Despojar

Despojar-se no amor

Era tarde de outono e Alfredo saiu com sua moto pelas ruas da sua cidade, como sempre fazia, porém desta vez ele saiu determinado a vencer um obstáculo a ausência da sua companheira. A dor da separação era constante e percebível a todo que com eles conviviam.

O despojar-se dos sentimentos, não é nada fácil e o amor dele não era velado, todos viam e sentiam o calor irradiar pelos olhares e palavras que ele com o seu corpo pronunciava.

Assim foi o amor de Cristo por cada um de nós, chegou a tal ponto que não haviam palavras que demonstrava,  foi preciso usar a linguagem do corpo. A cruz foi à folha branca do qual o amor com o sangue escreveu em letras gigantescas o real significado do amor.

Alfredo deve que aprender que amar e entregar-se na sua totalidade sem reserva e sem esperar no outro uma aceitação. É um doar-se incondicional até que o tudo seu não seja só seu, mas algo maior que atinja o outro.

Na busca frenética para suprimir os desejos de amor nós nos tornamos egoístas e com isso deixamos de ser doadores para sermos receptores mesquinhos e gananciosos, sugamos o necta dos que nos cercam e como uma praga não permitimos a vida fora de nós.

A falta do verdadeiro amor nos faz querermos qualquer coisa e assim preenchemos o vazio deixado pelo verdadeiro amor com falsos amores, paixões desenfreadas, conteúdos que só nos fazem sentirmos uma falta, aumentando em nós o vazio.

No abismo que se encontra a humanidade desejamos atravessar nos servindo do outro como ponte e renunciando a verdadeira ponte que é o Cristo. Achamos que o nosso desejo, nossa vontade, o nosso, nosso, nosso é necessário para servi de base para atingirmos a outra margem.

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