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Melquisedeque

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Por:   •  5/9/2013  •  Tese  •  10.119 Palavras (41 Páginas)  •  263 Visualizações

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O

LIVRO

DE

MELQUISEDEQUE

(Uma Parábola)

Diógenes Lopes de Oliveira

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O LIVRO DE MELQUISEDEQUE

“Escutai, povo meu, a minha lei; prestai ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei os lábios

em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos”Sl.78:1,2.

Os Rolos do Mar Morto

No deserto da Judéia, no litoral do Mar Morto, próximo a Jerico, acampava-se uma tribo semibeduína conhecida

como Taamireh. Era o início da primavera de 1947, quando um dos filhos daquela tribo, Muhammad edh-Dhib, um

jovem de apenas 15 anos de idade, pastoreava o rebanho de seu pai. Ao retornar para casa, descobriu que estava faltando

uma cabra. Deixando o rebanho seguro no curral, retornou sem demora à procura da que havia se transviado.

Depois de caminhar por muitas partes em busca da cabra perdida, o beduíno sentou-se junto à

uma gruta, vencido pelo cansaço. Não sabia que os seus passos errantes o conduziram naquele

entardecer para próximo de um tesouro de inestimável valor. Ele encontrava-se naquele momento na

região noroeste do Mar Morto.

Ao arremessar uma pedra para dentro da caverna, o beduíno ouviu um ruído surdo que pareceu-lhe o som de um vaso de barro quando cai. Achou muito estranho aquilo e, movido por um misto de

curiosidade e medo, aproximou-se da abertura para ver o que se encontrava lá dentro. A princípio,

somente conseguiu ver a escuridão que reinava dentro da caverna que voltara a ficar silente. Depois

de alguns instantes, seus olhos começaram a avistar contornos que lhe pareceram grandes jarros.

Vieram-lhe então à lembrança histórias que ouvira desde mui pequeno, sobre Sheitan, o espírito mau

que vive nas cavernas. Não seria aquela gruta a sua morada? Este pensamento o fez fugir dali

apressadamente, em direção de sua tenda. Tão grande era o medo, que se esqueceu inteiramente da

cabra que se perdera.

Ahmed, o seu irmão mais velho ,ao ouvir sua história, riu de sua falta de coragem. Ahmed,

contudo, não conseguia esquecer-se daqueles vasos que seu irmão afirmara ter visto no interior da

caverna; E se existisse dentro deles tesouros? Esse pensamento fez com que perdesse o sono naquela

noite. Assim que o dia raiou, pediu que seu irmão o levasse àquele lugar de onde fugira.

Cheios de esperança e coragem rumaram naquela manhã em direção ao possível tesouro.

Olhando atentamente para o interior da caverna, Ahmed constatou que, realmente, havia jarros ali.

Cheio de euforia, passou a remover os pedregulhos que estreitavam aquela abertura, até que

conseguiu resvalar-se para dentro da gruta. Estava muito escuro a princípio, mas suas vistas foram-se

acostumando e, dentro de instantes, viu-se cercado pelos vasos de barro. Com muito cuidado,

evitando que se quebrassem, foi tomando-os, um por um, e passando-os para o irmão, que ficara do

lado de fora.

Curioso para ver o que havia naqueles vasos, Ahmed saltou para fora da Gruta. Ao introduzir a

mão num daqueles vasos, tirou um embrulho feito de panos de linho. Abriram-no na expectativa de

encontrar ouro ou pedras preciosas, mas os irmãos ficaram decepcionados ao descobrirem apenas um

rolo, feito de coro de cabras. Em todo o rolo, havia uma escrita que não puderam decifrar. Os demais

jarros traziam igualmente grandes rolos de couro.

Os beduínos ficaram, inicialmente, sem saber o que fazer com aqueles rolos. A primeira idéia

foi a de devolvê-los à caverna; Mas, pensando melhor, decidiram vendê-los para algum sapateiro ou

colecionador de coisas antigas.

Khalil Iskander Shahin, conhecido como Kando, tinha uma sapataria em Belém. Remendava

uma bolsa quando dois beduínos entraram em sua sapataria, arrastando consigo sete grandes rolos.

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Colocando-os sobre o balcão, perguntaram o quanto ele poderia pagar por todo aquele couro.

Analisando os rolos, viu que estavam muito envelhecidos e, com certeza, não lhe seriam úteis.

Khalil estava para despedir os moços quando, atraído por aquelas escritas, resolveu adquiri-los,

pensando em revendê-los para algum colecionador de antigüidades. Pagou então uma ninharia por

eles, e os rapazes, ainda que cansados por todo esforço, saíram felizes.

Durante alguns dias, os rolos permaneceram esquecidos em um canto da sapataria, enquanto

Khalil, procurava em vão despertar o interesse de seus clientes por eles.

Athanasius Y. Samuel, arcebispo metropolitano do Mosteiro São Marcos, em Jerusalém, tomou conhecimento

sobre os rolos através de um membro de sua paróquia que os vira na sapataria de Khalil. Dirigiu-se até lá e, como não

conseguia carregar todos, adquiriu quatro deles. Alguns dias depois, Khalil vendeu os outros três para

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