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Allan Kardec e sua história dentro do espiritismo

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Por:   •  20/12/2014  •  Resenha  •  2.132 Palavras (9 Páginas)  •  246 Visualizações

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Allan Kardec e sua história dentro do espiritismo.

É um prazer vir a público falar sobre o aniversariante de hoje, 3 de outubro.

Um prazer porque poucos ilustres desconhecidos como ele fizeram tanto por tantos durante sua vida.

Nascido nessa data em 1804, ou sejam a exatos 210 anos atrás, Leon Hyppolite Denizard Rivail que, posteriormente, passou à história como Allan Kardec nos faz pensar nos caminhos que nossas vidas podem tomar.

Oriundo de família de posses médias, estudando no instituto Pestalozzi da Suíça, retornando ao solo pátrio com 22 anos apenas e já publicando, ainda com essa idade, seu primeiro livro sobre aritmética para mestres e mães, ao qual seguiram-se vários outros... conhecendo a sucesso dentro de sua carreira de educador e, por envolvimentos com pessoas de dúbia reputação, falido, reerguendo-se com esforços próprios... até parece a história de muito de nós, e é. Uma pessoa comum de sua época, embora estudiosa, dedicada e focada em seus afazeres, assim era Leon Hyppolite, Allan Kardec.

Jamais podemos antever nossos envolvimentos diante dos impactos sociais, cabendo-nos mesmo, estar prontos a todas as possibilidades sem jamais se deixar esmorecer diante das intempéries, uma vez que todas nos sãos colocadas no caminho para crescimento e aprendizado.

Contexto histórico – França século XIX

A França vive, no século XIX o despertar de uma nova era pois, com o fim da revolução francesa instala-se a República, e com a retirada de cena de Napoleão a Europa como um todo passa a se reestruturar e refazer a distribuição dos países e suas fronteiras.

A França vive ainda momentos de guerras e intervenções externas, notadamente entre 1852 a 1860 onde chega mesmo a participar com intervenções na política e guerrilha do México

Nas ciências foi chamado de o “Século das Ciências”, tamanho foram os desenvolvimentos que elas obtiveram nesse século, mesmo o termo “cientista” foi criado nessa época. Na Inglaterra e América começam as publicações científicas especializadas, a racionalização toma conta do Método Científico que passa, a partir de então a ser esquematizado de forma racional e direta.

Também aí aparece “A Origem das Espécies” de Charles Darwin, mudando o enfoque evolutivo de então e dos próximos séculos subsequentes.

Temos Darwin quebrando o mito da criação, Pasteur demonstrando a presença de seres nas doenças, bactérias e micróbios.

Surgem a locomotiva, o fonógrafo, a pilha elétrica, a lâmpada incandescente, o toca-discos, a telefonia, o cinema, o dirigível, o sabonete mesmo....

No campo político-religioso, o que auxiliou de forma direta a possibilidade do aparecimento do espiritismo foi a Liberdade de Expressão e religião, tornada Lei em França.

E nessa época de descobertas e revisão de valores surge distante desses centros de revolução social e educacional, em 1848, como primeiro fenômeno de manifestação espiritual dos tempos modernos, o caso das Irmãs Fox, Margareth, Lia e Kate, em Hydesville – EUA, marcando o início do aparecimento de um novo campo de pesquisa e possibilidades, a comunicação com o Mundo dos Espíritos.

Diversos fenômenos começaram a surgir em terras americanas desde então e, com pouquíssimo tempo invadiram a Europa através das apresentações de médiuns americanos em solo europeu o que fomentou o aparecimento, ou antes, as circunstâncias necessárias ao aparecimento de manifestações medianímicas produzidas na Europa em geral, denotando o plano da Divindade em abrir mais essa possibilidade diante da visão dos encarnados, a existência, como fato, da vida após a morte.

Nesse fervilhar da espiritualidade maior aparece em “cena” Leon Hyppolite como estudante dos experimentos de magnetização, das intervenções médicas e científicas junto aos sonâmbulos, e mesmo de pesquisas que fez, ainda deforma insipiente de vaga, em algumas manifestações mediúnicas.

Dentre seus amigos magnetizadores alguns enveredam a participar das mesas girantes, já tão conhecida de todos, e o convidam a participar também o que, após certa renuncia inicial passa a fazer.

Em correspondência particular de Leon Hyppolite, vemo-lo preocupado não com o fenômeno, mas antes com as perguntas pueris que eram dirigidas às “mesas” e, após incentivos de alguns Espíritos para que começasse um estudo sério e metódico sobre tais fenômenos aceita criando método próprio para tal, focando as perguntas para a futura compilação de O Livro dos Espíritos em três vertentes, a Filosofia Geral, a Psicologia e A Natureza do Mundo Invisível, o que encontramos em Obras Póstumas publicada com documentos após seu desencarne.

Nos idos de 1855 Rivail passa a contar com o concurso das irmãs Caroline e Julie Baudin, médiuns psicográficas mecânicos que, na época, contavam com a idades de 16 e 14 anos respectivamente.

Formulava as questões em casa, elaborava diversas sobre o mesmo tema para deixa-lo o mais transparente possível e as levava à casa dos Baudin, ali, através das cestas de bico, como chamadas na época, elas respondiam uma a uma enquanto Rivail conversava no mesmo instante com as meninas sobre assuntos triviais para que essas não interferissem nas respostas de forma alguma.

Apenas para recordar, esse método utiliza-se de uma cesta que possui na ponta um local para fixar um lápis, colocada sobre uma ardósia, ali escrevia as mensagens de forma direta, contando apenas com a colocação, inicialmente, da ponta dos dedos das meninas sobra a cesta.

Com uma experiência já desastrosa pelo assédio e perseguição que sofreram as Irmãs Fox no EUA, Rivail protegeu ao máximo a identidade das médiuns, não publicando jamais seus nomes ou qualquer referência que as pudesse expor.

Método de Kardec

Por que Rivail fez as mesmas perguntas para médiuns diferentes, por que submeteu o texto à apreciação de diferentes espíritos antes de publicá-lo?

Este é o cerne do método desenvolvido por ele para o intercâmbio com o mundo espiritual.

Em primeiro lugar, Kardec não considerava os espíritos como reveladores (Cf. Obras Póstumas, pág. 269), mas como fontes de informação. Pessoas desencarnadas, com maior ou menor capacidade de explicação de sua realidade, mais ou menos ligadas às crenças que defendiam antes da morte. Pode-se dizer, que no entendimento de Kardec, é necessária uma análise a mais ampla e franca possível daquilo que é produzido pelos médiuns, seja pelas limitações dos

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