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A Pedra de Roseta e Rochedo de Behistun

Por:   •  7/11/2022  •  Ensaio  •  1.937 Palavras (8 Páginas)  •  138 Visualizações

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. DENOEL NICODEMOS ELLER

DISCIPLINA: GEOGRAFIA ARQUEOLOGIA BÍBLICA

PROFESSOR: REV: JOÃO GUSTAVO DA SILVA

ALUNO: GUILHERME ESQUIBEL PEREIRA

1º ANO – 2º SEMESTRE 2022

  1. INTRODUÇÃO

A arqueologia, do grego archaiología que significa, estudo das coisas antigas, ou arcaicas, é uma ciência que estuda os costumes e culturas dos povos antigos, utilizando processos de escavação e coleta de fosseis, artefatos, monumentos, textos etc.

Ainda na arqueologia, temos uma, denominada de arqueologia bíblica, que apesar de ser muito criticada, por seu método indutivo de pesquisa, ela investiga a historicidade bíblica, partindo do narrado nas escrituras para a investigação de civilizações que a bíblia cita e caracteriza, como as civilizações egípcias, peras, sírias, babilônicas, romanas e gregas.

Randall Price em seu livro “Arqueologia Bíblica”, editado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), ressalta a grande relevância apologética da arqueologia bíblica, por confirmar, aos olhos da ciência, a historicidade, aos céticos. Além dessa importância apologética, o autor, nos traz à tona a importância dessa ciência para uma boa exegese dos escritos sagrados, pois ela nos permite a entendermos o contexto cultural e histórico dos relatos bíblicos.

Esse ensaio, objetiva a pesquisa e investigação de duas descobertas arqueológicas, do final da era moderna, que são essenciais para a arqueologia geral e arqueologia bíblica ainda na idade contemporânea. A força motriz da pesquisa são os artefatos: a Pedra Roseta e o Rochedo de Behistun. Estes, elucidaram a descoberta e entendimento de línguas perdidas. A Pedra de Roseta, para os hieroglifos egípcios, e o Rochedo de Behistun, para o arcadiano cuneiforme mesopotâmico, abrindo assim as portas para o entendimento das duas grandes civilizações originais da história da humanidade.

  1. PEDRA DE ROSETA
  1.  O QUE É?

É um fragmento de basalto de exatamente cento e quatorze centímetros e meio de altura, setenta e dois centímetros de largura e vinte e sete centímetros de espessura, pesa setecentos e sessenta quilos. Nela temos um texto talhado em três idiomas: na base em cinquenta e quatro linhas (vinte e seis delas, incompletas) escritas em grego koine; no topo, quatorze linhas em hieroglifos egípcios, correspondente as ultimas vinte e oito linhas do texto em grego (a parte superior foi quebrada e perdida); na seção intermediaria, trinta e duas linhas em Demótico egípcio, que é uma espécie de grafia cursiva dos hieroglifos. De acordo com R. Price, o texto se trata de algum decreto publicado de Mênfis (a capital egípcia antiga) em 196 a.C. exibindo os triunfos do Rei Ptolomeu V Epifânio.

  1.  CONTEXTO DA DESCOBERTA E RELEVÂNCIA

No século XVIII, já existia o conhecimento popular sobre a importância do entendimento dos hieroglifos egípcios para um bom entendimento sobre a história do Egito antigo, uma das principais civilizações antigas e uma das mais ancestrais na história antiga. Hieroglifo, é a escrita antiga egípcia por meio de desenhos, a palavra hieroglifo é formada pela junção de duas palavras gregas, hieros, “sagrado”, e glifo, “gravar”.

Nesse contexto, Napoleão Bonaparte, um jovem general corso que já havia conquistado um grande nome, graças a queda da Bastilha em 1789 e estabilizar o recém levante monarquista em paris em 1795. Agora, em 1798, napoleão parte para sua campanha do Egito, com mais de trinta e oito mil soldados, e cento e sessenta e sete dos melhores cientistas e estudiosos franceses ele desembarca no porto de Alexandria.

Não se sabe ao certo a motivação de Napoleão, mas especula-se que seu interesse era dominar o acesso entre a Asia Oriental e a África, pois com esse domínio, ele controlaria o comércio entre essas regiões. Outros especulam que seu interesse era nos artefatos egípcios visando entendimento da história de como os lideres egípcios eram vistos como deuses e conseguiram sustentar o maior império antigo, e principalmente venda desses artefatos antigos.

Enquanto Napoleão se instalava no Egito com duas frente: domínio e investigação arqueológica, o exército britânico se movimentava visando o mesmo local. Em pouco tempo o exército britânico chegou a costa do Egito e destruiu todas as embarcações francesas, criando um cerco que durou dois anos. Em meio a esse conflito, em Roseta, ao reconstruir um forte para consolidar uma base militar francesa, um oficial francês, descobriu uma pedra com escritos diferentes, e julgou ser historicamente relevante. Em pouco tempo, a noticia da descoberta da pedra, que viria a abrir as portas para a interpretação dos registros egípcios, foi espalhada pela França e também pela Inglaterra.

A França perdeu o conflito, e foi obrigada a se retirar do Egito, todas as posses de artefatos egípcios foram requeridas pelo exercito britânico, que por sua vez, como espolio, obteve a Pedra de Roseta. Iniciou-se então uma corrida, franceses, em posse de copias, e britânicos, com a pedra original, em busca de decifrar os dialetos do artefato.

Após alguns anos, esse grande mistério, quase havia se tornado um tabu, pois decifra-lo havia se tornado, no senso popular, impossível. Nesse contexto Thomas Young, um notório medico, físico e linguista londrino de 41 anos, levou uma cópia da pedra para sua casa de verão, decidido a passar suas férias decifrando o artefato. Ele primeiramente focou nas palavras recorrentes no texto grego, depois ele tentou localizar palavras que também se repetiam no demótico egípcio. Ele conseguiu, sistematicamente, identificar 86 recorrências desse paralelismo linguístico. Nisso ele conseguiu identificar palavras em demótico paralelo ao grego, como rei, Ptolemeu e Egito. Este sucesso inicial de Young, serviu de motivação para ele continuar a investir na descoberta desta língua morta. Os estudiosos anteriores a ele, já haviam notado a distinção em símbolos que estavam subscritos dentro de formas circulares. Mas de outra parte da Europa o jovem francês Jean-François Champollion, foi o primeiro a identificar os hieroglifos como uma língua fonética, ao contrario do entendimento até sua época. Ele comparou o hieróglifo de Young para “Ptolomeu” na Pedra Roseta com um obelisco que acabara de ser descoberto em 1819 de um templo egípcio antigo perto de Aswan, que continha os nomes de Ptolomeu e Cleópatra em grego. Ele foi capaz de isolar o cartucho para Cleópatra e, partindo daí, decifrar outros nomes reais. Ele lançou uma gramatica egípcia e sistematizou o nome e a cronologia dos faraós egípcios. Infelizmente, morreu jovem com apenas 42 anos, e não concluiu sua pesquisa, porém, foi o primeiro a receber o titulo de Doutor em Egiptologia antiga. Com o passar dos anos, vários outros através das descobertas de Young e Champollion, decifraram mais partes da história do Egito.

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