De religião

Sejam como formas de explicar a vida ou até mesmo como meras “rivais” aos olhos humanos, ciência e religião despertam opiniões e ações exageradas que merecem considerações. Vê-las como máximas de pretenciosidade ou humildade pode ocasionar situações desnecessárias, e muitas vezes equivocadas.

No caso da religião, o problema é mais evidente. Existem fanáticos religiosos que são ambiciosos por uma aproximação com o poder divino ao qual veneram e se enxergam como verdadeiros “defensores iluminados” da causa em que acreditam. Para tanto, justificam as chamadas “Guerras Santas” para mostrar a superioridade espiritual que acreditam ter. Mas afinal, qual Deus aprovaria o terrorismo?

Até mesmo quando se tem a religiosidade com a maior simplicidade possível, é mais racional evitar exageros, pois basicamente ter fé com sinceridade, honestidade e solidariedade pode ser mais benéfico ao ser humano do que a adoração excessiva que leva as pessoas a se curvarem diante de suas crenças. Não é necessário haver humilhação para provar a intensidade do que se acredita.

Nesse contexto, a ciência também é inspiradora. Constantemente, o homem a encara como forma de dominar a própria existência, por meio de tecnologias que possibilitam um controle maior de si mesmo. É importante ressaltar que alguns avanços são benéficos, como na procura pela cura de doenças como a AIDS, por exemplo. Outros, no entanto, contribuem para armas de destruição em massa. Entretanto, elevar a ciência como meio dominante da sociedade ou tê-la como única forma de entender o mundo, pode torná-lo, sob a própria ótica humana, mais mecanizado, com explicações exatas para tudo.

Assim, é preciso haver equilíbrio na forma como as pessoas se posicionam diante da ciência e da religião. Os equívocos causados por visões distorcidas podem gerar sérios danos à humanidade. Nesse sentido se faz necessária a ponderação das consequências causadas pela ultrapassagem dos limites contidos na religiosidade e no cientificismo humano.