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Espiritismo

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Por:   •  27/10/2014  •  Tese  •  2.289 Palavras (10 Páginas)  •  237 Visualizações

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Espiritismo

O termo espiritismo surgiu como um neologismo criado pelo pedagogo francês Allan Kardec, utilizado pela primeira vez na introdução de O Livro dos Espíritos (1857), para nomear especificamente o corpo de idéias por ele sistematizadas, diferenciando-o do movimento espiritualista em geral. Contudo, a utilização de raízes oriundas da língua viva para compor a palavra (Spirit: Espírito + Isme: Doutrina), que, por um lado, foi um expediente a que recorreu Kardec para facilitar a difusão do novo conjunto de idéias, por outro fez com que o termo fosse rapidamente incorporado ao uso cotidiano para designar tudo o que dizia respeito à comunicação com o além-túmulo. Assim, por espiritismo, muitos entendem hoje as várias doutrinas religiosas e/ou filosóficas que crêem na sobrevivência do espírito à morte do corpo, e, principalmente, na possibilidade de se comunicar ordinariamente com ele.

No entanto, muitos seguidores do Espiritismo, segundo codificado por Allan Kardec, apontam muitas vezes que este uso mais genérico do termo espiritismo é um equívoco.

O presente artigo visa a tratar do Espiritismo levando em consideração todos os diferentes usos do termo, enquanto o artigo Doutrina Espírita está voltado para descrever o Espiritismo conforme foi codificado por Kardec. Essa divisão entre Espiritismo (geral) e Doutrina Espírita é meramente didática, não implicando em apologia a nenhum dos dois usos.

Sobre a codificação da Doutrina Espírita, veja os artigos Doutrina Espírita e Allan Kardec.

O espiritismo, de um modo geral, fundamenta-se nos seguintes pontos:

o homem é um espírito temporariamente ligado a um corpo;

a alma é o espírito enquanto se encontra ligado ao corpo;

o espírito, compreendido como individualidade inteligente da Criação, é imortal;

a reencarnação é o processo natural de aperfeiçoamento dos espíritos;

os espíritos encarnados ("vivos") e os espíritos desencarnados ("mortos") podem se comunicar entre si através da mediunidade;

Pluralidade dos Mundos Habitados, a Terra não é o único planeta com vida inteligente.

Lei de Causa-Efeito, ligada à reencarnação, esta lei define que recebemos na medida do que demos (bom e mau) em existências passadas ou nesta existência.

História

Durante o século XIX houve uma grande onda de manifestações mediúnicas nos Estados Unidos e na Europa. Estas manifestações consistiam principalmente de ruídos estranhos, pancadas em móveis e objetos que se moviam ou flutuavam sem nenhuma causa aparente. O cientista, cético até então, Hippolyte Léon Denizard Rivail, que mais tarde adotou o pseudônimo de Allan Kardec, pesquisou por vários anos a respeito de manifestações espirituais. Chegou a afirmar: "Eu crerei quando vir e quando conseguirem provar-me que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar sonâmbula; até que isso se dê a permissão de não enxergar nisso mais que um conto para dormir em pé". Posteriormente foi investigar os casos das mesas girantes e se viu convencido a crer nos fatos (sem a necessidade de provar-se que uma mesa tinha cérebro e nervos). Utilizando uma série de relatos de espíritos que foram psicografados por médiuns da época, publicou o Livro dos Espíritos.

Referências à Alma na História da Sociedade

As principais religiões institucionalizadas reservaram sempre um lugar importante às almas dos seus entes queridos falecidos - o Culto dos Antepassados, venerando-os ou rendendo-lhes cultos utilizando diversos rituais.

Na Grécia Antiga, acreditava-se que os espíritos dos mortos habitavam o Hades (o mundo dos mortos), e que era possível entrar em contato com eles. Na Odisséia de Homero, o herói chega ao Hades e realiza um ritual segundo indicações da feiticeira Circe. Deste modo, Ulisses logra falar com o espírito de sua mãe e dos seus companheiros que haviam soçobrado em Tróia.

Na Idade Média, acreditava-se que os espíritos regressavam ao Mundo dos Vivos em certas ocasiões. Criaram-se superstições e usaram amuletos para obter proteção. Nesta altura, multiplicaram-se os relatos de aparições de espíritos (vulgarmente chamados de fantasmas) e de assombrações de edifícios e locais, de casos de possessão espírita e da necessidade de exorcismos. Em Hamlet, o dramaturgo inglês William Shakespeare apresenta o fantasma do rei assassinado demandando vingança ao protagonista, seu filho. Este tipo de aparição estava registada em muitos relatos anteriores à época de Shakespeare, embora não se conste que houvesse uma prática mediúnica para facilitar a comunicação com os "mortos".

Os xamãs dos povos "primitivos" da Ásia e Oceania, também afirmam ter esse dom. Na população nativa americana, só o xamã (feiticeiro) tinha o poder de comunicar com os deuses e espíritos, fazendo a mediação - médium - entre eles e os comuns mortais. A principal função do xamã era a de assegurar a ajuda do Mundo dos Espíritos, incluindo o Espírito Supremo, para benefício da comunidade. Tal como os xamãs, os curandeiros na América Latina, são capazes de aceder ao Mundo dos Espíritos. A atuação a este nível, envolve não só o uso de orações, mas também a consulta de Guias Espirituais ou Espíritos Superiores.

Diversos usos do termo Espiritismo

Espiritismo Kardecista

Espiritismo Kardecista é um termo que nasceu da necessidade de alguns em distinguir o Espiritismo dos cultos afro-brasileiros, como a Umbanda. Estes, devido às represálias que sofreram, em especial no período da ditadura militar, passaram a se auto-intitular espíritas num anseio por legitimar e consolidar este movimento religioso. Escolheram o Espiritismo devido à proximidade existente entre certos conceitos destas doutrinas. No entanto, os espíritas mais ortodoxos não gostaram de ver o Espiritismo associado aos cultos afro-brasileiros, e assim criaram o termo Espírita Kardecista para distingui-los daqueles que se denominavam Espíritas Umbandistas. Atualmente, entende-se que o Espiritismo, como doutrina, é um só, aquele que foi codificado por Allan Kardec, o que tornou redundante, ao menos para uma parte dos espíritas, o uso do termo Espiritismo Kardecista. Ao espírita que segue estritamente aqueles ensinamentos codificados por Kardec nas Obras Básicas, sem a interferência de qualquer outra

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