a idade contemporânea, surgiram surdos que conseguiram destaque e nome pelos seus feitos, como exemplo pode ser citados o profersso Jean Hassiu; um dos primeiros professores surdos na história mundial. Laurent Clerc, surdo francês, educador; fundou uma escola para surdos onde na companhia de Thomas Hopking instituiu e começou a propagar a Lingua Gestual Americana. Essa época foi marcada pelas disputas entre a oralidade e a lingua gestual. Alguns defendiam a oralidade para surdos, alegando que eles poderiam entrar mais rapidamente numa escola de ensino regular. Outros, defendiam a gestual, contrapondo com argumentos de que os ouvintes não queriam ter o trabalho de aprender a lingua dos surdos, já que eles eram minoria em relação ao índice populacional. Para todos os efeitos, desde essa época até hoje houve ainda a preocupação de organizar e elaborar propostas politicas, pedagógicas e curriculares com o fim de atribuir aos surdos os mesmos direitos educacionais de todos. Para tanto, o debate e o diálogo ainda estão perpassando por todas as camadas sociais; e somente com a discussão inteligente, respeitosa, amparadas pelas leis humanas de âmbito mundial que o desfecho desta história irá ser igualitário, justo e humano.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL

O atual Instituto Nacional de Educação do Surdos foi criado em meados do século XX por iniciativa dos surdos franceses E. Huet, tendo como a primeira denominação Collegio Nacional para Surdos-Mudos, de ambos os sexos.

Em junho de 1855, E. Huet apresentou ao imperador D. Pedro II um relatório cujo conteudo conteudo revela a intenção de fundar uma escola para surdos no Brasil. Neste documento, também informou sobre a sua experiência anterior como diretor de uma instituição para surdos na França: o Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges.

Era comum que surdos formados pelos institutos especializados europeus fossem contratados a fim de ajudar a fundar estabelecimentos  para a educação de seus semelhantes. Em 1815, por exemplo, o norte-americano Thomas Hopkins Gallaudet (1781-1851) realizou estudos no Instituto Nacional dos Surdos de Paris. Ao concluí-los, convidou o ex-aluno Laurent Clerc, surdo, que já atuava como professor, para fundar o que seria a Primeira Escola de Surdos na América. A proposta de Huet correspondia a essa tendência. O governo imperial  apoiou a iniciativa de Huet e destacou o Marquês de Abrantes para acompanhar de perto o processo de criação para surdos no Brasil.

O novo estabelecimento a funcionar em 1º de janeiro de 1856 mesma data em que foi publicada a proposta de ensino apresentada por Huet. Essa proposta continha as disciplinas de Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, História do Brasil, Escrituração Mercantil, Linguagem Articulada, Doutrina Cristã e Leitura sobre os Lábios.

No seu percurso de quase dois séculos, o Instituto respondeu por outras denominações, sendo que a mudança mais significativa deu-se no ano de 1957, que foi a substituição da palavra “mudo” pela palavra “educação”. Essa mudança refletia o ideário de modernização da decáda de 1950, no Brasil, no qual o Instituto, e discussões sobre a educação de surdos, também estava inscrito.

Em razão de ser a única instituição de educação de surdos em território brasileiro o mesmo em países vizinhos, por muito tempo o INES recebeu alunos de todo o Brasil e do exterior, tornando-se referência para os assuntos de educação, profissionalização e socialização de surdos.

A língua de sinais praticada pelos surdo no Instituto – de forte influência francesa, em função da nacionalidade de Huet – foi espalhada por todo o Brasil pelos alunos que regressavam aos seus Estados de término de curso.

Nas decádas inicias do século XX, o Instituto oferecia, além da instrução literária, o ensino profissionalizante. A conclusão dos estudos estava condicionada à aprendizagem de um oficio. Os alunos frequentavam, de acordo com as suas aptidões, oficinas de sapataria, alfaiataria, gráfica, marcenaria e artes plásticas. As oficinas de bordado eram oferecidas as meninas que frequentavam a Instituição em regime de externato.

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