Espiritismo
Resenha: Espiritismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dcmartins7 • 20/10/2014 • Resenha • 2.377 Palavras (10 Páginas) • 273 Visualizações
Vossa Alteza honrou-me dirigindo-me várias
perguntas referentes ao Espiritismo; vou tentar
respondê-las, tanto quanto o permita o estado
dos conhecimentos atuais sobre a matéria,
resumindo em poucas palavras o que o estudo e
a observação nos ensinaram a esse respeito.
Essas questões repousam sobre os princípios da
própria ciência: para dar maior clareza à solução,
é necessário ter esses princípios presentes no
pensamento; permita-me, pois, tomar a coisa de
um ponto mais alto, colocando como
preliminares certas proposições fundamentais
que, de resto, elas mesmas servirão de resposta
a algumas de vossas perguntas.
Há, fora do mundo corporal visível, seres
invisíveis que constituem o mundo dos Espíritos.
Os Espíritos não são seres à parte, mas as
próprias almas daqueles que viveram na Terra ou
em outras esferas, e que deixaram seus
envoltórios materiais.
Os Espíritos apresentam todos os graus de
desenvolvimento intelectual e moral. Há, por
conseqüência, bons e maus, esclarecidos e
ignorantes, levianos, mentirosos, velhacos,
hipócritas, que procuram enganar e induzir ao
mal, como os há muitos superiores em tudo, e
que não procuram senão fazer o bem. Essa
distinção é um ponto capital.
Os Espíritos nos cercam sem cessar, com o nosso
desconhecimento, dirigem os nossos
pensamentos e as nossas ações, e por aí
influem sobre os acontecimentos e os destinos
da Humanidade.
Os Espíritos, freqüentemente, atestam sua
presença por efeitos materiais. Esses efeitos
nada têm de sobrenatural; não nos parecem tal
senão porque repousam sobre bases fora das leis
conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas
essas bases, o efeito entra na categoria dos
fenômenos naturais; é assim que os Espíritos
podem agir sobre os corpos inertes e fazê-los
mover sem o concurso de nossos agentes
exteriores. Negar a existência de agentes
desconhecidos, unicamente porque não são
compreendidos, seria colocar limites ao poder de
Deus, e crer que a Natureza nos disse sua última
palavra.
Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta.
É, pois, ilógico negar a causa unicamente porque
seja desconhecida.
Se todo efeito tem uma causa, todo efeito
inteligente deve ter uma causa inteligente.
Quando se vê o braço do telégrafo fazer sinais
que respondem a um pensamento, disso se
conclui, não que esses braços sejam inteligentes,
mas que uma inteligência fá-los moverem-se.
Ocorre o mesmo com os fenômenos espíritas. Se
a inteligência que os produz não é a nossa, é
evidente que ela está fora de nós.
Nos fenômenos das ciências naturais, atua-se
sobre a matéria inerte, que se manipula à
vontade; nos fenômenos espíritas age-se sobre
inteligências que têm seu livre arbítrio, e não
estão submetidas à nossa vontade. Há, pois,
entre os fenômenos usuais e os fenômenos
espíritas uma diferença radical quanto ao
princípio: por isso, a ciência vulgar é
incompetente para julgá-los.
O Espírito encarnado tem dois envoltórios, um
material que é o corpo, o outro semi-material e
indestrutível que é o perispírito. Deixando o
primeiro, conserva o segundo que constitui para
ele uma espécie de corpo, mas cujas
propriedades são essencialmente diferentes. Em
seu estado normal, é invisível para nós, mas
pode tornar-se momentaneamente visível e
mesmo
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