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Espiritismo

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Por:   •  20/10/2014  •  Resenha  •  2.377 Palavras (10 Páginas)  •  268 Visualizações

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Vossa Alteza honrou-me dirigindo-me várias

perguntas referentes ao Espiritismo; vou tentar

respondê-las, tanto quanto o permita o estado

dos conhecimentos atuais sobre a matéria,

resumindo em poucas palavras o que o estudo e

a observação nos ensinaram a esse respeito.

Essas questões repousam sobre os princípios da

própria ciência: para dar maior clareza à solução,

é necessário ter esses princípios presentes no

pensamento; permita-me, pois, tomar a coisa de

um ponto mais alto, colocando como

preliminares certas proposições fundamentais

que, de resto, elas mesmas servirão de resposta

a algumas de vossas perguntas.

Há, fora do mundo corporal visível, seres

invisíveis que constituem o mundo dos Espíritos.

Os Espíritos não são seres à parte, mas as

próprias almas daqueles que viveram na Terra ou

em outras esferas, e que deixaram seus

envoltórios materiais.

Os Espíritos apresentam todos os graus de

desenvolvimento intelectual e moral. Há, por

conseqüência, bons e maus, esclarecidos e

ignorantes, levianos, mentirosos, velhacos,

hipócritas, que procuram enganar e induzir ao

mal, como os há muitos superiores em tudo, e

que não procuram senão fazer o bem. Essa

distinção é um ponto capital.

Os Espíritos nos cercam sem cessar, com o nosso

desconhecimento, dirigem os nossos

pensamentos e as nossas ações, e por aí

influem sobre os acontecimentos e os destinos

da Humanidade.

Os Espíritos, freqüentemente, atestam sua

presença por efeitos materiais. Esses efeitos

nada têm de sobrenatural; não nos parecem tal

senão porque repousam sobre bases fora das leis

conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas

essas bases, o efeito entra na categoria dos

fenômenos naturais; é assim que os Espíritos

podem agir sobre os corpos inertes e fazê-los

mover sem o concurso de nossos agentes

exteriores. Negar a existência de agentes

desconhecidos, unicamente porque não são

compreendidos, seria colocar limites ao poder de

Deus, e crer que a Natureza nos disse sua última

palavra.

Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta.

É, pois, ilógico negar a causa unicamente porque

seja desconhecida.

Se todo efeito tem uma causa, todo efeito

inteligente deve ter uma causa inteligente.

Quando se vê o braço do telégrafo fazer sinais

que respondem a um pensamento, disso se

conclui, não que esses braços sejam inteligentes,

mas que uma inteligência fá-los moverem-se.

Ocorre o mesmo com os fenômenos espíritas. Se

a inteligência que os produz não é a nossa, é

evidente que ela está fora de nós.

Nos fenômenos das ciências naturais, atua-se

sobre a matéria inerte, que se manipula à

vontade; nos fenômenos espíritas age-se sobre

inteligências que têm seu livre arbítrio, e não

estão submetidas à nossa vontade. Há, pois,

entre os fenômenos usuais e os fenômenos

espíritas uma diferença radical quanto ao

princípio: por isso, a ciência vulgar é

incompetente para julgá-los.

O Espírito encarnado tem dois envoltórios, um

material que é o corpo, o outro semi-material e

indestrutível que é o perispírito. Deixando o

primeiro, conserva o segundo que constitui para

ele uma espécie de corpo, mas cujas

propriedades são essencialmente diferentes. Em

seu estado normal, é invisível para nós, mas

pode tornar-se momentaneamente visível e

mesmo

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